SUPERAÇÃO

Pais solteiros revelam suas experiências de vida

Em homenagem ao Dia dos Pais, conheça histórias de homens que venceram preconceitos e superaram as dificuldades de cuidar sozinhos de seus filhos

Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press.


Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press

Edno Teófilo, pai de 13 filhos, criou sozinho 5 deles

Ser pai não é apenas gerar vidas. Ser pai é viver outra vida, pelos olhos de outra pessoa, seu filho. Educar um filho é uma das missões mais desafiadores da vida de um homem, mas isso se torna algo ainda mais complexo quando não há a figura materna na relação familiar. No início, o sentimento de desamparo e desconfiança são grandes inimigos, mas com determinação, organização e carinho, seguem em frente e dão uma lição de amor e ternura.

É na infância que tudo começa. As mulheres desde os primeiros anos de vida se preparam para a grande responsabilidade de ser mãe e isso pode ser visto através de brincadeiras como trocar fraldas de suas bonecas, dar comida e escolher roupas. Pouco a pouco o dom da maternidade vai sendo treinado. Aos meninos, tal ensaio não é comum, pois nos joguinhos infantis, em sua maioria, papai está sempre trabalhando. Mas o que deve ser feito quando os a vida obriga que a troca de papéis seja feita?
Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press.


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O consultor de segurança, José Edno Teófilo de Almeida, de 61 anos, é pai de 13 filhos

O jornal O Imparcial encontrou em São Luís alguns exemplos de pais que dedicam sua vida a criação dos filhos. O consultor de segurança, José Edno Teófilo de Almeida, de 61 anos, é pai de 13 filhos e criou sozinho 5 deles. Ele relata que participa integralmente do dia a dia dos filhos, da hora em que acordam até o momento que vão dormir. “Levanto praticamente junto ao nascer do sol. Faço questão de abraçá-los e dou um beijo em cada um dos meus pequenos. Desde o café da manhã até o jantar estou sempre ativo e dando o meu máximo para que eles tenham conforto e segurança, sempre”, comenta José Edno.

Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press.


Karlos Geromy/OIMP/D.A.Press

José Edno com os filhos Daniel de 12 anos, Kallver de 9 anos e Rafael de 7 anos

São inúmeros os motivos que podem levar o pai a ter que exercer também o papel de mãe. Seja por motivos trágicos (como uma morte imprevisível) ou por outros muito pessoais, essa grande barreira pode surgir. José Edno ainda cria em sua casa quatro dos seus treze filhos. Daniel de 12 anos, Kallver de 9 anos, Rafael de 7 anos e Iago de apenas 3 anos. Os meninos estão sob o amparo do seu pai desde os primeiros anos de vida e ele não abre mão de participar de cada momento. O paizão revela que passou por situações desesperadoras em que teve que colocar todo o seu amor à prova. “Cuidei de alguns deles desde os seis dias de vida e já cheguei a dar meu próprio peito, quando não sabia como lidar com os choros. Simulei o ato de amamentar para acalmá-los, pois não há pai que suporte ver as lágrimas de seus filhos rolando e não fazer nada. No momento, estou cuidando dos quatro. Muitos já cresceram e casaram. Já sou até avô”, desabafa Edno.

Foto: Arquivo Pessoal.


Arquivo Pessoal

O músico Seth Bass, de 34 anos, cria a filha Ana Karen de 7 anos

Outro pai solteiro ludovicense é o músico Seth Bass, de 34 anos. Ele também contou um pouco sobre a relação com a filha Ana Karen, de 7 anos. Ele explicou que cuida da filha desde os 11 meses de vida, trabalhando duro na criação da menina. Segundo ele, trocar fralda, alimentar e dar banho foram atividades que se tornaram comuns no seu cotidiano. Seth acrescentou que sua mãe, avó da Karen, foi fator essencial para a criação de sua filha, principalmente quando precisava falar de assuntos do mundo das mulheres. “Minha mãe ajudou muito na criação da minha filha e sempre é ela quem conversa com a Ana Karen sobre assuntos mais femininos, porém não deixo de conversar com minha filha, sou um pai muito coruja” diz o músico.

De acordo com o psicólogo Dalciney Maximo Diniz, de 36 anos, não é preciso discorrer sobre o papel do homem provedor nos dias de hoje, pois a sociedade mudou, os costumes mudaram e, sendo assim, é cada vez mais normal ver o pai assumindo um filho sozinho. “Os homens estão encontrando um novo sentido na paternidade que não se resume somente em prover o sustento e dar a palavra final”, explica Dalciney.
Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press.


Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Dalciney Máximo, psicológo "É cada vez mais normal ver o pai assumindo um filho sozinho"

Conforme pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de pais solteiros no Brasil aumentou 28% em pouco mais de uma década. De acordo com os indicativos, é esperado que com o passar do tempo a média aumente ainda mais no país. “É uma questão cultural essa história de que é preciso ter um pai e uma mãe. Devemos deixar as coisas fluírem sempre da forma mais natural possível. A troca de experiências e a boa relação com os filhos é o primeiro passo para que tudo caminhe bem. Participar do universo da criança e não deixar que ela sinta a ausência de carinho e atenção, por exemplo, vai ajudar bastante”, adverte Dalciney.
Acima de toda e qualquer ocasião uma coisa pode ser afirmada: a paternidade é um dos maiores momentos da vida de um homem. Ser pai é ser amigo, mestre e protetor. É ser o grande herói de alguém, sem sequer ter super poderes. É preciso ser forte mesmo sem músculos avantajados e ser um verdadeiro campeão sem ter uma medalha na estante.
Feliz Dia dos Pais aos leitores de O Imparcial.
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