FALTA DE SIMULADORES

Diminui a procura de alunos por autoescolas em São Luís

Resolução que obriga o uso do simulador de direção veicular para tirar a Carteira Nacional de Habilitação afasta futuros condutores das autoescolas da cidade

Foto: Honório Moreira/OImp/D.A Press.


Honório Moreira/OImp/D.A Press

Apesar da obrigatoriedade das aulas no simulador ameaçar retirada da CNH, condutores continuam realizando aulas práticas de direção vecular

Os proprietários de au­toescolas estão preo­cupados. O motivo é a obrigatoriedade no uso dos simuladores de direção veicular que, por sinal, também provocou o aumento nos pre­ços para aqueles que desejam dar início às aulas de direção. De acordo com empresários do ramo, o ano começou com bai­xa nas matrículas e nenhuma perspectiva positiva para o setor.

O Imparcial esteve em al­gumas autoescolas e consta­tou que proprietários estão re­voltados com a falta de alunos por conta do cumprimento da resolução que obriga as cinco horas de aula no simulador de direção veicular.
O proprietário da autoescola Aprovar, na Avenida dos Franceses, Gledson Clair de Almeida, afirma que está informado sobre a re­solução, porém argumenta que tais mudanças no processo para a retirada da Carteira Nacional de Habilitação precisam de mais tempo para que as autoescolas façam as possíveis adequações.
Gledson Clair explicou que as próprias empresas que vendem o simulador ainda não estão es­truturadas, pois a previsão para entrega é de dois a três meses. “Além da aquisição do simula­dor, que custa R$ 42 mil, ainda temos que pagar os instrutores que terão que ficar nas salas com os alunos. É um custo muito alto que vai acabar sendo repassado para o próprio aluno”, afirmou.
Em relação a novas matrícu­las, Gledson Clair revela que não existem alunos cadastrados na autoescola até o momento. As
poucas pessoas que têm procu­rado o centro de formação aca­bam desistindo de efetuar a ma­trícula por conta da preocupação nas aulas no simulador de dire­ção veicular e com as taxas que serão acrescentadas nas novas matrículas.
Outra preocupação dos pro­prietários é que os alunos que fi­zeram cadastros ano passado, mas por algum motivo deixaram para iniciar o processo em 2016, estão sendo cobrados com as novas ta­xas e não se sentem na obriga­ção de pagá-las. “Inclusive, estou com uma relação de alunos que se matricularam ano passado e que ainda não iniciaram o pro­cesso, pois levei para o Sindica­to dos Proprietários de CFCs do Maranhão (Sindauma) para resol­ver esta problemática”, concluiu.
Para o proprietário da auto­escola Cristo Rei, localizada na Avenida Guajajaras, o ano ini­ciou com saldo negativo, pois o número de matrículas é zero, com a obrigatoriedade da reso­lução as empresas pequenas irão fechar as portas. “Os custos que esse simulador vai trazer para os centros de formações vai aca­bar gerando mais taxas que irão atingir diretamente o cliente e também os pequenos empresá­rios. É um grande impacto para a economia do setor”, disse.
Mais prazo
Segundo o presidente da Sin­dauma, Rimar Ribeiro, a resolução já é conhecida de todos os pro­prietários, e os simuladores fun­cionarão em forma de comodato (contrato gratuito pelo qual uma das partes entrega à outra certo objeto, móvel ou imóvel, para que se sirva dela, com a obrigação de a restituir na data combinada) ou de uso compartilhado.

Rimar Ribeiro afirma que nem o próprio Departamento Nacional de Trânsito (Detran-MA) ainda não está estruturada para as mudanças e que pediu o prazo de seis meses para o De­partamento Nacional de Trânsi­to (Denatran) para se estruturar. “A Federação Nacional das Au­toescolas já entrou com o pedi­do de prorrogação também, por 180 dias, e cada estado fez seu pedido. A Sindauma também já entrou com o pedido e, enquan­to isso, os centros de formações irão providenciar o simulador de direção veicular”, explicou.

Rimar Ribeiro acrescentou que, além do pedido para pror­rogação sobre a obrigatoriedade, o sindicato questiona também o Detran-MA quanto à nova tabe­la de taxas. Segundo ele, houve aumentos abusivos em algumas taxas de serviço.
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