ANÁLISE

Impeachment sem provas concretas prejudicaria o Brasil, diz jornal americano

Para o New York Times, país está “em frangalhos”. Mas liberdade do Ministério Público nas investigações da Lava-Jato garante fortalecimento da democracia

Impeachment sem provas concretas prejudicaria o Brasil, afirma NYT

“Ainda não há evidências de ações ilegais cometidas pela presidente Dilma Rousseff, e tirar a presidente do cargo causaria sérios danos a uma democracia que ganha força há 30 anos”. Essa é a análise do jornal norte-americano New York Times sobre a atual crise política brasileira, de acordo com editorial publicado nesta terça-feira.

O jornal responsabiliza Dilma “por grande parte da má gestão que afundou a economia do Brasil”, e salienta que os equívocos com a política econômica “não caracterizam crimes de responsabilidade”.
O New York Times ainda aponta ações positivas de Dilma Rousseff na condução dos escândalos políticos e da crise econômica. “Não há nada que dê a entender que qualquer outro líder irá fazer algum trabalho melhor com a economia”, disse o editorial, ao defender medidas de austeridade do ajuste fiscal adotadas pelo governo.
A liberdade de investigação para o Ministério Público e as prisões de altos executivos de empreiteiras envolvidas com o esquema de corrupção na Petrobras também foram elogiadas. A presença de Marcelo Odebrecht e José Dirceu na cadeia representam “um revés para a cultura arraigada de impunidade entre as elites governamentais e empresariais”, analisou o NYT.
A postura de Dilma Rousseff em não coibir o andamento da operação Lava-Jato foi classificada como “admirável” pelo jornal norte-americano. Mesmo com os problemas políticos e dúvidas criados sobre os sete anos de mandato como presidente da Petrobras, “Ela não fez esforço para restringir ou influenciar as investigações”, e Dilma ainda “tem salientado repetidamente que ninguém está acima da lei”. Segundo o jornal, as ações mostram o fortalecimento das instituições democráticas no Brasil.
O texto termina em tom de conselho aos brasileiros, e afirma que apesar dos tempos difíceis e frustrantes, “as coisas tendem a piorar antes de melhorar”. E alerta que “a solução não deve ser a de minar as instituições democráticas, garantias da estabilidade, credibilidade e um governo honesto”.
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