SÃO LUÍS

Pré-candidatos mostram projetos para cultura e turismo pós-pandemia

Dos 14 pré-candidatos questionados sobre o assunto apenas o deputado Wellington do Curso (PSDB) e deputada estadual Detinha (PR) não responderam

Dando continuidade a série de entrevistas do jornal O Imparcial intitulada “A pergunta é…” direcionada aos pré-candidatos a Prefeitura de São Luís para que possam responder semanalmente sobre diversos temas inerentes ao cotidiano da população da Ilha. A pergunta desta semana é: “A cultura e o turismo foram duramente afetados pela pandemia da covid-19 em 2020. Qual o seu projeto para fomentar estes setores nos próximos quatro anos?”. Dos 14 pré-candidatos questionados sobre o assunto apenas o deputado Wellington do Curso (PSDB) e deputada estadual Detinha (PR) não responderam. Veja como o que os demais pensam de que forma podem contribuir para o fortalecimento da cultura e do turismo da capital maranhense para os próximos quatro anos:

Adriano Sarney (PV)

“Penso na implementação de um projeto que seria uma rota do turismo em São Luís; que pudesse levar o turista de uma forma didática, de uma forma rica a percorrer esses caminhos em nossa Ilha. Pois, hoje, o próprio ludovicense não consegue, por exemplo, em tempos fora da época de São João ter acesso às brincadeiras do bumba-meu-boi. Diante disso, devemos criar uma Rota da Cultura e do Turismo que envolva, no aspecto cultural, shows de musicas típicas do estado e passeios pelo centro histórico, passando por restaurantes, cafés, bares e casas de shows; do ponto de vista natural, a rota utilizará as hidrovias para passeios ao redor da ilha para que tenham acesso as nossas praias e ilhotas atraindo, também, turistas para esse tipo de consumo. Paralelo a isso, é necessário rever a questão infraestrutural do nosso Centro Histórico, por ser a nossa maior riqueza patrimonial de São Luís, precisa ser revitalizado e estar muito bem estruturado para receber os turistas, assim como, precisamos capacitar os profissionais que atuam na área e com fomento ao comércio local. Para que tudo isso consiga se unir e chegarmos no produto São Luis, para que se possa vender de forma eficiente para fora de nossa cidade, principalmente, para outros estados do país”.

Bira do Pindaré (PSB)

“A Cultura e o Turismo tem que ser vetores do desenvolvimento da nossa cidade. É uma vocação de São Luís, a principal vocação econômica da capital. Então, pensamos em ter um plano muito claro em relação a economia criativa. Precisamos valorizar todas as pessoas que vivem do trabalho artístico, do trabalho criativo, do trabalho artesanal, do trabalho da cultura popular, do carnaval, do São João, do trabalho a partir do conhecimento, do saber e da inovação. Acredito que São Luís tem tudo para ser um grande pólo da economia criativa no Brasil. É isso que a gente almeja traçar como rumo para a nossa cidade nesse processo de construção de uma cidade mais bela, mais humana e mais justa”.

Zé Inácio (PT)

“No que se refere à Cultura, a nossa proposta é fomentar programas de investimentos no setor cultural de São Luís que possibilitem a criação de novos espaços culturais, escolas de arte, bibliotecas, filmotecas, cinemas etc. Além disso, queremos democratizar os espaços culturais da cidade, garantindo maior acesso a todos os cidadãos, sobretudo às camadas mais pobres, porque acreditamos que a cultura é uma importante ferramenta de cidadania e de desenvolvimento sustentável para os ludovicenses. Em relação ao Turismo, a nossa proposta é no sentido de fortalecer os polos turísticos de São Luís, como o Centro Histórico, as praias, teatros, museus, restaurantes etc., com o intuito de atrair turistas de vários Estados brasileiros e de outros países, uma vez que São Luís é Patrimônio Cultural da Humanidade. Além disso, queremos garantir ao setor turístico um orçamento condizente com a sua importância econômica. Com esse orçamento, investiremos de forma significativa em nossas festas populares, a exemplo do Carnaval e do tradicional São João, que movimentam a Economia da cidade, atraindo milhares de pessoas todo ano para a capital”.

