PRIMEIRA IMPRESSÃO

Entrada de São Luís é marcada por falta de estrutura e organização

A falta de estrutura e o comércio desordenado marcam a entrada da capital. Um projeto, que está em fase de execução promoverá a reestruturação e revitalização do local

Foto: Gilson Teixeira / O Imparcial.


Gilson Teixeira / O Imparcial

Lixeiras disponíveis, mas usuários jogam o lixo no chão. O asfalto apresenta problemas em vários pontos

São Luís é Patrimônio Cultural da Humanidade e peça importante da história do país pelos seus casarões seculares, arquitetura peculiar e um rico conjunto de azulejaria. Sendo ainda a capital do Maranhão é esperado que tenha infraestrutura para acolher bem quem aqui chega. Porém, logo na entrada, a cidade deixa a desejar. O que se observa é muita desorganização e sujeira. Ao longo do pequeno trecho do KM 0, na altura do Tirirical, que marca a entrada da capital, a falta de estrutura é visível. Não há calçamento adequado para pedestres, o comércio ambulante é desordenado e funciona aquém dos padrões de higiene, além do transporte clandestino. As reclamações e constatações são daqueles que, diariamente, transitam no local e esperam por melhorias que, já foram prometidas, mas não chegam, nem saem do papel.

Foto: Gilson Teixeira / O Imparcial.


Gilson Teixeira / O Imparcial

Retorno do Tirirical: barracas estão desgastadas pelo tempo. O espaço para mercadoria é insuficiente

Logo no início do KM 0, a visão do comércio ambulante destoa do imponente aeroporto localizado no lado oposto. São 24 barracas, que apesar do logo constatando uma padronização, estão desgastadas pelo tempo e não oferecem condições de um trabalho digno e higiênico ao ambulante, nem para o consumidor. É possível notar nestas barracas gastas pelo tempo as marcas da sujeira. Cobertura não há. Espaço para as mercadorias é insuficiente. E além destes problemas, não há um banheiro para que estes ambulantes, que passam o dia no local, possam fazer suas necessidades. Sem o espaço adequado eles tiveram que improvisar em área de matagal, um pouco mais afastada, que além de depósito de fezes e urina, virou depósito de lixo.

Observando a entrada da cidade, de um lado a outro, a modernidade das aeronaves faz contraponto com o transporte clandestino. Nestes últimos, parte dos veículos utilizados estão deteriorados e apresentam problemas facilmente passíveis de multa como ferrugens e falta de equipamentos básicos de segurança. Na calçada o cimento já não existe e a poeira toma conta do local. Nos canteiros, as plantas que embelezariam a entrada se confundem com o matagal que cresce e aparece em nível maior. Até o monumento à cidade onde cantam os sabiás, conforme conceituou o poeta Gonçalves Dias, sofre a ação do tempo e da falta de manutenção.
Foto: Gilson Teixeira / O Imparcial.


Gilson Teixeira / O Imparcial

Na hora de aguardar o transporte, usuários procuram a sombra da copa de árvores para 'fugir' do sol

“É realmente bem feia e quem chega já pode pensar mal da cidade. Merecia ser mais organizada e moderna”, aponta a comerciante Miriam de Jesus Ferreira dos Santos, 34 anos, que aguardava transporte no local. A vendedora de lanches Iraci Andrade, 44 anos, reclama da sujeira. “É sujo demais. É muito nojento. Nem parece uma capital. O mato está muito grande e quase a gente não vê as poucas flores que ainda tem”, disse. Iraci conta que trabalha no KM 0 há cinco anos e já ouviu falar de vários projetos de revitalização da área. “Mas, eles não fazem. Só dizem que vão fazer. Acho que a gente que mora e trabalha aqui merece ter uma cidade mais bonita”, ressaltou. A também vendedora ambulante Ângela Maria Aguiar, 45 anos, pede melhorias para que possa trabalhar com mais tranquilidade. “A entrada precisa de reforma, nossas barracas também. A gente precisa de banheiro. Está muito feio e sujo”, reafirmou.

Entrada de São Luís será revitalizada
 
Luiz Carlos Borralho, secretário do Impur

Um projeto para a entrada de São Luís, no KM 0, está em fase de execução pela Prefeitura de São Luís. Será feito um trabalho conjunto entre as secretarias municipais de Trânsito e Transporte (SMTT), Urbanismo e Habitação (Semurh) e o Instituto Municipal de Paisagem Urbana (Impur). O planejamento inicia pela reorganização do tráfego com uma mudança geométrica no trecho, cujos trabalhos ocorrem ainda este semestre. Pelo plano, a rotatória da Avenida dos Portugueses será ligada à da entrada do aeroporto e haverá ainda um novo projeto paisagístico na área. “Assim que for concluída a mudança geométrica vamos iniciar a construção de um portal ali naquela entrada da cidade”, ressalta o secretário do Impur, Luiz Carlos Borralho. Segundo o secretário, serão construídos cinco portais em pontos estratégicos da capital. O início da construção destes portais está previsto para 2016.

Além deste na entrada do KM 0 são previstos ainda portais na Itaqui Bacanga, na altura do ferry boat; na Estrada de Ribamar, proximidades da UPA; na Forquilha; e outro na ponte do Estreito dos Mosquitos. O modelo destes portais será escolhido pela votação popular. “Estamos e processo de seleção das obras”, informa o secretário do Impur. Em junho, a Prefeitura lançou concurso para que interessados colaborassem com ideias para este monumento. As sugestões se pautaram em cinco temas: ‘São Luís, Patrimônio da Humanidade’, ‘São Luís, Atenas Maranhense’, ‘São Luís, capital do folclore maranhense’, ‘São Luís, culinária Maranhense’ e ‘Formação Etimológica da População’. Os trabalhos já foram selecionados por uma comissão e irão à votação do público. O secretário pontuou que a forma de ocupação da entrada da cidade nunca havia sido priorizada pelas gestões anteriores. O objetivo, segundo ele, é que o paisagismo destas áreas verdes tenham sentido para o turismo e para a vida da população garantindo, além da beleza, mobilidade. “Por isso estamos fazendo adequação dessas áreas. Queremos que a população se sinta parte desse processo”, conclui Luiz Carlos Borralho. O trabalho conjunto contempla ainda as adequações do comércio ambulante no trecho.
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