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Porque o Maranhão Atlético Clube não deu certo em 2020?

Maranhão Atlético Clube termina temporada 2020 com rebaixamento após grande investimento para as últimas duas partidas do Campeonato Maranhense 2020

Reprodução

Encerrada a participação do Maranhão Atlético Clube no Campeonato Maranhense desta temporada, o momento é de tristeza, porque o time foi rebaixado para a Série B de 2021.

 É a segunda vez que ocorre  esse fato negativo na história do time chamado carinhosamente pela sua torcida de  Glorioso e “Demolidor de Cartazes”. O primeiro rebaixamento foi recente e aconteceu em 2014.

Em entrevista a O Imparcial, o presidente Robson Paz analisa o vexame e fala dos planos para 2021 caso permaneça no comando, uma vez que seu mandato termina em  dezembro deste ano.

O Imparcial – O que faltou para a montagem de um time mais competitivo desde o início da temporada?

Robson Paz – O time não deixou de ser mais competitivo durante a competição. O Maranhão foi competitivo antes da pandemia e esteve num período do campeonato nas primeiras contratações. Começamos derrotando o Imperatriz, campeão do ano passado, depois tivemos um empate contra o Sampaio, um time de Série B do Brasileiro. 

Portanto, tínhamos uma equipe em boas condições  no início da competição. Num primeiro momento, no início da temporada é muito mais difícil,  tivemos mais dificuldades de ordem financeira,  mas conseguimos fazer um time forte, tanto que estivemos nas primeiras rodadas ocupando as primeiras colocações. Infelizmente, não deu certo.

Por que não deu certo mesmo depois das contratações?

Mesmo reforçados,  tivemos um tempo de preparação que consideramos insuficiente. O time fez dois bons jogos do ponto de vista técnico,  contra Juventude e Moto Club. Nas duas partidas, criamos várias oportunidades, tivemos domínio em boa parte dos jogos, mas infelizmente não conseguimos transformá-las  em gols e em vitórias.

Até que ponto o time pode ter sido prejudicado pelas arbitragens como chegou a ser comentado desde o jogo com o Juventude?

Nós tivemos arbitragens muito ruins durante a competição,  quando erraram  exatamente em jogos contra o Maranhão. 

Contra o Pinheiro tivemos um pênalti  marcado quando nosso time vencia  por 2 x 0 e aquele gol incentivou a reação do time local,   que acabou vencendo, de virada, por 3 x 2. Após a pandemia, no jogo contra o Juventude,  o jogo estava equilibrado, o time ia bem, mas houve a marcação de um pênalti escandaloso. Todos os que acompanhavam aquela partida foram categóricos em afirmar que não houve sequer contato do jogador do MAC contra o atacante do time da casa. Claro que isso influencia qualquer partida, mas eu não atribuo apenas aos erros de arbitragem o rebaixamento do Maranhão. Mas, claro que isso influencia e,  com certeza esses erros contribuíram para levar nosso clube ao rebaixamento.

A montagem de um novo time dentro da competição não atrapalhou o entrosamento?

Não, porque a montagem do Maranhão após a pandemia ocorreu dentro de uma visão de reforçar tecnicamente nosso time. 

Fizemos contratações, reconhecidamente, de bom nível técnico. Cito o Juninho Arcanjo, que na temporada passada teve grande atuação pelo Moto. Todos  já conhecem a qualidade técnica dele.Também aplaudiram a contratação do Betinho, atacante, que foi campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras e pelo Coritiba quando conquistou a Série B do Campeonato Brasileiro, e mais recentemente campeão pelo Paysandu-PA, e que estava fazendo um bom campeonato pelo Altos-PI. Conseguimos elevar o índice técnico com outras contratações, como o lateral Michel, o volante Heider e o atacante Gileard. 

Não entendo que a montagem do time dentro da competição tenha atrapalhado, porque todos os concorrentes estavam parados e o Maranhão foi o primeiro a voltar às atividades. Então, tivemos 30 dias de treinamento, ao contrário de outros, que tiveram problemas.

Tecnicamente, você acha que o time foi bem nas duas apresentações da segunda fase?

O time fez duas partidas de bom nível, criando muitas oportunidades. Contra o Juventude, foram seis chances reais de gol que não foram convertidas.  Contra o Moto, tivemos também seis oportunidades claras, mas não deu para sair o gol. E futebol o que vale é gol, que dá a vitória ao clube.

Quanto ganhava o atacante Betinho, um jogador que veio para resolver o problema de gols e não marcou nenhum?

(O dirigente não quis comentar sobre este assunto, limitando-se a permanecer em silêncio)

Investir nas divisões de base do Bode Gregório

Seu mandato vai até quando? Você pretende continuar na presidência?

Eu tenho mandato como presidente do Conselho Diretor até 31 de dezembro deste ano. Estamos, portanto,  com sete meses, mas vou cumprir até o final. Tenho plena consciência de estar fazendo um trabalho correto. Demos todas as condições possíveis para que jogadores, comissão técnica, funcionários , dentro da nossa realidade, mas infelizmente os resultados não aconteceram.

Qual o futuro do MAC após esse rebaixamento?

Vamos investir nas categorias de base, que foi algo que nós retomamos nesta gestão. O Maranhão praticamente há duas décadas não investia nesse setor,  conquistamos um campeonato sub-17 no ano passado, chegamos  entre os primeiros colocados em 2019, ficamos de fora por critério de desempate, um cartão vermelho. Mas nós vamos continuar esse trabalho nas categorias de base,principalmente  no Sub-19. No Sub-17,  vamos disputar a Copa do Brasil deste ano e nos preparamos para que  possamos  voltar e continuarmos mais fortes no ano que vem,  também brigando para voltar à Série A do Campeonato Maranhense.

E o que você tem a dizer à torcida maqueana,  que certamente está muito chateada nesse momento?

Primeiro quero me solidarizar com a torcida. Antes de estar presidente do Maranhão sou torcedor. E tanto quanto o torcedor nós ficamos muito tristes com esse resultado. Vamos disputar a série B no ano que vem, mas isso não é algo inédito na vida do Maranhão Atlético Clube,  que disputou em  2014 e em 2015 voltou à elite. Outros grandes clubes,  como por exemplo, o Moto, já disputaram a Série B e nem  por isso deixaram de existir. Nacionalmente, o Vasco já caiu, o Botafogo, o Palmeiras, Corinthioans e Cruzeiro, recentemente,  mas conseguiram se reinventar, reconstruir a volta à elite. Vamos  tomar isso como exemplo. Que o torcedor do Maranhão continue torcendo e dentro das possibilidades, participem efetivamente, porque o maior patrimônio de um clube é a torcida.

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