POLÍTICA

Quem é Rolando Alexandre de Souza, o novo diretor da Polícia Federal

Souza era o braço direito de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. A nomeação foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (04). Souza era o braço direito de Alexandre Ramagem como secretário de Planejamento e Gestão na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

“Com isso, pela primeira vez temos um alinhamento completo de uma agência de inteligência, que é ligada ao Executivo, com uma entidade de Estado. Havia o temor de que isso acontecesse”, diz uma fonte na Polícia Federal.

Desde o último dia 24, o cargo tem gerado grande polêmica com a exoneração do então diretor-geral Maurício Valeixo, que causou o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que saiu acusando o presidente de interferência política na PF e se tornou o novo inimigo de bolsonaristas. 

Depois de retirar Valeixo, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No entanto, após o ex-juiz federal dizer que o presidente queria alguém do seu contato pessoal, para quem ele pudesse ligar e colher informações de relatórios de inteligência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação na última quarta-feira (29/4) falando de princípios de impessoalidade em sua justificativa. Bolsonaro, no entanto, disse que “não engoliu” a decisão, chamando o ato de “político”. 

A decisão de nomear Rolando Alexandre de Souza para chefiar a instituição é vista como uma solução para continuar os serviços da agência, enquanto Bolsonaro tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Alexandre de Souza

Após duas semanas conturbadas em relação à escolha do novo diretor-geral da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu nomear, nesta segunda-feira (04/05), Rolando Alexandre de Souza para o cargo, no lugar de Maurício Valeixo. Ele foi indicado por Alexandre Ramagem, que chegou a ser nomeado para a direção da corporação, mas foi impedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribuna Federal (STF).

Braço direito de Ramagem, Rolando Souza é delegado da Polícia Federal, mas exercia o cargo de secretário de Planejamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A indicação é vista como uma estratégia de Bolsonaro para manter a influência de Ramagem – que é amigo da família – na chefia da corporação.

Rolando foi superintendente da Polícia Federal em Alagoas entre 2018 e 2019. Em setembro do ano passado, ele assumiu a secretaria de Planejamento e Gestão da Abin a convite de Ramagem.

Na PF, Rolando também teve o cargo de chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos, além de ocupar cargos de chefia na Divisão de Combate a Crimes Financeiros e na superintendência em Rondônia.

Em 2007, ele chefiou a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em Rondônia. Rolando também fez parte da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Além disso, é especialista em crimes financeiros.

Segundo policiais federais consultados pelo Metrópoles, Rolando é conhecido por ser um profissional aberto ao diálogo e com predileção por números na hora de elaborar ações da PF.

De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, por mais que tenha uma carreira que desperta o respeito entre seus pares, a categoria estará atenta a possíveis interferências de ordem política na instituição.

“Ele chega com o peso da denúncia e do impedimento de [Alexandre] Ramagem”, explica Boudens.

Os impasses relacionados ao órgão começaram quando o chefe do Executivo decidiu exonerar Maurício Valeixo e indicar um novo nome. A iniciativa resultou no pedido de demissão do então ministro da Justiça, Sergio Moro, que não aceitou a interferência de Bolsonaro.

Segundo Moro, o presidente queria “interferir politicamente” na PF, indicando alguém “do contato pessoal dele, para colher informações e relatórios de investigações”.

Mesmo após as acusações do ex-juiz da Lava Jato, Bolsonaro decidiu nomear Alexandre Ramagem, amigo do clã. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Trubunal Federal (STF) barrou a nomeação.

*Com informações dos site Metrópoles e Correio Braziliense

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