FUTEBOL

Conheça os maranhenses que fazem sucesso no exterior

Saiba um pouco mais sobre os jogadores que estão fazendo sucesso jogando longe de casa

Reprodução

O Maranhão, há décadas, vem mostrando que é um celeiro de grandes craques, mesmo sem investir no futebol de base, como ocorre nos grandes centros. O que muitos torcedores não conseguem compreender são os motivos pelos quais tantos jogadores que aqui nasceram, fazem sucesso por esse Brasil afora, e também no exterior, sem terem passado nem mesmo por agremiações de menor expressão na capital ou do interior.

Há, porém, outros que foram preparados desde as escolinhas para se formarem atletas de renome. São garotos que desde cedo mostraram qualidades e foram incentivados pelos pais ou responsáveis. Hoje, temos profissionais atuando em vários países da Europa e da Ásia. Enquanto isso, aumenta cada vez mais o número de importações, cuja principal característica  é a quantidade sem qualidade. Sem bons jogadores, as disputas locais e a oscilação nas competições nacionais, o Castelão – nossa principal praça de esportes – tem apresentado baixas médias de público.

Num passado não muito distante, isto é, a partir dos anos 80, foram poucos os craques maranhenses que foram vistos no Castelão, e ainda hoje, quem os viu jogar afirma que ainda estão por surgir talentos capazes de orgulhar as cores de seus clubes. Depois de Wamberto, Raimundinho Lopes, Rubenilson, Jânio, Kléber Pereira, Beato, Jakson, Klemer (a lista é imensa) e tantos outros que chamaram a atenção de clubes estrangeiros, poucos craques foram preparados e brilharam aqui.  Em território brasileiro, há jogadores maranhenses em todas as regiões. O volante Márcio Araújo (ex-MAC) já brilhou em grandes clubes brasileiros, inclusive no Atlético-MG, Palmeiras-SP e Flamengo-RJ. O meia Válber, do bairro São Cristóvão, foi parar no Corinthians e até vestiu a camisa da Seleção Brasileira, como ocorreu com Jakson. Clayton foi parar na Tunísia, naturalizou-se e disputou uma Copa do Mundo. Klemer foi campeão mundial de clubes pelo Inter-RS.

Destaques de hoje

Hoje, entre os grandes destaques da atualidade está Ekelson,  31 anos, nascido no município de Coelho Neto, atuando no futebol chinês depois de revelado pelo Botafogo do Rio de Janeiro. Antes de chegar ao Guangzhou Evergrande, em 2016 foi vendido ao Shanghai SIPG onde ficou até julho de 2019 quando retornou ao Guangzhou Evergrande.

É o maior artilheiro da história da Super Liga da China com 103 gols marcados, posto assumido em 11 de agosto de 2019, ano em que abdicou da nacionalidade brasileira e se naturalizou chinês para poder jogar pela seleção de futebol daquele país.

Em Portugal, Carlos Vinícius, de 24 anos, atacante maranhense que defendeu Santos e Palmeiras nas categorias de base, com passagens por Caldense, Grêmio Anápolis e atuou pelo Real Sport Clube, de Portugal,  é um dos grandes destaques.

Contratado em definitivo pelo Napoli da Itália, ele atuou pelo Mônaco, e hoje veste a camisa do Benfica, que pagou 17 milhões de euros ao clube italiano.

Outro atacante do futebol maranhense que faz sucesso em Portugal é Dyego Sousa.Exímio goleador, também está na lista dos grandes  artilheiros do futebol luso. Já atuou ao lado de Cristiano Ronaldo nas Eliminatórias da Eurocopa. Sua carreira começou no Moto, passou pelo Palmeiras, esteve no Operário Ferroviário (PR) e passou por vários clubes da faixa intermediária portuguesa como Leixões, Tondela, Portimonense e Marítimo.

Pablo e  Léo Silva

Na lista dos bons jogadores maranhenses que atuam  na Europa não poderia ficar de fora o zagueiro Pablo, que chegou a ser convocado pelo técnico Tite para a Seleção Brasileira.

Ele começou a ser mais conhecido a partir do momento em que passou a vestir a camisa do Corinthians, quando foi campeão paulista e do Brasileiro  em 2017. Suas boas atuações valeram  uma transferência para o Bordeaux, da França.

