ARTIGO

Coração da cidade doente

O coração de São Luís não vai bem. Localizado na Praça João Lisboa submete-se a humilhante doença que se não tratada, com urgência, acabará numa UTI, com ameaça de agravamento. Pela omissão dos responsáveis quanto a saúde, a taquicardia aumenta. É lamentável o que acontece. Pouco adiantou a Prefeitura tirar daquele local o acúmulo das […]

O coração de São Luís não vai bem. Localizado na Praça João Lisboa submete-se a humilhante doença que se não tratada, com urgência, acabará numa UTI, com ameaça de agravamento. Pela omissão dos responsáveis quanto a saúde, a taquicardia aumenta.
É lamentável o que acontece. Pouco adiantou a Prefeitura tirar daquele local o acúmulo das bancas de revistas, jornais e outros produtos típicos do comércio ambulante, o que se constituía num aspecto desleixado. O lugar, temos de reconhecer, inapropriado para tais bugigangas, tirava a vista do que há de mais belo, o conjunto arquitetônico. Para completar havia as cadeiras de engraxate com cobertura ridícula, longe da padronização, como seria correto. Muitos camelôs povoavam o comércio ilegal.
Limpa a área e corrigido o aleijume do calçadão em frente à Igreja do Carmo, o visual se transformou de gata-borralheira, num panorama agradável. Visual bonito e que nos transporta às origens da arquitetura colonial, formando um colossal desfile de prédios imponentes, que vale a pena parar, sempre, principalmente os filhos da terra, para um olhar de surpresa e satisfação. E por que não confessar: medida merecedora de aplausos e que há décadas não comoveu nenhum prefeito. Louve-se o ato de coragem do município.
Insisto… Vale a pena passar por lá e extasiar-se com tanta beleza, que traduz história e o bom gosto, além do poder econômico dos nossos antepassados. Eis um bom passeio recomendável para reflexões sobre o ontem. Caso esse tipo de medida resolvesse o problema da degradação do nosso patrimônio arquitetônico, com muitos prédios ruindo, o maranhense agradeceria. Aqui a situação é outra. Não basta criatividade, sim, investimento e boa vontade política.
Eu, logo cedo, vez ou outra, ao passar por lá, não resisto. Paro e salto do veículo, tiro a máquina de fotos, e começo a clicar. Vantagem: não há automóveis ou carros grandes estacionados em frente dos prédios. Experimente e faça o mesmo e sinta alegria. Meu álbum de tais preciosidades agradece.
Há um senão, como defeito e falha, para distinguir de se não. Nem tudo que é bom dura. E dura pouco. Eu fiz várias reclamações e alertas sobre o estado atual daquele logradouro público, que, pelo estado atual acha-se abandonado. Esperávamos com as primeiras medidas que a faxina prosseguisse e recuperasse a praça. Vejamos… A calçada em frente àquele abrigo imundo e fedorento está com as pedras soltas e com o vento a poeira se espalha. Os bancos de madeira e mármore precisam de reparos, antes que os primeiros façam vítimas, pela precariedade da armação.
Tem mais… As árvores precisam de poda e por não terem feito no tempo preciso uma de delas caiu e achatou um automóvel, cujo dono se sentiu prejudicado e entrou com ação indenizatória contra a Prefeitura. Fica mais bem evitar. O jardim do faz de conta falta grama e flores. O relógio, um escárnio e deboche. A rua de Nazaré é só sujeira, com a destruição de bancos e das jardineiras que enfeitavam o pedaço. Andar por lá é desagradável, porém quem vai em direção da Prefeitura, Tribunal de Justiça ou o Palácio dos Leões não tem outro jeito. No inverno pessoas idosas não se livram das poças d’agua. E quem sofre de osteoporose poderá quebrar ossos da perna. É esperar para ver.
Triste Praça João Lisboa, o coração da cidade. O jornalista que em vida foi atuante, um defensor dos costumes e capaz de denunciar autoridades faltosas com os deveres, nada pode fazer. Transformou-se em bronze. E as fezes dos pombos não as deixam em paz.
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