CORONAVÍRUS

Coronavírus nas periferias da Grande São Luís

Como fazer o distanciamento social, entretanto, quando a renda familiar depende de trabalhos que não podem ser feitos em casa?

Foto: Prof. Christiane Mendes

Desde o início da pandemia já ouvimos muito falar sobre as medidas de prevenção recomendadas para conter o novo coronavírus. Ficar em casa, fazer uso de máscaras e álcool em gel, lavar as mãos constantemente com água e sabão, higienizar objetos com álcool 70% é praticamente unanimidade entre infectologistas, médicos e especialista da área da saúde como ações efetivas no combate à Covid-19.

Mas nem todas essas práticas estão ao alcance de moradores de comunidades e periferias de São Luís. Grande parte desta população tem dificuldades de acesso aos produtos que garantem a desinfecção.

Como fazer o distanciamento social, entretanto, quando a renda familiar depende de trabalhos que não podem ser feitos em casa? Ficar em casa muitas vezes não é uma opção, além disso, as moradias geralmente têm poucos cômodos e o abastecimento de água é intermitente.

Coroadinho

Trabalhando diretamente em ações diversas no Coroadinho, Christiane Mendes, líder social e presidente da Associação Núcleo de Educação Comunitária de Coroadinho, afirma que uma das principais dificuldades para a contenção do vírus é a falta de saneamento básico.

“Nós sempre enfrentamos a falta da água, muitas áreas do bairro não temos água encanada. Imagina enfrentar uma pandemia assim. Também, temos uma população imensa e apenas uma unidade mista”, afirma.

Localizada na região sul de São Luís, a comunidade do Coroadinho tem população estimada em mais de 58 mil habitantes e foi considerada uma das maiores favelas do país.

Ações

O comitê Coroadinho sem Corona foi criado logo no começo da pandemia, uma iniciativa da associação com o objetivo de levar informação e distribuir cestas básicas, kits de higiene e alimentação diária à população.

@assoc_comunitariadocoroadinho

“Conseguimos distribuir 3000 cestas, 1800 kits de higiene, doar 11.000 quentinhas. Também conseguimos trazer o projeto Bora Testar, fizemos 300 testes rápidos de Covid e estamos produzindo uma pesquisa pela Outdoorsocial” frisou, Christiane.

A líder social também destaca outras ações como o Renda Básica, promovendo cursos para qualificar os moradores do bairro e contribuir com a renda das famílias durante a pandemia.

“Temos os projetos Costurando Sonhos com as costureiras, Mãos de Maria capacitando na área de gastronomia e vamos iniciar o da horta comunitária. Fazemos parte do bloco de líderes das 10 maiores favelas do Brasil chamada G10favelas criamos 12 iniciativa de alto impacto pra ajudar nossas periferias – Em breve teremos o G10 Bank chegando com microcrédito pra apoiar nossos empreendedores na comunidade”, explicou, Christiane.

Vila Palmeira

O Instituo social Batucando Esperança realizou algumas ações, como distribuição de máscaras e cestas básicas voltadas para famílias em vulnerabilidade social no bairro Vila Palmeira, com o objetivo de dar assistência e ajudar de forma emergencial moradores que estavam enfrentando dificuldades com o impacto causado pela pandemia.

@institutobatucandoaesperanca

“Fizemos entrega de máscaras e cestas básicas que vieram de parcerias nossas. Foi a forma que encontramos de dar assistência na Vila Palmeira, que é onde atuamos” explicou a coordenadora do Instituto, Luany Pestana.

Para essas famílias, a maior barreira no cumprimento das medidas de contenção à Covid-19 foi respeitar o isolamento social. Muitos pais não tinham como parar de trabalhar em meio a pandemia, pois os serviços informais não poderiam ser adaptados ao home office.

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