PASSAGENS AÉREAS

Viajar se tornará mais caro após aumento de combustível para aeronaves

Com novo reajuste no preço do querosene, de 11,4%, os acréscimos acumulam 64,3% neste ano.

As passagens estão quase três vezes mais caras em relação ao início da pandemia. (Foto: Reprodução/Rodrigo Mello)

Com o aumento do preço do querosene de aviação (QAV), combustível que abastece as aeronaves brasileiras, o consumidor que paga pelas passagens aéreas teme o quanto isso afetará seu bolso. A Petrobras anunciou, esta semana, novos reajustes nos preços, com um acréscimo que chega a 11,4%.

O aumento já é recorrente. Desde o dia 1º de janeiro deste ano, o crescimento acumulado do preço do combustível já soma 64,3%.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), o QAV é o item de maior impacto financeiro para o setor: o combustível representa mais de um terço de todos os custos das companhias aéreas.

O reajuste no preço do combustível já era esperado, devido ao encarecimento dos custos de produção e transporte do produto. A guerra na Ucrânia e o consequente aumento no preço do barril de petróleo também contribuíram para a escalada do preço do querosene.

“Esses dados comprovam a pressão diária que as empresas enfrentam com a alta dos custos estruturais, especialmente o preço do QAV, que tem sido impactado pela alta da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, por causa da guerra na Ucrânia. A valorização do dólar em relação ao real também é um desafio cotidiano, já que metade dos custos do setor são dolarizados”, informou, em nota, Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR.

Conforme revelou um estudo realizado pelo buscador de voos Viajala, as passagens estão quase três vezes mais caras em relação ao início da pandemia, com aumento que chega a 174%.

A falência da Avianca Brasil, decretada em julho de 2020, também corroborou para que os preços subissem, devido a diminuição da concorrência. O Brasil hoje conta apenas com três empresas aéreas nacionais — Gol, Latam e Azul.

O professor e vice-presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo, Gilson de Lima Garófalo, explica que o aumento das passagens leva, consequentemente, à diminuição na demanda do setor aéreo e faz com que os viajantes optem por meios de transporte mais acessíveis, como o ônibus e o carro.

“As agências de turismo têm feito malabarismos na expectativa de manter pacotes a preços convidativos, talvez diminuindo o número de dias. Consequentemente, também há reflexos na hotelaria, restaurantes e assim por diante”, observou.

A Câmara dos Deputados aprovou, no final do mês de maio, a “MP da Aviação Civil”, que, entre outras medidas, proíbe as companhias aéreas de taxarem as bagagens despachadas de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. Para entrar em vigor, falta apenas a aprovação do presidente da república, Jair Bolsonaro.

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