SUCESSO

Pabllo Vittar: “Ai, xô! Sou feliz, sou drag”

Do Maranhão para o mundo. Pabllo é a drag queen mais charmosa, famosa e disputada

Reprodução

Sem papas na língua e sem medo para ser feliz. Pabllo nasceu Phabullo Rodrigues da Silva, em 1994, em São Luís do Maranhão. Sua mãe, técnica de enfermagem (a cantora não conhece o pai biológico), não parava quieta numa cidade. Assim, passaram ainda por Santa Inês e Caxias (no interior do estado), até que, aos 13 anos, o menino e sua irmã gêmea, Phamela, resolvessem ir a São Paulo.
Do Maranhão para o mundo. Pabllo é a drag queen mais charmosa, famosa e disputada, mas ainda é só o começo dessa musa que agitou o carnaval de Salvador cantando com Daniela Mercury, “sambou” no Rio de Janeiro, participando do bloco “As poderosas” da cantora Anitta e hoje é a grande sensação no Programa Amor & Sexo, na Rede Globo, ao lado da apresentadora Fernanda Lima.
A primeira música
Drag queen de 22 anos, do interior do Maranhão, Pabllo Vittar apareceu em 2015 com “Open bar”, uma versão em português, meio samba, de “Lean on”, do Major Lazer (banda do produtor americano Diplo). Com o sucesso na internet, ela foi chamada em 2016 para a banda do programa Amor & Sexo (continua até hoje), fez campanha para a Avon e lançou, no dia 20 de janeiro, Vai passar mal, álbum com composições próprias, produzido por Rodrigo Gorky, com colaboração de Diplo. Tem funk, arrocha, hip-hop e samba com alta voltagem de abuso, pra bater de frente com Anitta e Ludmilla.

As fases da carreira
Quando saí do Maranhão fui morar em São Paulo para tentar carreira como cantora, mas acabei trabalhando nos Habib’s da vida e em um salão, maquiando e fazendo cabelo. Só fui embora da lanchonete porque uma vez eu e uma amiga estávamos brincando com o extintor, com umas botas vermelhas de verniz, e a coisa não deu muito certo. Depois disso, fui para Uberlândia, onde a minha mãe estava morando.
Em Minas, essa fã da Beyoncé (que, ainda em tempos de Orkut, usava o nome artístico de Pabllo Knowles) descobriu o mundo das drags — e se montou pela primeira vez aos 18 anos para ir a uma festa na boate Belgrano, dos produtores Ian Hayashi e Leocádio Rezende (que, logo, ela viria a chamar de seus “pais”).
— Certa vez, quando foi a Uberlândia, para discotecar no Belgrano, o produtor musical Rodrigo Gorky, do Bonde do Rolê, pediu a Hayashi e Rezende para apresentá-lo àquela drag que só conhecia da internet. E, de cara, fez uma proposta:
— Numa quarta-feira, eu pedi para Pabllo fazer uma versão em português de Lean on (do grupo Major Lazer, do DJ americano Diplo) para que a gente gravasse no sábado. E, no sábado, lá estava ela com a letra — conta Gorky.
Assim nasceu Open bar, que o próprio Diplo (produtor de Madonna e Britney Spears) cuidou de divulgar no Twitter.

Na internet é rainha
Na internet, Pabllo é rainha: são 322 mil seguidores no Instagram, 318 mil no Facebook e 78 mil no Twitter — por dia, ela arrebanha pelo menos mil novos fãs (que ajudam a viralizar suas músicas) em cada uma das redes sociais.

A montagem
Maquia-se sozinha. Ela leva de duas a duas horas e meia para ressurgir como a Pabllo Vittar do palco, um assombro de 1,87m de altura (de salto plataforma, até mais de 2 m). Causar como drag é parte fundamental de sua arte.
— Nunca precisei me assumir, sempre fui assim. Quando tinha 15 anos, falei para a minha mãe que era gay. E ela: “Ai, novidade…”. No fundo, sempre fui essa Pabllo que todo mundo conhece — conta ela, que sempre se surpreende quando alguém pergunta se não poderia, um dia, tornar-se transsexual. — Sou gay, amo meu corpo, não tenho problema com minha identidade de gênero e sou feliz do jeito que sou. Só me sinto mulher quando estou montada!

O preconceito na escola
— Eu não tive ninguém pra passar nada para mim, tive que aprender aos trancos e barrancos — revela Pabllo. — Sempre fui muito afeminada, e minha voz sempre foi muito aguda. Então, eu sofri muito bullying. Uma vez eu estava na fila da merenda e viraram um prato de sopa quente em mim. Só porque achavam que eu tinha que falar como homem”, relembrou ela, quase chorando. “Ai, xô! Sou feliz, sou drag, sou bonita, bebê!

Comunidade LGBT
Ser afeminado é revolucionário no sentido de dar a cara a tapa. São as bees afeminadas que estão na linha de frente, que levam o baque primeiro, são apontadas, levam lâmpada na cara. Se eu estou aqui, montada de drag, é porque muita gente morreu pra gente ocupar esse espaço. É fato.

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