PGR

Janot fica em 1º lugar na votação para procurador-geral da República

Cabe a presidente Dilma Rousseff indicar o escolhido, que precisará passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e ser aprovado em votação secreta no plenário da Casa

janot
Com uma votação maior do que a obtida há dois anos e, em uma sinalização clara de apoio da classe à Operação Lava-Jato, o procurador-geral da República Rodrigo Janot foi eleito nesta quarta-feira (5/8) pelos seus pares para encabeçar a lista tríplice que definirá quem estará à frente da Procuradoria Geral da República (PGR) pelo próximo biênio. Com 799 votos de membros do Ministério Público Federal (MPF), ele deve ser indicado nas próximas semanas pela presidente Dilma Rousseff (PT) para permanecer no cargo e ter o nome submetido a sabatina no Senado Federal – embora não haja obrigação de optar pelo mais votado, essa tem sido a tradição do Palácio do Planalto.
Na consulta feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), entraram ainda na lista tríplice os subprocuradores-gerais Mario Bonsaglia, com 462 votos, e Raquel Dodge, com 402. Ficou de fora o candidato de oposição a Janot, subprocurador Carlos Frederico Santos, com 217 votos. Em 2013, na primeira vez que foi indicado por Dilma, Janot havia obtido 511 votos. Na atual campanha, a continuidade do combate à corrupção foi colocada por Janot como um objetivo para um eventual segundo mandato.
O resultado já era esperado. Atual carrasco do Palácio do Planalto e de vários parlamentares, Rodrigo Janot conduz as investigações de corrupção na Petrobras, na chamada Operação Lava-jato. Em meio a seu processo de provável recondução ao cargo, ele deve oferecer denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra vários políticos apontados como participantes do sistema de pagamento de propinas na estatal. Esse é o motivo de resistência de alguns senadores, como Fernando Collor (PTB/AL), que está na lista dos investigados e trabalha pela rejeição de Janot no Senado.
Outro inimigo declarado é o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), que, durante a campanha acusou o procurador-geral de ter levado um dos delatores da Lava-Jato, o ex- consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, a mudar seu depoimento. Na versão mais atual, ele disse que Cunha lhe cobrou US$ 5 milhões de propina.
A votação ocorreu em mais de oito horas em todo o país. Dos 1.244 associados à ANPR aptos a votar, compareceram 983, 79%, um “recorde histórico”, segundo o presidente da entidade José Robalinho Cavalcanti. Ele reforçou que a lista apresenta os nomes legitimados pelo reconhecimento na carreira
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