REPOSTA AO TERNO

Advogado e Juiz do TRE, Daniel Blume, lança livro de poesias nesta terça

Com um total de 202 páginas e 124 poemas divididos por tema, Resposta ao Terno conta com seis capítulos. Em entrevista a O Imparcial, Daniel Blume contou que o livro levou três anos para ficar pronto

Foto: Karlos Geromy

“O que me instigou a escrever Resposta ao Terno foi a própria poesia. E o que é a poesia? É um impulso de tentar explicar, às vezes, aquilo que não tem explicação e que você não sabe explicar. E esse impulso é o que chamamos de arte de visão poética. É ver algo a partir de uma outra perspectiva, aquilo que às vezes passa despercebido para o outro”. Foi desta maneira que o procurador do Estado do Maranhão, juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) e escritor Daniel Blume tentou definir o seu livro Resposta ao Terno, que será lançado hoje, às 19h30, no Restaurante Leblon, no Hotel Brisamar, na Ponta d’Areia.

Com um total de 202 páginas e 124 poemas divididos por tema, Resposta ao Terno conta com seis capítulos: Resposta ao Tempo, à Cultura, à História, à Polícia, ao Amor e à Poesia.

Em entrevista a O Imparcial, Daniel Blume contou que o livro levou três anos para ficar pronto, pois foi entre as suas atividades como magistrado que deu vazão às poesias inspiradas em coisas do cotidiano ou em algo que o despertasse para desenvolver sua escrita em cima de um determinado tema por ele pré-selecionado.

“A minha forma de escrever é dividida em duas etapas: a primeira, que eu chamo a fase poesia, e a segunda, que eu chamo a fase poema. A fase poesia é quando chega a inspiração, chega o sentimento. É quando chega a vontade de fazer apontamentos que estão fora desse plano cartesiano. É o que eu chamo de visão poética, que pode ser precipitada por um fato endógeno ou externo. Eu tenho várias anotações em blocos de notas. Às vezes, quando não estou com celular, anoto em pedaços de papel, em guardanapo. E essa é a fase da inspiração. Tem a segunda fase que é muito mais trabalhosa, que é racional. É quando trabalho com vernáculo, com a rima, com a vírgula. Então, eu transformo aquela inspiração, racionalmente em poema. E é um trabalho, como diz Salgado Maranhão, de carpintaria. E demora. Tira, pontua, corta, revisa, refaz até que o texto fica pronto para ser apresentado para o público através de livro, como o que eu estou apresentando agora”, explicou Daniel Blume.

“A poesia é subjetivismo, o poema o concreto. A poesia é o barro, o poema, o jarro. Então, o poema é uma escultura de palavras feitas a partir de algo abstrato, artístico, que é a poesia” (Daniel Blume, advogado, jurista e escritor)

Frieza do cotidiano

Foto: Karlos Geromy

O juiz revelou que o seu cotidiano é o mundo frio das leis, da jurisprudência, do terno, da toga, e depois que a gente vive nessa frieza, muitas vezes nos afastamos do sentimento da ternura. E que é preciso chegar um momento de folgar o nó da gravata e deixar que se sobressaia o nó da garganta do ser humano. “Ou seja, precisamos abrir mão do terno em prol do eterno, que é a poesia. Eu trago isso da minha mãe, Sônia Almeida. Desde criança, eu lido com a poesia, com a literatura, convivendo com jornalistas, formadores de opinião, com músicos que sempre fizeram parte do cotidiano e entre livros de autores que não tive contato físico, mas que eu pude me debruçar através da literatura. E eu carrego essa missão de manter a tradição não só da minha família, porque a minha mãe é uma poeta consagrada nacionalmente e membro da Academia Maranhense de Letras, mas também manter a tradição que é mais difícil da literatura e da poesia do Maranhão, tanto que grande parte dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e os melhores poetas já produzidos no solo brasileiro, na minha concepção, são do Maranhão. E aqui eu falo desde Gonçalves Dias a Salgado Maranhão, que honram a poesia do nosso estado”, avaliou Daniel Blume.

Daniel Blume se considera um advogado que escreve poemas e crônicas e que poderia ser rotulado como cronista e como poeta. Blume tem como referência, entre os grandes cronistas, José Chagas, que era paraibano, mas que ele considera ser muito mais maranhense do que ele próprio. “Quem escreveu Os telhados de São Luís é mais ludovicense do que eu. José Chagas, apesar de ter nascido na Paraíba, era mais maranhense do que nós todos. Ele escreveu o melhor poema de São Luís de todos os tempos, que foi Os telhados de São Luís, que é um livro inteiro em um poema só. Quando eu tiver um pouco mais de tempo, quero me dedicar a escrever crônicas. Inclusive trazer a poesia para dentro da crônica como esses professores que já se foram como Ferreira Gullar e José Chagas”, acrescentou Blume.

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