CINEMA

‘O gorila’, novo filme de Belmonte, estreia na próxima quinta nos cinemas

A sala de cinema ainda possui uma tela nobre, na opinião do diretor José Eduardo Belmonte. Mesmo com o crescente interesse pelo streaming, o diretor não endossa a versão da “morte” da sala de cinema, de ver o espaço como algo ultrapassado. “Não dá pra se idealizar o mercado, que certamente mudou. Mas fazer questão […]

GORILA
A sala de cinema ainda possui uma tela nobre, na opinião do diretor José Eduardo Belmonte. Mesmo com o crescente interesse pelo streaming, o diretor não endossa a versão da “morte” da sala de cinema, de ver o espaço como algo ultrapassado. “Não dá pra se idealizar o mercado, que certamente mudou. Mas fazer questão de ocupar a tela grande não configura romantismo. Até no âmbito das negociações de um filme para o streaming, conta demais o fato de ele ser exibido previamente nos cinemas”, explica. A visibilidade de ser apresentado nas telas de cinema permite maior trânsito para um filme, quando migra para outras plataformas (DVD e internet), reforça o diretor dos consagrados Alemão e Se nada mais der certo.
A questão da validade de um filme é bem pertinente, quando Belmonte lança, quase três anos depois de apresentar com sucesso no Festival do Rio, o longa-metragem O gorila (a partir de quinta-feira). À primeira vista, embrutecido no papel do protagonista, um decadente ex-dublador de televisão, Otávio Müller combina com o panorama discutido pelo diretor. “Ir ao cinema ainda é algo primitivo. Desde a época das cavernas, as pessoas se reúnem para ouvir histórias, num lugar bem escuro. As pessoas querem matar o cinema, mas não tem muito jeito: a experiência coletiva não morre, mesmo”, observa.
Adaptado de conto de Sérgio Sant’ Anna, a produção de baixo orçamento teve as filmagens em São Paulo, morada esporádica de Belmonte, que anda cada vez mais atento aos sinais de amadurecimento, aos 45 anos. “Só pelo fato de viajar, você já se vê amadurecido. Tenho conjugado as coisas: tenho tido experiências em muitos lugares”, conta. Pela dimensão, São Paulo, claro, até proporciona um processo de isolamento, tal qual Brasília, pela arquitetura e logística da cidade. “Mas, acho que São Paulo não engole ninguém: vejo as pessoas muito solidárias. Há isso de vencerem a solidão e serem muito práticas. É um mercado competitivo, mas que te valoriza, quando você mostra resultados. É um clichê, mas é verdade”, comenta o cineasta. Vale lembrar que, em 2014, os resultados com Alemão foram de celebração, à frente do drama nacional mais assistido nas salas de cinema.
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