Santa Casa

Ex-funcionários da Santa Casa protestam contra rescisões em atraso

Mergulhada em crise financeira, a Santa Casa agora enfrenta protesto do sindicato que cobra pagamento de rescisão a funcionários demitidos

Um ato organizado pelo Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem e Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do Estado do Maranhão (SindSaúde) em frente à Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, na manhã desta terça-feira, dia 19, tentou alertar a população e os gestores públicos, para a situação dos funcionários demitidos da unidade de saúde na semana passada.
De acordo com a presidente do SindSaúde, Dulce Mary dos Santos Sarmento, que esteve à frente da manifestação, as rescisões trabalhistas ainda não foram pagas. “FGTS, férias, e o próprio aviso prévio indenizado não foram pagos aos profissionais dispensados. O gestor afirmou recentemente que não tinha dinheiro para pagar o pessoal. Isso tudo é muito preocupante”.
De acordo com Dulce Sarmento, os trabalhadores em exercício, receberam o pagamento dos salários em atraso, porém sem a passagem. “Os funcionários estão recebendo sempre após o quinto dia útil e sem o pagamento da passagem. Eles estão custeando o transporte para poder trabalhar”, denunciou a presidente do (SindSaúde).
“A situação é ainda mais preocupante porque além da demissão das 89 pessoas, mais funcionários serão demitidos, pois não tem como o hospital se manter, porque a situação é muito crítica”, alertou Dulce Sarmento.
A sindicalista aponta que uma das saídas seria uma parceria com o Governo do Estado, que segundo ela, só seria possível com a gestão compartilhada entre governo e a unidade de saúde. “Só tem como o estado injetar recursos públicos se houver uma administração compartilhada com o provedor da Santa Casa”, declarou.
Santa Casa se defende
Procurado pelo O Imparcial, o diretor da Santa Casa de Misericórdia do Maranhão, Abdon Murad, rebateu as acusações do SindSaúde, e afirmou que os tributos trabalhistas foram negociados com as instituições públicas. “Há mais de dois anos, o FGTS vem sendo pago parcelado na Caixa Econômica Federal de forma legal, baseado em leis federais. O INSS está sendo parcelado por meio do Ministério da Fazenda. Estamos fazendo de tudo para resolver”.
Sobre a possibilidade de convênio com o Governo do Estado, o diretor da Santa Casa informa que nunca recebeu proposta de parceria com o poder público estadual em relação ao hospital.
Crise Financeira
A crise financeira da Santa Casa de Misericórdia do Maranhão pode forçar o fechamento da unidade de saúde. De acordo com a direção do hospital, o maior problema que a Santa Casa enfrenta hoje é a falta de verba para cobrir os custos da manutenção de serviços essenciais e para a aquisição de material cirúrgico.
A situação ficou mais grave porque houve uma redução significativa no quadro de funcionários em consequência da queda no número de pacientes que eram trazidos de outras instituições para a Santa Casa. Isso causou a diminuição de recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e implicou na demissão dos trabalhadores.
De acordo com o diretor-técnico Ibrahim Almeida, o SUS paga uma diária baixíssima no valor de R$ 4,80 para um paciente que precisa tomar café, almoçar, lanchar e jantar. Já para uma consulta com o clinico geral, o SUS repassa o valor de R$ 2,04, e para um médico especialista é apenas R$ 10.
Santa Casa
Fundada em 1622, o Hospital Filantrópico tem 394 anos sendo o pioneiro em atendimento hospitalar no Maranhão e foi a primeira Escola de Formação Médica do Maranhão. O doutor Ibrahim Almeida, que é diretor técnico da Santa Casa e trabalha no hospital há 50 anos, ressaltou que a Santa Casa não tem dono, pois ela é do povo. O médico lamentou a situação de defasagem de 20 anos na qual a instituição chegou. “’Uma saída para melhorar a situação seria preencher a Santa Casa de pacientes. Eu apelei até para o ex-presidente José Sarney não deixar a Santa Casa fechar há alguns meses. Fiz esse pedido a ele, por conta do seu prestigio. Ele me contou que, assim como no Maranhão, no Brasil várias Santa Casa de Misericórdia já estão fechando. Mas nós estamos fazendo o possível para impedir, pois o fechamento dessa Santa Casa seria uma lástima para o nosso estado”, disse Ibrahim Almeida.
O médico ressaltou que a instituição tem uma importância muito grande na história da medicina do estado e do país. “Os governos estadual e municipal deviam voltar suas atenções para a Santa Casa, embora não seja uma instituição pública. Ela foi fundada em 1622 e eu tenho mais de 50 anos aqui, e nunca vi uma situação como essa antes, pois o governo sempre nos ajudava”, lembrou o médico.
Doações
A Santa Casa está recebendo doações. Os interessados em ajudar podem entrar em contato com a administração da Santa Casa pelo telefone 32320144. Ou ir até o hospital que fica localizado na Rua do Norte, número 233 no Centro, São Luís.
Relação de materiais para doação
Atadura gessada
Gases
Atadura simples nº 20
Atadura simples nº 30
Álcool
Equipó magro grotas
Algodão ortopédico
Seringas nº 03
Seringas nº 05
Seringa nº 10
Seringa nº20
Luva cirúrgica nº 7,5
Luva cirúrgica nº8
Luva de procedimento tamanho M
Materiais diversos
Copos descartáveis
Colheres descartáveis
Toucas descartáveis
Mascaras descartáveis
Pro pé descartáveis
Alimentos
Arroz
Margarina (balde 15kg)
Adoçante
Açúcar refinado
Café a vácuo
Leite desnatado
Feijão
Óleo
Arrozina
Maisena
Extrato de tomate
Vinagre
Colorífico
Sal refinado
Macarrão
Aveia
Leite integral
Neston
Mucilon nestogeno
Leite Supra Soy sem Lactose
Biscoito cream cracker
Materiais de limpeza
Detergente líquido
Sabão em pó
Palha de aço
Sabão em barra
Água sanitária
Saco de lixo comum
Saco de lixo infectante
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