TESTEMUNHOS

Conheça histórias de superação e luta contra o câncer de prostáta

No mês dedicado à saúde do homem, O Imparcial, conta histórias de superação de alguns que aprenderam a lutar pela vida, após a descoberta do câncer de prostáta

HONORIO MOREIRA / O IMP / DA PRESS
Os homens já são senhores de cabelos grisalhos e expressões enrugadas, muitos com exames nas mãos esperam ao lado de familiares serem chamados para a consulta. Procedimento que já faz parte da rotina da maioria, uns estão em fase de tratamento para combater o câncer de próstata. Outros entre os 45 a 50 anos aguardam para fazer o exame do toque retal. O único objetivo de todos que aguardam a consulta médica na Fundação Antônio Jorge Dino, hospital especializado em tratamento de câncer, é cuidar da saúde, que muitas vezes ocorre de forma tardia ou por falta de assistência médica.
O apoio familiar é fundamental, filhos acompanham seus pais e demostram todo carinho. Um senhorzinho chama atenção, é seu Raimundo Câmara, de 80 anos, uma vez ou outra ele abre um sorriso em uma conversa descontraída com a filha, Maria José Câmara, que explica para ele a outra fase do tratamento contra o câncer de próstata. Seu Raimundo veio de longe, mora no interior do estado, no município de Bequimão. A descoberta da doença foi em um estado evoluído, quando vieram os sintomas, dores e a dificuldade de urinar.
Segundo a filha, o pai fazia exames periódicos no interior, porém não era constatada nenhuma enfermidade. Quando descobriu, a próstata já estava em um tamanho maior e o exame de sangue do PSA, que ajuda no diagnóstico da doença estava elevado, o valor normal deve ser inferior a 4ng/ml, não teve jeito era câncer. “Meu pai sempre cuidou da saúde, porém nada foi diagnosticado no interior, sabemos que não temos a mesma assistência médica. Somente depois que começou a sentir os sintomas que fomos descobrir que era câncer, quando ele veio para a capital. Aí eu vi ‘o bicho pegar’, teve que fazer cirurgia para a retirada do tumor”, disse.
Maria Câmara afirma que o dialogo é fundamental, “a conversa tem que ser aberta, até porque ele não compreende os termos técnicos. Então falo mesmo de uma forma despachada, ele fica me dizendo que o negócio vai funcionar (pênis). Eu concordo, tem que funcionar porque o senhor está vivo”. Neste momento seu Raimundo com o olhar, meio envergonhado sorrir de forma tímida. Questionado sobre o toque retal ele é enfático: “Foi tranquilo, até porque o médico sabe o limite. Temos que nos cuidar para viver mais e viver com alegria”, ressaltou.
O câncer traz histórias de superação e vencem barreiras, seu José Ribamar Costa, de 79 anos, também convive com a doença. Assim como seu Raimundo Câmara, ele mora no interior, em Vitória do Mearim, e uma vez por ano vem em São Luís para o tratamento. Seu José Ribamar diz que a maior dificuldade na sua vida é a ausência da esposa, que morreu há 15 anos, e desse tempo para cá, ele mora sozinho. Porém, tem a assistência dos filhos que moram perto da casa dele. Em relação ao câncer, ele mantém sua rotina normal, só toma alguns medicamentos.
É seu José de Ribamar que cozinha, lava, só tem uma coisa que não faz é varrer a casa, serviço que é passado para as filhas. O que ele mais gosta de fazer é ir às missas aos domingos, pontualmente às 6h30 da matina. Ainda reserva aquele tempinho no fim da tarde, para conversar com os amigos sentados na porta de casa. No período da noite o que chama atenção dele é o telejornal, diz que gosta das notícias e assistir a uma novela. “Levo a minha vida tranquila, não gosto de reclamar. É Deus que determina, certo que ele não vai mandar coisas ruins. Mas, não tenho o que ficar reclamando, faço meu tratamento direito. Só têm dias que fico triste lembrando da minha esposa, mas depois passa”.
Para a consulta desta semana ele veio com o filho, Lincol Costa, que acompanha o pai durante os cinco anos de tratamento. “Independente da idade, é um abalo emocional, o psicológico da pessoa vai ficar alterado, então o que sempre tento passar para o meu pai é o pensamento positivo”. Segundo Lincol não deve esconder a situação real da doença que a pessoa se encontra, tem que conversar e tirar as dúvidas. “ Falei para ele, que Deus determina, tem gente que nasci e morre logo. Só mais novo, mas posso morrer primeiro que o senhor. Meu pai é um guerreiro, com 79 anos está guerreando contra o câncer. Admiro demais, e creio que as pessoas sempre devem procurar os médicos independente de campanha, todo mês tem que ser azul”. 
Mais do que qualquer outro tipo, o câncer de próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.Segundo o Instituto Nacional do Câncer INCA, no Brasil o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens atrás apenas do câncer de pele não-melanoma.
No Maranhão, o câncer de próstata está em primeiro lugar, seguido dos cânceres de estômago, traqueia, brônquio e pulmão. Diante desse cenário, é realizada anualmente a campanha “Novembro Azul”, que tem como objetivo trabalhar na prevenção e no combate ao câncer de próstata. O mês foi escolhido para lembrar da importância dos exames de prevenção, já que o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata é comemorado no dia 17 de novembro. O movimento internacional foi criado na Austrália em 2003 para mobilizar e alertar quanto à saúde do homem.
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