ESQUEMA FRAUDULENTO

Pirâmides no Maranhão movimentam mais de R$ 1 bilhão

As pirâmides financeiras são investigadas pela Delegacia de Defraudações em São Luís. Os casos já movimentaram mais de R$ 1 bilhão e contabiliza várias vítimas

Reprodução

O inquérito instaurado na Delegacia de Defraudações da Polícia Judiciária do Maranhão, está há quase um ano sem andamento, em face a falta de resposta do Banco Central ao ofício das autoridades policiais maranhenses, sobre a movimentação financeira da empresa PH Participações, que comandou um esquema fraudulento, causando prejuízos em torno de dois milhões de reais a “investidores” incautos.

A solicitação feita pelo delegado Jânio Pacheco, titular da Delegacia de Defraudações, há 10 meses, buscando informações da movimentação financeira da empresa de Paulo Henrique, conhecido como PH, visando a identificação de outros envolvidos nos crimes praticados contra a economia popular por aquele empresário e seus parceiros.

A Pirâmide da PH Participações contava com um número grande de colaboradores, que eram remunerados com comissões em torno de 5% do valor investido por pessoas que acreditava que seriam beneficiados com o dobro do valor aplicado.

Dessa forma os mentores do esquema se locupletaram com o dinheiro alheio. Como toda pirâmide, o esquema de PH acabou e agora, ele e seus parceiros estão envolvidos com a Polícia e a Justiça, que apuram as responsabilidades. Todos que decidiram enveredar nesse caminho sabiam do risco e da ilegalidade do negócio e, mesmo assim, investiram seu dinheiro, cuja origem é bastante duvidosa.

O esquema de PH foi posto em prática quando membros de outra Pirâmide Financeira, considerada a maior, tendo como mentor o médico Abdon Murad Júnior, que teria movimentado valores em torno de R$ 1 bilhão.

Estes se organizaram e criaram o novo esquema, dando origem à PH Participação sediada em salas luxuosas do edifício Península Mall & Offices, na Ponta d’Areia.

Pedro Henrique (PH) iniciou seu “trabalho” com um grupo de 11 agenciadores responsáveis em recrutar “investidores” para alimentar o esquema fraudulento, conseguindo seus objetivos facilmente por serem de muito prestígio e que conheciam pessoa possuidoras de condições financeiras, capazes de investir altos valores com promessa de retorno num curto espaço de tempo. Estes agenciadores, depois que ganharam muito dinheiro, abandonaram o esquema, deixando os “investidores” com o prejuízo. Agora Polícia Judiciária investiga todos os casos relacionados com o esquema fraudulento para apurar e definir responsabilidades.

Sem prazo para conclusão do inquérito

A Pirâmide que antecedeu a esta, teve o mesmo destino. Causou prejuízos em grande monta e está sendo investigada pela 4ª Delegacia Distrital, localizada no bairro do Vinhais, tendo o seu titular, delegado Dominice, ouvido várias pessoas vítimas e partícipes do esquema e não tem ainda prazo para concluir os trabalhos investigativos que irão compor a peça informativa que será encaminhada ao judiciário.

Como funcionam as pirâmides financeiras

Esquemas de pirâmide parecem começar inocentemente. Muitas vezes, são amigos, familiares ou vizinhos que iniciam o processo de recrutamento, geralmente envolvendo potenciais parceiros de vendas pessoalmente, por telefone, por e-mail ou online (especialmente em mídias sociais).

Um indivíduo ou grupo pequeno no topo do esquema de pirâmide coloca uma pequena quantia de dinheiro, ou em muitos casos, nenhum dinheiro, para uma oportunidade de enriquecimento rápido, e então cobra outros membros do grupo para se juntarem. A ideia é vender um produto ou serviço, muitas vezes de baixa qualidade, ou, na verdade, fingir ter um produto ou serviço, e convencer pessoas de fora a participar e cobrar deles. Abaixo da escala da pirâmide, os investidores mais novos investem dinheiro em um esquema de pirâmide, fornecendo assim o dinheiro necessário para pagar os primeiros investidores.

As contas financeiras são criadas, os lucros gerados e os cheques são cortados para os investidores. Nesse ponto, tudo parece estar em ascensão, embora nenhum único produto ou serviço tenha sido vendido para respaldar o investimento – embora os investidores ainda não saibam disso. Eventualmente, fica mais difícil recrutar novos membros no esquema da pirâmide. Quando isso começa a acontecer, há menos dinheiro para pagar os investidores já envolvidos no esquema. Quando os investidores anteriores do esquema sacam dinheiro, não há dinheiro suficiente para pagar o resto dos investidores na base da pirâmide. Quando esses investidores tentam lucrar também, descobrem que não há mais dinheiro para pagá-los, e o esquema da pirâmide desmorona sob seu próprio peso.

Em suma, a ideia com um esquema de pirâmide é fazer dinheiro não de um ótimo produto ou serviço, mas de recrutamento – ou seja, convencer os outros a pagar dinheiro para participar de uma oportunidade de ganhar dinheiro, então ter esses participantes recrutam outras pessoas para participar, até que não haja mais ninguém para recrutar e nem mais dinheiro para ser feito. Neste ponto, os criadores do esquema já deram no pé.

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