SÃO LUÍS

Reforma do Mercado Central custará R$ 8 milhões

Após o processo de licitação que deve ocorrer no inicio do próximo ano, o mercado central deve passar por a reestruturação total

Esperada há vários anos, o melhoramento das condições do mercado central, no centro da capital parece estar mais próximo de virar realidade. Após passar por vários processos, reforma geral do Mercado Central que está prevista no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Cidades Históricas e deve ser iniciada assim que o processo de licitação for concluído. A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é o órgão responsável pela coordenação do PAC Cidades Históricas no estado, porém, o Mercado Central, está localizado na área é de tombamento estadual, sob a responsabilidade da Superintendência do Patrimônio Cultural do estado. A obra está orçada em R$ 8 milhões e está prevista para acontecer ainda no primeiro semestre de 2017.
O projeto arquitetônico assinado por Hermes Fonseca, Engenheiro Civil e Arquiteto formado pela Universidade Federal do Pará – (UFPA), em parceria Marcus Gusmão formado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) tem o objetivo de transformar o mercado em um cartão postal para a cidade e dar uma contemporaneidade ao mesmo, de forma harmoniosa com o entorno e construção existente, tanto do ponto de vista funcional, quanto estético.
O projeto observará as linhas arquitetônicas da reforma dos anos 1939-1940, no governo de Paulo Ramos, mas objetiva ser um marco de edificação dentro do elenco de obras do PAC Cidades Históricas. Uma das medidas será a setorização dos serviços e produtos oferecidos pelos feirantes, o que facilitará o acesso do consumidor ao produto de seu interesse. A intenção dos arquitetos é que o projeto ofereça espaço, conforto e mobilidade para vendedores e seus clientes.
Dentre as principais mudanças que o novo mercado visa atender estão a criação de um Centro Gastronômico para a cidade de São Luís, com o objetivo de receber moradores e turistas que queiram usufruir da culinária maranhense no principal centro de comércio de alimentos da cidade. Além disso, uma necessidade quanto ao caráter visual também será alinhada com a organização do mercado e sua setorização prevendo a melhor localização dos produtos e maior facilidade na comercialização. “Todas as construções que estão atualmente no perímetro do Mercado Central serão retiradas e inseridas no interior dele, para que todo o comercio seja realizado na parte interna, para isso, o projeto elaborou dois pavimentos acima do térreo. No primeiro pavimento serão instaladas as lojas de artesanato, criando assim um centro de Artesanato do Mercado. No segundo pavimento vão ser instalados os restaurante e lanchonetes, pavimento este que está sendo considerado o Centro Gastronômico do Mercado Central”, explicou o arquiteto, Hermes Fonseca.
A parte interna do mercado atual deve ser totalmente alterada, contando na nova construção, com três escadas e dois elevadores para uso dos visitantes além de banheiros em todos os andares, que hoje estão inexistentes no local.
Hermes Fonseca revelou em entrevista a O Imparcial que para a concepção do projeto foram realizadas várias etapas, e pensando principalmente em um mercado que atendesse a necessidade regional e acabasse com o principal problema existente atualmente: a situação insalubre enfrentada por comerciantes e clientes. “Para a realização do projeto antes se precisou de todo um processo. Inicialmente foi realizada uma pesquisa histórica do local, onde um historiador fez um levantamento de todos os dados do Mercado Central desde a sua fundação. Foi feita também uma pesquisa sócio econômica e um levantamento cadastral para analisar a situação social do ambiente e em seguida partir para o mapeamento do prédio, e levantamento de danos”, contou Hermes Fonseca.
Com referencias de grandes mercados nacionais como o de São Paulo, Florianópolis e influencias europeias, como o Mercado de Santa Caterina, em Barcelona na Espanha, Hermes Fonseca pontua que o conceito da reforma do Mercado Central de São Luís, manterá a fachada, tornando-se uma obra inovadora que valorize o espaço “A reforma vai demolir a parte interna, mantendo todo o entorno, a tipologia será mantida. O projeto é inspirado em bons resultados, soluções inovadoras e adaptando para a cultura regional”, ressalta Hermes.
Com a reforma, Hermes Fonseca garante que o mercado central será alçado ao patamar de grandes mercados nacionais e deverá atender bem a todos habitantes e turistas, gerando a possiblidade que especialidades da terra sejam encontradas com mais facilidade, “Hoje do jeito que o mercado esta é impraticável o comercio, e com a reforma vai atender a todos, os turistas vão poder encontrar especialidade da terra, como o arroz de cuxá, torta de camarão, típicas do estado e que você só vê mais em períodos de São João. No mercado tudo isso estará lá disponível a todos”.
 
 
Sobre o Mercado Central
O Mercado Central de São Luís foi construído em 1864. 65 anos depois, em 1939, através de um programa sanitarista, o prédio foi demolido e reconstruído pelo governador Paulo Ramos. Durante muito tempo passou a se chamar Mercado Novo, devido a essa reconstrução. No local funcionava anteriormente, há cerca 70 anos atrás, o antigo gasômetro, que abastecia os postes de iluminação pública de todo centro da cidade. Dentre as denominações que o lugar já teve, Largo do Açougue Velho, como era conhecido por um longo período na década de 1940, foi relacionado à existência de um curtume que tinha vinculo com o curral municipal. Ocupando um quadrilátero retangular entre a Rua de São João e o fim da Avenida Magalhães de Almeida, o Mercado Central reúne cerca de 450 estabelecimentos e mantém direta e indiretamente cerca de mil trabalhadores, gerando renda para quase dois mil e quinhentas pessoas, que retiram do espaço sua subsistência, como flanelinhas e carregadores de sacolas. A variedade de produtos comercializados no mercado faz dele uma das opções mais procuradas por muitas pessoas que moram nos arredores e até de outras localidades e municípios. Frutas e bebidas regionais, doces caseiros, ervas, plantas medicinais, grãos, além de carnes, aves, peixes, mariscos, legumes, hortaliças, artesanato em palha, couro e madeira, gaiolas, vassouras, funis entre outras coisas são vendidas no espaço.
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