SAÚDE

Em menos de um mês, o Maranhão dobrou o número de mortes

Em menos de 30 dias, estado registrou mais mil mortes por conta do novo coronavírus, O Maranhão é o sétimo estado brasileiro com o total de 2.048 óbitos registrados

© REUTERS/Thomas Peter/Direitos Reservados

O Maranhão já ultrapassou a marca de mais de duas mil mortes em decorrência do novo coronavírus (covid-19). Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), já são 2.048 óbitos, sendo que a primeira morte em decorrência do vírus que causou uma pandemia mundial, ocorreu no dia 29 de março, oito dias depois do primeiro caso de contaminação por coronavírus no estado que ultrapassou 80 mil casos.

Com o avanço da doença nos municípios, o número de mortes foi aumentando e a milésima foi registrada, no dia 2 de junho. Ou seja, 63 dias após o primeiro óbito. Mas, entre o milésimo óbito e a marca de duas mil mortes, foram necessários apenas 27 dias. Com os 2.012 óbitos, o Maranhão é o sétimo estado a ultrapassar o total de duas mil mortes, ficando atrás dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Amazonas e Pará.

Ainda de acordo com o boletim da SES, em todo o estado já foram registrados 80.451 casos confirmados, sendo que a capital São Luís continua liderando o ranking com 13.050 registros e 825 óbitos, seguido do município de Imperatriz, a segunda cidade mais populosa do estado, com 3.981 casos confirmados e 200 óbitos.  Uma boa notícia diante de números que assustam, é que 61.093 pessoas já se recuperaram. Um total de 16.392 pessoas permanecem em isolamento domiciliar, outras 554 permanecem internadas em enfermarias e 364 estão internadas em UTI.

O boletim revelou ainda que 46% dos infectados são homens com 36.662  registros e 54% são mulheres, ou seja, 43.779 registros.

Uma breve da cronologia da covid-19 no estado

As primeiras ações de enfrentamento ao novo coronavírus ocorreram no 16 de março quando o Governo do Estado decidiu suspender shows e férias de servidores da saúde devido a existência de casos suspeitos da covid-19.  Na mesma semana também foram suspensas aulas em escolas e universidades do Maranhão; o transporte interestadual rodoviário no Estado numa tentativa de conter a chegada do novo coronavírus; o anúncio do decreto calamidade pública devido a pandemia do novo coronavírus.

Vale lembrar que o primeiro caso confirmado no estado ocorreu no dia 20 de março e a vítima foi um homem idoso que morava em São Luís que retornou de viagem de São Paulo. No dia seguinte, o Governo do Maranhão suspendeu comércios e serviços considerados não essenciais.  Já a primeira morte pelo novo coronavírus registrada no Estado, ocorreu nove dias depois em São Luís. A vítima foi um homem de 49 anos, com histórico médico de hipertensão.

Já no dia 24 de abril com o número de casos crescendo, São Luís se tornou a capital brasileira com maior incidência de casos da covid-19 por 100 mil habitantes.  E quatro dias depois, os leitos de UTIs da rede pública da Região Metropolitana de São Luís atingiram 100% de lotação. Entre as medidas de emergência para enfrentara o vírus mortal, o governo do estado pediu a antecipação de formatura de estudantes de medicina do Estado.

As autoridades de saúde do estado levaram em consideração o  Mapa da Fundação Oswaldo Cruz que na época mostrava que o ritmo de crescimento de óbitos no Maranhão registrava velocidade semelhante ao ritmo de crescimento dos Estados Unidos, país com maior número de casos e óbitos até então. Isso ocasionou um colapso no atendimento de saúde nos hospitais privados da Região Metropolitana de São Luís, atingindo 100% de ocupação em suas UTIs, “forçando” o governo do Estado a tomar ações energéticas.

Lockdown na Ilha foi considerado positivo

Efeitos do lockdown na grande ilha foram satisfatórios de acordo com o governador do Maranhão

No dia 30 de abril a Justiça do Maranhão decretou o “lockdown” (bloqueio total), a partir do dia 05 de maio, na Ilha de São Luís, que compreende quatro municípios: a capital (São Luís), São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, por 10 dias. A capital maranhense foi a primeira do país a decretar uma medida radical.  A ação foi movida pelo Ministério Público do Maranhão.

 O juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís, Douglas de Melo Martins,  aceitar a ação do MP, e determinou a decretação de um “lockdown” (bloqueio total) nas cidades de Paço do Lumiar, Raposa, São José de Ribamar e São Luís.

O Governo do Maranhão cumpriu a determinação da justiça que decretou “lockdown” em São Luís e em outros três municípios do Estado que passou a vigorar a partir do 05 de maio e durante 10 dias, a entrada e saída da Ilha de São Luís foi fechada, só sendo permitido a entrada de veículos para abastecimento e serviços essenciais, além de outras medidas rígidas para evitar aglomeração de pessoas. O lockdown chegou a ser prorrogado, por mais dois dias. 

Após todas essas medidas, o governo começou a traçar um planejamento estratégico em parceria com os prefeitos do estado para que os serviços e atividades flexibilizassem de acordo com a diminuição dos casos com base nos dados epidemiológicos de suas secretarias municipais de saúde e autoridades sanitárias.

Em São Luís, Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Energia do Maranhão (Seinc), antecipou no último dia 27 de junho, a reabertura de bares, restaurantes, praças de alimentação em shoppings da Grande Ilha de São Luís.

Os serviços estavam suspensos há quase três meses por conta da pandemia de covid-19. A previsão de reabertura era para o dia 29 de junho. De acordo com o secretário Simplício Araújo, a decisão foi tomada com base nos indicadores que, segundo o secretário, indicam uma paralisação ou controle da pandemia no estado. 

Além disso, a queda da taxa de letalidade e a ocupação de leitos de UTI também foram levados em consideração para a retomada das atividades.

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