PREOCUPAÇÃO

Possível relação de zika vírus com casos de microcefalia deixa grávidas em alerta

Sem vacina contra o zika vírus, grávidas e não grávidas podem se proteger do mosquito usando roupas adequadas ou repelente para evitar a picada

Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.


Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Maria Rita, grávida de 5 meses

A divulgação de 16 casos de microcefalia confirmados no Maranhão, que podem estar relacionados aos registros de zika vírus, tem deixado as mulheres gestantes, ou que pretendem engravidar, um tanto apreensivas. A gestante que se encontra nesta situação deve ter cuidados redobrados. A hipótese foi lançada após o vírus ter sido encontrado no líquido amniótico de duas grávidas no estado, o que se tornou ainda mais forte a relação entre o zika vírus e a doença nos bebês com microcefalia que nascerem antes dos nove meses.

A preocupação das grávidas aumentou, pois agora, além de acompanhar a gestação, deverão ficar atentas com água parada e reservatórios, já que o zika vírus é transmitido pelo mosquito da dengue, o Aedes aegypti, que também tem sintomas parecidos com os da doença endêmica, embora mais suaves. Há casos em que a febre zika, como ficou conhecida, nem apresenta sintomas. Os sintomas se resumem à febre, náuseas, dores e manchas pelo corpo que desaparecem em até cinco dias.
Grávidas e gestantes talvez sejam o grupo mais atemorizado pelo crescente avanço de infectados pelo zika vírus, no Nordeste, e a relação entre ele e casos de microcefalia em bebês. Os últimos números, divulgados no último sábado (28) pelo Ministério da Saúde, mostram que há 1.248 casos suspeitos de microcefalia no país, distribuídos em 14 estados brasileiros, e a principal suspeita é que o vírus zika esteja por trás disso.
O medo do mosquito
Maria Rita, grávida de 5 meses, disse que está alerta a qualquer tipo de irregularidades da sua casa com relação ao mosquito da dengue. “Estou em alerta, não deixo água parada, ou reservatórios que podem armazenar água. Inclusive, já fiz quase todos os exames, faltam poucos e até agora está tudo bem com meu bebê”, disse a grávida.
Por definição médica, o que se chama de microcefalia é quando a cabeça tem um tamanho menor do que o esperado para a idade do bebê. Além dessa redução, a microcefalia pode também estar associada a outras características, como uma fronte mais achatada e excesso de pele na nuca.

Quando é detectado, por meio do ultrassom, que a medida da cabeça do bebê não corresponde à idade gestacional, tem início toda uma investigação complementar para identificar a causa, com exames como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, por meio dos quais é possível ver se há alterações inflamatórias, nos tecidos cerebrais ou hemorragias.

Segundo o médico infectologista Carlos Frias, as mulheres que moram em áreas endêmicas devem evitar, por enquanto, a gravidez. “Ainda não há vacina contra o zika vírus. Mulheres grávidas e não grávidas podem se proteger do mosquito da mesma forma: utilizando roupas para proteger a pele, evitando a picada e aplicando repelente nas áreas que ficam expostas. Neste momento, até que as medidas sejam tomadas, é preciso reduzir urgentemente o número de mosquitos”.
Prevenção com repelentes
As grávidas podem se proteger utilizando ainda o repelente. Muitas pessoas estão optando por repelentes naturais à base de andiroba, citronela, cravo e até pela ingestão de vitamina B em gotas, que faz com que o próprio corpo exale um odor que afugentam os mosquitos. Para se ter uma ideia, os repelentes naturais como citronela e andiroba têm rápida evaporação e um tempo de proteção de cerca de 20 minutos e por isso não são considerados repelentes seguros para gestantes. Nas farmácias, a busca pelos repelentes alopáticos aumentou em cerca de 40 por cento.
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