PL DO UBER

Votação do Uber é adiada em meio à confusão na câmara

Na manhã desta quarta, 4, mais uma vez a votação da PL do Uber foi adiada. Em meio à confusão generalizada, vereadores debateram sobre possível abordagem policial truculenta 

Uma manhã estranha na Câmara de São Luís. Mesmo com previsão de votação do projeto de Lei do Uber para hoje, a câmara parecia bem quieta. Quem passava pela porta do prédio, na Praia Grande, não via a mesma movimentação. Dentro, os vereadores aproveitaram para se reunir com o pré-candidato Márcio Jerry, em um café de boas-vindas. Nada indicava que o Projeto 004/18 seria votado.

Foto: Petronilio Ferreira

Durante o café de boas-vindas, o cenário era de harmonia e descontração. “A câmara municipal está aberta. É um momento especial receber Marcio Jerry”, declarou o presidente. Ao ser preguntado sobre possível apoio a Osmar Filho à candidatura para presidência da Câmara, Astro de Ogum fez questão de desmentir boatos. “Eu acho que tem alguns carros na frente dos bois. Eu ainda não dei declaração de graça. Quando eu tomar minha decisão, falarei coletivamente”, disse o presidente.

Para Marcio Jerry foi uma honra participar desse evento, e ressaltou que ele tem uma relação boa com a Câmara de São Luís. “Vim aqui hoje em um gesto de cortesia. Aproveito para agradecer cada vereador e vereadora esse momento. Mesmo não estando no governo, estarei sempre no diálogo com as forças políticas do Maranhão”, disse Márcio Jerry, que é pré-candidato a Deputado Estadual.

Foto: Petronilio Ferreira

A votação

Foto: Petronilio Ferreira

Aos poucos, vereadores foram voltando ao plenário da Câmara Municipal. Muitos nem sabiam que na Ordem do Dia, o Projeto de Lei do Uber estava em pauta.

Ao sentar à mesa, o presidente Astro de Ogum abriu os debates lembrando sobre a votação do Habeas Corpus preventivo de Lula, em votação nesta tarde no STF. Logo, foi sugerido por um vereador o cancelamento da sessão de acordo com a “importância para história do Brasil”, nas palavras do vereador. Ainda assim, Astro de Ogum pediu a contagem de presentes para iniciar a sessão.

Com a contagem de vereadores, verificou-se que muitos autores das emendas à constituição não estariam presentes. Não havendo debate sério, o presidente achou melhor adiar a votação e retirar o projeto da pauta desta quarta. Sem iniciar a sessão, abriu espaço para o debate sobre a denúncia de truculência policial feita pelo Vereador Edson Gaguinho (PHS).

Com o relato do vereador, o plenário foi tomado por confusão generalizada. Muitos vereadores aproveitaram para se solidarizar e atacar veementemente a atuação da polícia militar. Astro de Ogum aproveitou para lembrar que muitas pessoas sofrem diariamente com a truculência da polícia.

O caso

O vereador Edson Gaguinho (PHS), de São Luís, fez nesta terça-feira, 3, uma denúncia por conta de abordagem feita por policiais do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv) na Vila Riod, enquanto dirigia próximo a sua residência. De acordo com Gaguinho, os policiais o pararam, pediram seus documentos, apontaram armamento pesado e o golpearam com uma gravata para fazer a revista.

“Eu perguntei o que estava acontecendo, por que me pararam em movimento. Os documentos estavam todos em dia e não tinha nada do veículo. Eu me identifiquei, disse que era vereador e perguntei. Eu disse que não ia encostar na parede porque não era bandido“, informou o vereador. Após isto, um policial não identificado o revistou à força, de acordo com o parlamentar.

Ouça a entrevista completa com o Vereador Edson Gaguinho

Gaguinho disse ser lamentável o ocorrido. “Eu sou a favor das abordagens, não é porque eu sou vereador que eu não vou ser abordado, mas não dessa maneira que aconteceu”, disse. “Não é só o meu relato, tem denúncias de vários moradores, da população contra esse batalhão, então é lamentável isso que aconteceu”, finalizou.

O Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv) ainda não se posicionou sobre o ocorrido.

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