TRÂNSITO

Falta de simulador ameaça formação de condutores de automóveis

Com a determinação da obrigatoriedade de aulas no simulador, futuros motoristas podem ter o processo da emissão da CNH interrompido no estado pela falta de aparelhos

Foto: Thiago Veloso/OImp/D.A Press.


Thiago Veloso/OImp/D.A Press

No simulador, vai ser possível candidato ter noções de controle dos pedais de freio, acelerador e embreagem

A partir deste ano, é obrigatório o uso do simulador de direção veicular nas autoescolas para quem vai tirar carteira de motorista e dirigir carros de passeio, na Categoria B. No Maranhão, de 236 autoescolas, somente duas possuem os simuladores: uma na capital, localizada no bairro do Olho d’Água, e a outra no município de Açailândia, de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito do Maranhão (Detran-MA). A Resolução é do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em julho do ano passado, que deu prazo até o dia 31 de dezembro de 2015 para que a exigência fosse implantada.

Com a determinação do Contran os Centros de Formação de Condutores (CFCs) terão que adquirir este aparelho, pois, de acordo com o diretor do Detran-MA, Antônio Nunes, o candidato que não passar pelas aulas com o simulador não terá seu processo concluído, ou seja, fica impossibilitado de tirar a Carteira Nacional de Habilitação. “É automático, porque o registro nacional de carteira de habilitação só vai liberar a conclusão do processo quando houver o registro das cinco horas com o simulador. As aulas são registradas pelo sistema do Detran. Se não estiver com essas aulas, o condutor não obterá a carteira”, enfatizou.
A preocupação, tanto do Detran-MA, quanto dos proprietários de autoescolas e futuros motoristas, é com o valor do aparelho que custa aproximadamente R$ 40 mil, o que vai refletir no valor do processo repassado pelas autoescolas para os futuros condutores. Para o Detran-MA, pode diminuir o número de candidatos interessados a tirar a carteira de habilitação. Para os empresários, é a aquisição do simulador e os novos motoristas que terão que pagar mais caro para poder tirar o documento. De acordo com Nunes, há uma frota grande de veículos e um número pequeno de habilitados no estado. Com os reajustes nos valores, pode aumentar o número de pessoas que dirigem sem habilitação. “Nas blitz, constatamos o grande número de pessoas que dirige sem habilitação, o que aumenta a insegurança nas nossas vias”, concluiu.
Sobre o simulador
A ideia do equipamento é para dar uma noção mais real do que é controlar um carro no trânsito. Depois das aulas teóricas, o aluno vai para o simulador, onde vai ser possível ter noções de controle dos pedais, como acelerador, embreagem, freio, além do tempo certo das marchas e o controle de fato de um carro. Nas telas são exibidas imagens de ruas da cidade ou de estrada. E só depois de tudo isso é que o aluno vai poder fazer as aulas práticas. Mas, antes de ir para a rua, é preciso ser aprovado no exame teórico, depois são 25 horas de aula prática no carro.
Em São Luís, o proprietário da autoescola que possui o simulador, Antunes Alves, disse que teve esse gasto e consequentemente será repassado um aumento no valor das aulas, pois, além da compra, são necessários custos com a manutenção do simulador. “É uma lei e temos que cumprir. Tivemos que comprar, pois, se estamos no mercado, temos que atender às exigências e então cumprirmos”, ressaltou. A alternativa para as autoescolas é comodato, que é uma forma de aluguel do aparelho, o fabricante faria o empréstimo do simulador. A outra forma, de acordo com o Sindicato das Autoescolas do Maranhão, diz que proprietários podem compartilhar o simulador. Uma portaria foi publicada pelo Detran estabelecendo normas para essa parceria entre as autoescolas. “Podem compartilhar as autoescolas que estão inscritas na mesma jurisdição da Ciretran ou até 100 km”, concluiu o diretor do Detran, Antônio Nunes.
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