COVID-19

Saiba como trabalhar em casa e não ganhar peso durante quarentena

O corpo tende a desejar alimentos com alto teor calórico e alto teor de açúcar durante períodos estressantes

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Você pode ter visto um meme circulando sobre “os covid-19” – uma referência aos 19 quilos que ganharíamos enquanto observamos o distanciamento social.

Esses tipos de piada pode deixar sensíveis pessoas com distúrbios alimentares. No entanto, também revelam uma ansiedade mais geral das pessoas trancadas dentro de casa.

“Muitas pessoas estão tendo dificuldades com a alimentação agora – e provavelmente de maneiras diferentes do que tinham antes”, diz a psicóloga clínica Cortney Warren. “Certamente, há uma grande quantidade de pesquisas que sugerem que, quando as pessoas estão em uma situação de crise, quando estão estressadas, uma das primeiras coisas que mudam é o seu comportamento alimentar.”

Existem razões fisiológicas para se voltar à comida quando o mundo vira de cabeça para baixo. O corpo tende a desejar alimentos com alto teor calórico e alto teor de açúcar durante períodos estressantes, pois esses alimentos fornecem cargas de energia a curto prazo. O estresse leva a níveis elevados de cortisol, que podem aumentar o apetite. E alimentos açucarados geram dopamina, o neurotransmissor associado à motivação e recompensa.

Como outros comportamentos, diz Warren, comer “pode ativar o centro de prazer do seu cérebro, mas também pode psicologicamente removê-lo da emoção negativa que está sentindo naquele momento”.

Buscar o prazer através da comida é uma estratégia comum. Dos adultos pesquisados pela Associação Americana de Psicologia em 2013, 38% relataram que consumiram demais ou ingeriram alimentos não saudáveis no mês anterior devido ao estresse. Jim Quick, professor de administração da Universidade do Texas em Arlington, diz que (juntamente com conflitos mal administrados) os principais fatores do estresse ocupacional são a incerteza e a falta de controle – duas coisas que estão em alta no momento.

Assim, às vezes, comer por emoção é “o único conjunto de ferramentas de sobrevivência que temos – especialmente em épocas como agora”, diz Katherine Kimber, nutricionista e porta-voz da Associação Britânica de Dietética. “Não há problema em relaxar um pouco.”

Fatores únicos de estresse
Pode parecer insensível falar sobre comer por estresse agora, com tantas pessoas se preocupando com comida e dinheiro devido à enorme consequência econômica da covid-19. No entanto, preocupar-se com a comida pode, por si só, te levar a comer por emoção.

Kimber explica que “a restrição, seja uma restrição física (não ser capaz de acessar fisicamente os alimentos) ou uma restrição emocional (ver os alimentos como coisas ruins), pode ter um efeito reativo e aumentar os comportamentos alimentares desordenados”.

Esse sentimento de restrição, se as pessoas o têm, agora estará interagindo com outros estressores únicos, vinculados ao isolamento social. Um desses estressores é a perda de rotina para muitas pessoas cujo trabalho e vida social foram restritos.

Por exemplo, um funcionário de escritório cujo dia da semana é parcialmente estruturado em torno de uma refeição fria antes do deslocamento, uma refeição comprada no meio do dia de trabalho e uma refeição quente depois de voltar para casa perdeu a maneira familiar de ordenar o dia. Ter que gastar mais energia mental em cada uma dessas decisões pode levar a uma ansiedade maior.

Outro estressor é o aumento do tédio, que está relacionado à alimentação por emoção. Ao mesmo tempo, as pessoas não podem recorrer a muitas de suas estratégias habituais de enfrentamento, como encontrar-se com amigos e passar um tempo na natureza.

Caroline Kamau, psicóloga organizacional da Birkbeck, da Universidade de Londres, cuja pesquisa vincula esgotamento emocional a compulsão alimentar, aponta para cinco fatores de risco que agora podem tornar alguém especialmente propenso a essa forma comum de comer desordenada:

1.      Problemas de saúde mental, especialmente ansiedade e depressão

2.      Problemas de imagem corporal, incluindo mudanças frequentes na dieta e no peso

3.      Uma personalidade altamente impulsiva, que pode assumir a forma de prática excessiva de jogos de azar ou uso de drogas

4.      Alimentação guiada pelo emocional, por exemplo, buscar comida quando está chateado

5.      Amigos e parentes com distúrbios alimentares

“A maioria das pessoas provavelmente come compulsivamente de vez em quando, mas não seria classificada como tendo transtorno da compulsão alimentar periódica”, afirma Kamau. Por exemplo, é comum devorar uma pizza inteira de vez em quando, e isso não seria preocupante. No entanto, uma forma mais branda disso pode estar se tornando mais frequente agora, mesmo que não atinja o limiar de um distúrbio.

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