EDITORIAL

Partidos e o jogo pesado de 2016

Distante 14 meses das eleições municipais de 2016, os partidos no Maranhão vivem momento de tensão interna na busca de acomodações que resultem em voto e em poder nas prefeituras e câmaras de vereadores. A crise de identificação passa por todas as legendas com alguma chance de eleger prefeito nas principais cidades, o que representa […]

Distante 14 meses das eleições municipais de 2016, os partidos no Maranhão vivem momento de tensão interna na busca de acomodações que resultem em voto e em poder nas prefeituras e câmaras de vereadores. A crise de identificação passa por todas as legendas com alguma chance de eleger prefeito nas principais cidades, o que representa poder de barganha nas eleições gerais de 2018. Até a improvável saída do prefeito Edivaldo Júnior do PTC para ingressar no PDT tem sido debatida, mesmo sem que ele fale do assunto.
O PMDB, por exemplo, encontra-se em crise desde o resultado das eleições de 2014, quando perdeu o governo e enfraqueceu sua poderosa máquina de votos no interior. O próprio presidente regional, senador João Alberto, admite que o partido sairá menor, em número de prefeitos, das próximas eleições, comparando com o desempenho de 2012. Já no PSB, o ambiente socialista entre o deputado federal José Reinaldo e o senador Roberto Rocha azedou de vez. Os dois parecem ainda trazer ressentimentos das eleições de 2010, quando disputaram a eleição de senador e nenhum ganhou, facilitando a vitória de João Alberto, do PMDB.
O partido de Roseana Sarney, de Edison Lobão, João Alberto e Lobão Filho já perdeu nomes importantes, como o ex-ministro do Turismo e ex-deputado federal Gastão Vieira, hoje comandando o PROS; o ex-secretário da Infraestrutura, Luís Fernando Silva, um estranho no ninho tucano; e a ex-deputada Vianey Bringel, que assinou a ficha do PCdoB, por onde concorrerá à Prefeitura de Santa Inês.
Dos que permanecem, o deputado Max Barros e a vereadora e secretária de Saúde do Município, Helena Duailibe estão a um passo de trocarem o PMDB por outra sigla. O ex-deputado Ricardo Murad e possivelmente a filha, deputada Andrea Murad, também, estão de malas prontas para desembarcar do PMDB e ingressar no PTN. Ele anuncia que sua candidatura à Prefeitura de São Luís é questão fechada, por isso, deve buscar outro partido.
Por ser o maior no Maranhão, a crise do PMDB repercute em outros partidos. O deputado federal Victor Mendes avalia deixar o PV para ingressar no PSD. Já o secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos do governo, Márcio Jerry, trabalha com força total para fortalecer o PCdoB do governador Flávio Dinho, com vista às eleições municipais. Mesmo diante de tamanha movimentação, os partidos esperam o que vai sair da reforma política, em votação no Congresso Nacional.
Uma das mudanças trata da troca de partido. Foi aprovada na Câmara uma “janela” de 30 dias de exceção nas regras da fidelidade partidária que permitirá a parlamentares e outros políticos eleitos mudar de partido sem perder o mandato. A proposta do líder do PTB, Jovair Arantes, foi aprovada por 317 votos a favor, e 139 contra. Será uma corrida contra o tempo. São 30 dias após a promulgação da PEC, para o deputado, vereador ou senador sair do partido pelo qual foi eleito, sem correr o risco de perder o mandato.
Não resta dúvida que a Câmara está criando um trem da alegria, nessa “janela” para o troca-troca impune. Além do PSOL, apenas PPS, PSD, PSB e PCdoB orientaram contra a mudança. PT e DEM liberaram as bancadas. Os demais foram em massa pela aprovação. Significa que os deputados incluíram na Constituição as regras atuais da fidelidade partidária, regulamentadas apenas por resolução do TSE.
Seja como for, as eleições de 2016 vão trazer verdadeiras alianças Frankenstein, no carnaval de coligações onde tudo é possível, desde que entrem disputa pelo poder e aumento do tempo de TV no horário eleitoral. Em 2014, as eleições mostraram o retrato do cenário bagunçado na vida dos partidos políticos.
No Maranhão, o PCdoB fez a impensável aliança com o PSDB, embora seja aliado de primeira linha do PT no âmbito nacional. No Rio de Janeiro, até o crítico azedo do toma lá dá cá, deputado federal Romário, juntou o seu PSB com o PT, em troca de respaldo a sua candidatura vitoriosa ao Senado. Como o PSB tenta desbancar Dilma do Planalto, o baixinho levou cartão amarelo nas redes sociais.
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