No futebol asiático, outro maranhense  faz sucesso: Léo Silva, que hoje atua no Kashima Antlers. Depois de ser transferido para a URT de Minas, foi vendido parte de seu passe ao Cruzeiro. Ainda sub-20, esteve na Seleção Brasileira vencedora do Torneio de Shizuoka, no Japão, em 2004. Neste ano, chegou ao Ipatinga, onde fez parte da ascensão do clube que culminou no título de campeão mineiro em 2005. Léo Silva voltou ao Cruzeiro em 2007 e conquistou o Estadual outra vez em 2008. Pouco aproveitado pelo treinado Adílson Batista, foi emprestado ao Ipatinga,   e depois  ao Botafogo-RJ. Em dezembro de 2012, já na Portuguesa-SP, foi para o futebol japonês.

Em família

Ex-meia do Ajax da Holanda, o meia Wamberto, revelado no Ferroviário, com passagem pelo Sampaio Corrêa por indicação de Gil Babaçu, ao “pendurar as chuteiras” como profissional e fazer um bom “pé de meia”, decidiu investir nos filhos.

Hoje, orgulha-se quando fala de Danilo Maciel,  meia do Dínamo Misk, na Belaruússia. “Ele se destacou no futebol da Bélgica e atuou ao lado de craques como Hazard, que disputou a última Copa. Também, outro filho (Wansderson) que é atacante e atua pelos lados do campo, joga no Krasodar, na Rússia, e ambos têm uma carreira brilhante”.

Ao analisar o grande número de jogadores maranhenses fora do Estado e se destacando até fora do Brasil, Wamberto lamenta que muitos deles não tenham passado pelos principais clubes. “Falta mais investimento nas categorias de base. Trabalhando de forma organizada e acreditando  nessa garotada,  os clubes bem que poderiam ter um bom retorno e hoje se encontrarem  bem melhores, financeiramente. Também poderiam ter olheiros no futebol do interior, pessoas capazes de ir descobrindo jovens talentos. Sei das dificuldades, mas falta um pouquinho de coragem dos dirigentes. Da minha época até hoje saiu muita gente boa daqui”.

Falta mais investimento nas categorias de base. Trabalhando de forma organizada e acreditando  nessa garotada,  os clubes bem que poderiam ter um bom retorno

Rubenilson é outro profissional que saiu do Maranhão e foi atuar na Bélgica, mas já retornou a São Luís. Aqui,  ele tentou montar um projeto para recrutar atletas de uma  escolinha.Trabalhou para o Moto, chegou a comandar uma equipe das divisões de base, mas ao perceber que não tinha apoio para desenvolver seu trabalho, desistiu. “Os clubes daqui estão muito longe de se organizarem para investimentos nas divisões de base. O dia em que isso for possível, teremos bom aproveitamento, pois talento é o que não alta em nosso futebol”.

Dificuldades

O Maranhão Atlético é um clube que sempre se destacou pela valorização da “prata da casa”. Ao longo dos anos tem montado suas equipes sempre apoiadas nas divisões de base. Também revelou jogadores para outros estados. No momento, entretanto, tem dificuldades para prosseguir esse trabalho, segundo o presidente Robson Paz. “Temos valorizado bastante nossos jovens, mas não é fácil manter uma divisão de base. É preciso ter estrutura financeira, ou seja, investir em comissão técnica, nos futuros craques, tudo isso tem um custo muito alto. O Maranhão obteve retorno com o título do sub-17, mas se agente não consegue manter o vínculo do jogador aparecem os aproveitadores e levam. Essa questão de contratar olheiros, também  é muito difícil. Tudo tem um custo e se tivéssemos essa condição, com certeza já teríamos investido nesse sentido. Falta apoio de patrocínio e  principalmente dos torcedores, que não se tornam sócios. Temos um número muito reduzido nesse projeto”, disse Robson.

Temos valorizado bastante nossos jovens, mas não é fácil manter uma divisão de base. É preciso ter estrutura financeira, ou seja, investir em comissão técnica, nos futuros craques, tudo isso tem um custo muito alto

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