Dia Mundial da Água

Maranhão perde mais de 60% de água tratada na distribuição, revela estudo

Segundo estudo do SNIS, essa perda acontece por conta de vazamentos em adutoras, por exemplo, quanto por erros de contabilização da água efetivamente consumida pela população

(Foto: Arison Jardim/SecomAcre)

O último relatório nacional do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referente ao ano de 2015, aponta que os serviços de distribuição de água do Maranhão perdem 62,6% do líquido na distribuição, tanto por conta de vazamentos quanto por erros de contabilização da água efetivamente consumida pela população. Segundo o órgão, esse índice aponta a necessidade da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) melhorar a gestão desses recursos e modernizar os sistemas e a qualificação dos trabalhadores .

Segundo o levantamento, a média nacional de perdas de água é de 36,7%. Em 8 capitais os índices são menores que essa média nacional e outras 10 possuem perdas superiores a 50%. No caso, São Luís está entre as capitais na pior faixa. Segundo a pesquisa, o índice de perda de água na distribuição da capital maranhense é de 66,2%, e só fica abaixo de Macapá, capital do Amapá, é de 67%.

As perdas, que se caracterizam como ineficiências técnicas, são inerentes a qualquer sistema de abastecimento de água. De acordo com relatório do SNIS, por um lado, pode-se afirmar que os sistemas de abastecimento de água sempre apresentam perdas; por outro, quando são elevadas, representam desperdício de recursos naturais, operacionais e de receita para o prestador de serviços.

Dessa forma, os custos decorrentes das perdas devem ser minimizados e estar sujeitos a gerenciamento apropriado, pois são repassados ao consumidor.

A nível de comparação, alguns países do mundo como, por exemplo, a Alemanha e o Japão, conseguiram reduzir suas perdas para aproximadamente 10%, enquanto que países como a Austrália e Nova Zelândia conseguiram romper o patamar inferior a 10%. A média do Brasil tem diminuído ao longo dos anos e situa-se, atualmente, no patamar dos 37%, como pontuado logo acima.

O SNIS reforça que os dados com índices de perdas muitas vezes elevados, demonstram a necessidade dos prestadores de serviços atuarem em ações para a melhoria da gestão, a sustentabilidade da prestação de serviços, a modernização de sistemas e a qualificação dos trabalhadores, dentre outras.

Tais ações são intimamente relacionadas à eficiência da administração e dentre elas enquadra-se o gerenciamento das perdas de água. O estabelecimento de ações contínuas de redução e controle de perdas assegura benefícios em curto, médio e longo prazos, com eficiência e eficácia. Ações relativamente simples para avaliação destas perdas consistem, por exemplo, em métodos como o do balanço hídrico, das vazões noturnas, combinação deles, entre outras metodologias

Tipos de perdas

Essas perdas, teoricamente, dividem-se em perdas aparentes e perdas reais. As perdas aparentes estão relacionadas ao volume de água que foi efetivamente consumido pelo usuário, mas que, por algum motivo, não foi medido ou contabilizado, gerando perda de faturamento ao prestador de serviços. São falhas decorrentes de erros de medição (hidrômetros inoperantes, com submedição, erros de leitura, fraudes, equívocos na calibração dos hidrômetros), ligações clandestinas, by pass irregulares nos ramais das ligações (conhecidos como gatos), falhas no cadastro comercial e outras situações. Nesse caso, então, a água é efetivamente consumida, mas não é faturada.

Já as perdas reais, também conhecidas como perdas físicas, referem-se a toda água disponibilizada para distribuição que não chega aos consumidores. Essas perdas acontecem por vazamentos em adutoras, redes, ramais, conexões, reservatórios e outras unidades operacionais do sistema.

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