Franklim Douglas (PSOL)

“Turismo e cultura são duas áreas muito interligadas, sobretudo numa cidade Patrimônio da Humanidade. Devemos revitalizar o Centro histórico, sem “higienizá-lo”. Pensar a cultura em sua tríplice dimensionalidade: simbólica, cidadã e econômica. O que requer viabilizar o calendário cultural da cidade: apoiar escolas e blocos carnavalescos, os grupos de Via Sacra, o bumba-meu-boi, etc. Viabilizar a cadeia produtiva da economia da cultura. Levar a cultura aos bairros, gratuitamente. Cultura popular, com o povo e para o povo!”

Jeisael Marx (Rede)

“Com a vasta expressão cultural que temos é preciso, portanto, pensar num exercício sustentável para essas atividades que estão no sangue do nosso povo. O município não deve apenas custear os grupos culturais, montagem de cenários etc. Pensamos que é necessário que implementar instrumentos eficientes que possibilitem autonomia e auto sustentação do segmento cultural. Uma caminho é a realização de campanhas publicitárias direcionadas para outros estados e principalmente outros países, em especial os europeus que já cultivam o hábito de visitar o Brasil anualmente. Podemos até mesmo implementar uma Empresa de Turismo Municipal, nos moldes do que é a Embratur para o país”.

Carlos Madeira (Solidariedade)

“Turismo e cultura, em uma cidade com evidente vocação turística, são faces distintas da mesma moeda. Nos próximos quatro anos, a cultura será tratada com respeito e como componente da cadeia econômica, com aptidão para a retomada do nosso crescimento. Por isso, dentre outras medidas por exemplo: estruturação de um calendário anual de eventos, com eventos culturais todos os finais de semana em pontos diversos da cidade (eixos Itaqui-Bacanga, Cidade Olímpica-Cidade Operária, Zona Rural e demais áreas), sendo incluídos artistas locais e entidades culturais; criar os pontos de cultura em locais de entidades culturais (escolas de samba, bumba-meu-boi, por exemplo); criação de quatro circos da cidade (Centro Histórico, Itaqui-Bacanga, Cidade Olímpica-Cidade Operária e Zona Rural), com incentivo às atividades de oficina e culturais; reformulação do Teatro Municipal, entregando efetivamente para a comunidade; lançamento de programas culturais em bairros e ruas dos bairros da chamada periferia; modificação do Estádio Nhozinho Santos para transformá-lo em uma Arena Culrural; lançar programas de concursos literários, com a participação da Academia Maranhense de Letras, e de artes plásticas; criar feiras de teatro e outros eventos culturais; lançar festival anual de música popular; criar o programa Canta São Luís, com eventos de música popular (bumba-meu-boi, escolas de samba, corais, rodas de capoeira, hip hop etc) em diversos pontos da cidade no mês de setembro; estimular a realização de feiras gastronômicas, com destaque para a gastronomia do Maranhão; e criar aplicativo para veicular as músicas dos artistas locais, estimulando a venda de suas produções musicais. No turismo, interligando com esses eventos culturais, estruturar, com o trade do turismo, um trabalho que possa estimular feiras e eventos culturais na cidade em períodos de baixa temporada; divulgar o calendário de eventos culturais nacionalmente; criar linhas de ônibus destinadas apenas ao turismo, com deslocamento para pontos turísticos consagrados da cidade; estruturação da área do Rio das Bicas como novo ponto de lazer da cidade; fomentar eventos esportivos (festivais de surfe, campeonatos de bike e de skate, por exemplo); e reduzir a carga tributária e o custo da taxa de iluminação pública das empresas que atuam no segmento de turismo na cidade”.

Eduardo Braide (Podemos)

“É fundamental o desenvolvimento de um plano municipal de Cultura e Turismo que fomente atividades culturais o ano todo. Para isso, é indispensável o diálogo com o trade turístico e os nossos ativistas culturais (artistas, músicos, grupos, produtores, etc) de São Luís. A nossa cidade tem todas as condições, a exemplo de outras capitais, de ter a cultura e o turismo verdadeiramente valorizados e como fonte de renda o ano inteiro para as pessoas. Essa será a nossa prioridade!”

