JUSTIÇA

Acusados de envolvimento na morte do jornalista Décio Sá vão a julgamento

O assassinato do jornalista completou três anos, em abril deste ano. Décio Sá foi morto a tiros em um bar na Avenida Litorânea

Décio Sá

Três processos relativos ao assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012, serão julgados, hoje, às 9h, em sessão extraordinária da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). Os recursos a serem julgados são de relatoria do desembargador José Luiz de Almeida. O julgamento ocorrerá no Plenarinho do TJMA (Av. Pedro II, s/n, 2º andar).

A primeira ação (017468/2014), que tem como revisor o desembargador Vicente de Paula Gomes de Castro, envolve os acusados Jhonathan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira. A segunda ação (010286/2014) tem como recorrente Shirliano Graciano de Oliveira. Já no terceiro processo (013944/2015) figuram os acusados: Fábio Aurélio Saraiva Silva, Alcides Nunes da Silva, Joel Durans Medeiros, José Raimundo Sales Chaves Junior, Elker Farias Veloso, Fábio Aurélio do Lago e Silva e José de Alencar Miranda Carvalho.
O assassinato do jornalista completou três anos, em abril deste ano. Décio Sá foi morto a tiros em um bar na Avenida Litorânea. O crime teve repercussão internacional, com manifestação de pesar de entidades como a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Dos 12 acusados de participar direta e indiretamente da trama que resultou na morte do jornalista, apenas dois já foram julgados. O assassino confesso Jhonathan de Souza Silva, condenado a 25 anos de prisão em regime fechado, e o piloto da motocicleta que deu fuga a ele, Marcos Bruno, condenado a 18 anos de prisão em regime fechado.
Agiotagem
A investigação do assassinato de Décio Sá resultou na descoberta de um esquema de agiotagem praticado em mais de 40 prefeituras do Maranhão com envolvimento dos empresários Gláucio e Miranda, de vários gestores municipais, outros agiotas, policiais, blogueiros e jornalistas. No último dia 31 de março, foi deflagrada a “Operação Imperador”, pela qual foi presa temporariamente a ex-prefeita de Dom Pedro (MA) Maria Arlene Barros e o filho Eduardo Costa Barros. A polícia afirma que mais de R$ 5 milhões foram desviados da prefeitura entre 2009 e 2012. Na ocasião, o secretário de Segurança Pública Jefferson Portela, garantiu que as 42 prefeituras estão sendo investigadas e que inquéritos serão abertos para a realização de operações em cada uma delas.
O Crime
Segundo o inquérito policial, na noite do crime, o jornalista deixou a redação do jornal O Estado do Maranhão onde trabalhava, por volta de 22h, e dirigiu-se a um bar na Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís, onde teria pedido uma bebida e um prato. Ele estava à espera de dois amigos e falava ao celular quando foi surpreendido pelo pistoleiro, que o atingiu com cinco tiros, três no tórax e dois na cabeça, e fugiu em seguida na garupa da motocicleta pilotada por Marcos Bruno.
A dupla então teria feito um retorno mais à frente. O assassino foi deixado ao pé de uma duna, onde teria passado por um grupo evangélico que fazia orações no local, naquela noite. Ao chegar ao topo do monte, ele teria enterrado a arma, trocado de camisa e sandálias e saído na direção de um veículo, que já o aguardava do outro lado da duna.
De acordo com informações da polícia, o jornalista foi morto porque teria publicado no blog uma postagem sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, o “Júnior Foca”, envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes da quadrilha encabeçada por Glaucio e Miranda. Décio Sá tinha 42 anos e deixou uma filha e uma esposa grávida na época.
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