VIOLÊNCIA

Assassinatos crescem 18,5% no Maranhão

Dados foram apontados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública referente aos seis primeiros meses do ano em todo o Brasil

Reprodução

Nos primeiros seis meses do ano, as mortes violentas intencionais, indicador que contabiliza homicídios, latrocínios, lesões que resultam em mortes e intervenções policiais com resultado morte, aumentaram 7,1% no país, interrompendo tendência de queda que começou em 2018. Os dados são da 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, lançada na última segunda-feira. Foram registradas 25.712 mortes no país, contra 24.012 do ano passado, o que representa uma pessoa assassinada a cada dez minutos em meio à pandemia de Covid-19, mesmo com as medidas de isolamento social no período.

21 estados registraram mais mortes violentas intencionais em 2020 na comparação com 2019, com destaque para o aumento de 96% no Ceará. Paraíba (19,2%), Maranhão (18,5%), Espírito Santo (18,5%) e  Sergipe (16,8%) vem em seguida. Os homicídios dolosos também tiveram um aumento percentual 23,2%, quando em foram 676 em 2019 e 833, em 2020. Esses estados apresentaram crescimento acima da média nacional.

Nos casos de violência contra a mulher, os casos de feminicídio subiram 1,9%, com 648 mulheres mortas nos primeiros seis meses do ano, os registros de agressões em função da violência doméstica caíram no período e os chamados ao 190 cresceram. Essa incongruência entre aumento de mortes, queda de registros em delegacias e crescimento dos acionamentos à PM pode ser reflexo da dificuldade de as mulheres comparecerem às delegacias para o registro das ocorrências em meio às medidas rígidas de isolamento social necessárias.

Feminicídios aumentaram

No Maranhão, os homicídios dolosos com vítimas do sexo feminino passou de 71, em 2019, para 84 em 2020, um aumento de 18,3%. Com relação ao feminicídio, foram  24 nos seis primeiros meses de 2019 e 26, no mesmo período deste ano.

Segundo o Anuário, “os dados indicam uma interrupção de uma tendência de queda dos crimes violentos registrada a partir de 2018, com aumento também dos feminicídios, e das vítimas de intervenções policiais e de policiais mortos”.

O perfil das vítimas da violência letal

Anuário também compilou as ocorrências registradas ao longo do ano de 2019, que revelam informações sobre o perfil das vítimas da violência letal no país, crimes sexuais e contra as mulheres, crimes contra o patrimônio, apreensões de drogas, registros de novas armas, números do sistema prisional, gastos com segurança pública, entre outros.

“A 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública exigiu um esforço redobrado, a partir do momento em que decidimos avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 sobre as ocorrências criminais no país. Infelizmente, constatamos que as mortes violentas intencionais voltaram a subir, interrompendo uma tendência significativa de queda iniciada em 2018. Esses números demonstram a oportunidade perdida e a ausência de políticas públicas efetivas para enfrentar esse problema crônico de nossa sociedade, que pode ser agravado ainda mais pela insistência em torno de medidas ineficazes como o afrouxamento de regras para armar a população e o estímulo a um discurso bélico permanente entre polícia e crime, que no final vitimiza inocentes de ambos os lados”, analisa Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Outros crimes têm queda no estado

De acordo com o levantamento, o país registra um estupro a cada 8 minutos em 2019, e vulneráveis correspondem a 70% de todas as vítimas. 57,9% das vítimas eram crianças e adolescentes com até 13 anos.

O Maranhão registrou queda nesse tipo de crime. Foram 917 estupros em 2019, e 712 em 2020 (+22,4%), enquadrando-se aí estupro de vulnerável 242 (2019) e 240 (2020), um decréscimo de  -0,8%.

Crimes como latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenção policial  também diminuíram.

O decréscimo no primeiro caso foi de 36 em 2019 para 33 em 2020; lesão corporal seguida de morte foram 10 contra 7 em 2020; e o último quesito, 44 em 2019 e  35, em 2020.

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