Neto Evangelista (DEM)

“A Cultura e o Turismo são áreas que serão tratadas como linha de frente da nossa gestão afinal de contas São Luís tem 51% do PIB concentrado no setor de serviços, e destes, 60% está relacionado ao turismo. Nesse viés, teremos como prioridade a limpeza das praias, a reformulação da infraestrutura e da parte arquitetônica da litorânea, a revitalização real do centro histórico e a valorização e financiamento permanente do bumba meu boi. E é exatamente esse conjunto de ações que será um dos principais responsáveis para nossa recuperação econômica. Depois de vencida a pandemia, a partir de 2021, continuaremos com o nosso São João tradicional no mês de junho. Entretanto, daremos continuidade à festança no mês de julho, transformando-o no maior São João do Brasil. Temos muita cultura pra mostrar”

Saulo Arcangeli (PSTU)

“São Luís possui uma grande diversidade de manifestações culturais que se apresentam durante todo o ano. Não defendemos que o Estado se aproprie da cultura, nem que a instrumentalize para usar em seu benefício, mas, sim, ter o papel de estimular cada vez mais a criação, o acesso e desenvolvimento das múltiplas expressões da cultura em nosso município, pois esta, além de belíssima, estimula a geração de emprego e renda e avança com o turismo no município. Em um governo do PSTU, iremos ampliar o investimento na cultura e o Conselho Municipal de Cultura, formado por integrantes das manifestações culturais nos bairros e nas comunidades das zonas urbana e rural, escolhidos de forma democrática e igualitária, para ser definido as prioridades e a sua utilização, seja em relação às práticas culturais, espaços públicos permanentes, centros culturais, festivais artísticos, dentre outras reivindicações. É preciso também ampliar a noção de cultura para, inclusive, respeitar o modo de vida das comunidades e populações tradicionais, assegurando-lhes total capacidade de reprodução de sua existência, desde suas manifestações artísticas até seu modo de sobrevivência material ameaçado pelas iniciativas de grandes projetos de “desenvolvimento econômico”.

Duarte Júnior (Republicanos)

“Levando em consideração a importância do São João para nossas tradições culturais e para a economia do nosso Estado, penso que no próximo ano, será possível fazer um calendário estendido de quatro meses de festas no Maranhão, pensado e dialogado, claro, com todos os grupos e movimentos culturais que são a alma do nosso São João. Medidas semelhantes acontecem em outros estados, como por exemplo em Gramado, onde as festas natalinas duram mais do que quatro meses. O Círio de Nazaré, no Pará, a Festa do Divino também aqui no Maranhão, a Congada em vários estados, o Carnaval em Salvador e Recife, onde a iniciativa privada patrocina as festas relacionadas ao frevo e às suas culturas locais, e há um rendimento muito importante para cada cidade e cada estado. De acordo com dados do Imesc, R$ 1 real investido em cultura se transforma em 4 reais de receita para o estado, que deve ser investido na garantia da preservação das tradições e fortalecimento dos grupos culturais tradicionais. Além disso, essa receita também pode ser investida em outras políticas, como educação, segurança, saúde e outras áreas necessárias para termos mais desenvolvimento e qualidade de vida. Além disso, é bom frisar que toda uma cadeia produtiva tem rendimentos em razão do bumba meu boi e da cultura em geral. Outra medida é prorrogação dos prazos de validade de autorizações e licenças de funcionamento para bares, restaurantes, hotéis e casas de evento. Cada autorização tem o seu período de validade. O alvará do Corpo de Bombeiros, por exemplo, tem prazo de 12 meses, enquanto a autorização da Delegacia de Costumes vale apenas por três meses. Diante disso, ao invés dos empreendedores terem um prejuízo ainda maior pagando essas taxas, terão um fôlego financeiro para manter suas atividades. É possível também reduzir impostos, por exemplo o ISS, como já ocorre em Curitiba (redução de 5% para 2%), que resulta em ocupações recordes da rede hoteleira durante todo o ano em razão do calendário de eventos. E podemos criar áreas de livre turismo para que em São Luís passemos a ter eventos culturais que possam ocorrer até o amanhecer, como já acontece em Salvador, Fortaleza e Recife, inclusive protocolei o projeto Lei dos Festivais na Assembleia”.

