OBSTÁCULOS

Escola de Cegos passa por dificuldades e realiza campanha para atrair voluntários

A entidade filantrópica possui, em média, 50 alunos, há 51 anos, oferecendo educação básica, esportes e também cidadania, com a ajuda dos sócios contribuintes

Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A Press.


Karlos Geromy/OIMP/D.A Press

Professor Antônio Ferreira Rocha

Escola de Cegos do Maranhão passa por dificuldades financeiras e com isso fica impossibilitada de oferecer mais serviços à comunidade e atender mais alunos. A entidade filantrópica possui, em média, 50 alunos, há 51 anos, oferecendo educação básica, esportes e também cidadania, com a ajuda dos sócios contribuintes. O professor Antônio Rocha, que leciona na escola há 30 anos, explicou que existe uma deficiência no quadro de professores. Atualmente existem 13 professores, sendo sete contratados pelo estado, três pelo município e três pagos pela própria entidade. “Estamos tentando conseguir contrato para mais três professores, para aumentar o quadro de docentes”, disse.

Entretanto, o professor afirma que, mesmo com os problemas, a escola tem funcionado normalmente com as disciplinas essenciais e atendendo aos alunos com faixa etária a partir de cinco anos. As séries oferecidas são do 1º ao 9º ano.
Além da educação básica, são oferecidos atendimentos especializados como braille (sistema de leitura com o tato para cegos ), como utilizar o soroban (registradora de números), entre outros. O propósito principal da escola é educação, contudo, oferece atividades extracurriculares como esportes, música, dança, artes plástica entre outras. Segundo Antônio Rocha, os cursos são mantidos pela UFMA e têm como objetivo trabalhar a vida social dos alunos.
“Espero que as autoridades se sensibilizem com o nosso trabalho e nos ajudem mais. Temos todas as disciplinas de uma escola normal e, além de alunos com deficiência visual, há alguns que enxergam”, falou.
Segundo o professor, são atendidos alunos que moram em São Luís e também alunos que vem do interior, outros que moram em bairros distantes que ficam internos, durante o ano letivo, e só vão para casa nas férias.
O professor falou da necessidade de ter voluntários na entidade, afirmou que atualmente há apenas dois voluntários. Aproveitou a oportunidade para convidar jovens a partir de 16 anos que queiram ajudar, pois podem procurar a escola de cegos e se candidatar. Inclusive, no momento, está precisando de jovens para ser voluntários como goleiros e de engenheiros para ajudar no projeto de duas salas.
O educador físico Gustavo Sauaia é treinador na Escema há oito anos, começou como voluntário e logo de primeira se apaixonou pela ocupação. Ele afirmou que ao longo dos anos houve muitas melhorias na escola, mas ainda é preciso que haja mais atenção por parte dos governantes. “Precisamos mesmo de apoio financeiro, pois muitos dos alunos que não são internos se alimentam aqui. Além da necessidade de haver profissionais da saúde disponíveis para atender aos alunos, como, por exemplo, médicos, dentistas, psicopedagogos e etc”, afirmou.
Foto: Karlos Geromy/OIMP/D.A Press.


Karlos Geromy/OIMP/D.A Press

Jhonatha Macena, de 18 anos: 'Esta escola para mim é tudo'

O aluno Jhonatha Macena, de 18 anos, natural de Cantanhede, contou que a escola para ele é tudo, foi onde a vida dele começou. Ele contou que nos sete anos em que mora na escola é que teve acesso à educação, lazer e ao esporte. Conta todo orgulhoso que faz parte da Seleção Brasileira de futsal.

“A escola significa muita coisa para mim, através dela que conheci o mundo. Antes fui a algumas escolas só como ouvinte. Aqui aprendi a ler, escrever e agora estou esperando participar dos jogos Paraolímpicos de 2016. Se houvesse um apoio maior do governo municipal e estadual, as coisas seriam bem melhor”, concluiu.
Saiba Mais
A Escola de Cegos do Maranhão foi fundada em 29/06/1964. Nos primeiros três anos, funcionou apenas em fase experimental. Em 1967, passou a ser uma entidade com seu estatuto próprio e dentro de toda a legalidade, tendo como fundadoras Maria da Glória Costa Silva e Marlene França, as pioneiras da Escema. A escola existe há 51 anos.
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