Uma história triste com final feliz

Saiba como surgiu o bairro Anjo da Guarda

Hoje com mais de 300 mil habitantes, e apesar dos percalços de infraestrutura e mobilidade urbana, o bairro é palco de grandes manifestações culturais e religiosas

Acervo de O Imparcial

Prestes a completar 49 anos de existência, o bairro do Anjo da Guarda é conhecido notoriamente pelo espetáculo ao ar livre da Via Sacra. Hoje com mais de 300 mil habitantes, e apesar dos percalços de infraestrutura e mobilidade urbana, o bairro é palco de grandes manifestações culturais e religiosas. Mas você sabe como o Anjo da Guarda surgiu? A história envolve, infelizmente, perdas. Mas também muita irmandade.

Origem 

Tudo começou depois de uma grande tragédia. No dia 14 de outubro de 1968, o bairro do Goiabal foi vítima de um incêndio até hoje não elucidado. Uns acreditam que foi provocado por fogos de artificio, outros por uma lamparina – tem até quem diga que foi por causa de um simples pescador que assava peixe na beira do rio. Mas, o que se sabe de fatos concretos e não de suposições, é que houve um grande incêndio no Goiabal, com uma mistura de casas em chamas, corpos queimados, lama de mangue e o desespero das pessoas, tornando o quadro ainda mais dramático. Ao todo, 78 casas ficaram completamente destruídas, deixando cerca de 100 famílias desabrigadas, conforme dados da Comissão Estadual de Transferência de População (CETRAP).

Solidariedade

Foi então que se instalou um sentimento de solidariedade e comoção não apenas pelos povoados próximos, mas também por parte do poder público, da igreja, da Companhia de Água e Esgoto do Maranhão (Caema) e até da antiga Telecomunicações do Maranhão (Telma). Os desabrigados foram remanejados para a localidade conhecida por Itapicuraiba, onde receberam roupas, alimento e cobertores.

Com o passar do tempo, a localidade, que havia sido rebatizada de Vila Anjo da Guarda, passou a ser conhecida por Bairro Anjo da Guarda, devido a seu crescimento repentino.

A história do anjo

Quem já visitou o Anjo da Guarda, deve ter reparado no monumento que dá boas-vindas na rua de entrada do bairro. Você sabe quem o colocou ali?

No dia 1º de abril de 2007, o jornal O Imparcial imprimiu uma matéria contando como surgiu a então icônica estátua do Anjo. Segundo o registro jornalístico, a escultura de dois metros foi erguida junto à praça e foi esculpida por um padre italiano chamado Cherubino Luigi Dovera, também responsável pelos monumentos da Praça do Pescador e o Roque Santeiro (retirado do retorno do Bequimão após obras para melhorar o tráfego de veículos no local). O problema é que, devido à ação de vândalos, o marco foi retirado do local em 1998.

No ano em que São Luís completou 400 anos, o icônico símbolo do Anjo da Guarda estava de volta. Segundo o que foi divulgado pela prefeitura, responsável pelo resgate desse símbolo do bairro, a iniciativa atendeu a uma solicitação feita pela própria comunidade em audiência com o então prefeito na época, João Castelo, durante o Programa ‘Cidadania para Todos’.

A nova estatua é feita em pó de mármore, calcita, poliuretano, fibra de carbono e vidro aglutinado com resina de poliéster. Em seu interior foi colocada uma estrutura de aço galvanizado (tubos e chapas), recebendo uma leve pintura na cor branca.

Idealizada pelo artista plástico Eduardo Sereno, O Anjo, batizado de ‘Arcanjo Gabriel’, recebeu esse nome em referência ao personagem bíblico o qual é responsável por levar as mensagens de Deus, e precisou de dois meses para ser concluída. O processo de criação foi feito a partir de um protótipo que foi baseado em pesquisas de referenciais cristãos.

Um senhor orgulhoso de 49

No dia 14 de outubro, o Anjo da Guarda completará 49 anos, todos marcados por dramas, superações, carências sociais, cultura emergente e, acima de tudo, por uma comunidade que tem orgulho das suas origens.

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