Rubens Júnior (PCdoB)

“Num contexto de fortes e desafiadores impactos das nossas atividades culturais em função da pandemia, fortalecê-las deve ser uma prioridade, a começar pela valorização do Plano Municipal de Cultura, em 2014, foi transformado na Lei nº 5.921 pela Câmara dos vereadores e possui a previsão de implementação de um enorme número de ações voltadas para o cumprimento 45 metas no campo da cultura da nossa cidade até o ano de 2024. Também propomos a integração da cultura popular às escolas, dentro de uma dinâmica de ampliação do Ensino Integral; fomento à cultura nos bairros, sobretudo nas comunidades mais vulneráveis e Zona Rural, com reforço de recursos para o lançamento de editais e demais mecanismos de investimentos no setor. No setor do Turismo, precisamos traçar estratégias para logística que permitam a exploração da cidade de São Luís associada a outros atrativos do estado, como os Lençóis Maranhenses, Chapada das Mesas e cidades da região metropolitana. Precisaremos articular escalas de voos mais cômodas ou trechos diretos para São Luís, de forma a possibilitar maior acesso de turistas de alto poder aquisitivo à cidade. A política de estímulo ao turismo deve ser pensada de maneira integrada às demais políticas públicas de geração de renda. Articular as potencialidades turísticas de São Luís e das cidades vizinhas, tanto em termos territoriais como em termos setoriais, fortalecendo assim os diversos elos da cadeia, além de qualificar mais mão de obra, investir em infraestrutura, garantir mais parcerias com outros entes da federação e o setor de empreendedorismo na área, também são nossas prioridades”.

Yglésio Moisés (Pros)

“Nós já começamos um diálogo com pessoas da cultura pra gente avaliar as principais demandas e acompanhar pela lógica e pelo olhar deles sobre o que precisa ser mudado. Temos que criar um sistema autônomo, com incentivos justos, equilibrados, com direitos iguais para todos que fazem cultura e deixar a porta da Prefeitura sempre aberta para o diálogo, porque a cultura é orgânica, muda o tempo todo e precisa de atenção, de um diálogo constante.A política cultural de São Luís precisa de uma gestão que transcenda o mandato. Isso que vamos fazer! O Plano Municipal de Cultura foi feito com diversas mãos e cabeças. Entrou em vigência em 2014 e vai até 2024. Temos que fazer uma reavaliação com os atores culturais destes 6 anos em que o Plano Municipal está vigente, reconsiderar os pontos que não avançaram e fazer as correções necessárias. Para ao final dos quatro anos de gestão, possamos atingir todas as metas e objetivos previstos no Plano e ter de fato políticas públicas efetivas. É preciso consolidar dispositivos de financiamento da cultura, como a lei de incentivo municipal, fazendo uma lei justa para artistas, produtores e fazedores de cultura. A Prefeitura de São Luís não pode ter o objetivo de ser produtora de eventos, concorrendo com os produtores culturais e artistas. Queremos, sim, criar um ambiente para novos negócios culturais alimentando toda uma economia criativa, atraindo empresas e patrocinadores para nossas festas, paralelo a isso, seremos a maior divulgadora das grandes festas, como o Carnaval e o São João. Também devemos incentivar a ocupação da cidade por meio da cultura e do esporte. Como exemplo disto, um projeto apresentado no mandato de deputado estadual ainda no ano passado, será uma das nossas primeiras ações: o Beira-mar de Todos, um projeto que vai levar famílias, praticantes de esportes e amantes da cultura para a Avenida Beira-Mar aos domingos, em horário paralelo ao da Feirinha São Luís, que deve ser mantida com alguns ajustes para incluir mais as pessoas, os vizinhos da Feirinha e o modelo a ser replicado nos bairros seguirão incluindo os moradores… E mais: valorizando os artistas, com o pagamento devido de seus cachês. Com a crise provocada pela pandemia, o turismo foi um dos setores da economia mais afetado. Eu acredito, porém, que podemos nos recuperar rapidamente. Para isso, faremos da Secretaria de Turismo uma verdadeira agência de divulgação do “Destino São Luís”, temos que dialogar com companhias aéreas, grandes agências de viagens, redes hoteleiras e todo o setor produtivo do turismo a procura de saídas para fazer de São Luís um destino barato e atrativo no Nordeste. Com a economia abalada, os destinos com os melhores custos-benefícios vão estar no topo da lista de prioridades dos turistas. Se preciso for, irei pessoalmente divulgar São Luís nas principais feiras de turismo do Brasil e do mundo. Toda nossa plataforma de governo para a cultura e turismo estarão disponíveis em breve na Internet para interação e construção contínua de um plano de governo que seja o espelho da nossa sociedade”.

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