Operação Turing

Justiça revoga prisões de blogueiros investigados por extorsão

Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que chantageava e extorquia políticos e empresários investigados pela Polícia Federal

(Foto: Honório Moreira/O Imparcial)

A 2ª Vara da Justiça Federal no Maranhão revogou, na noite dessa terça-feira (21), por decisão do juiz José Magno Linhares Moraes, as prisões temporárias dos blogueiros Luis Assis Cardoso Silva de Almeida, Luis Pablo Conceição Almeida e Hilton Ferreira Neto, suspeitos de integrar uma organização criminosa que chantageava e extorquia políticos e empresários investigados pela Polícia Federal.

Segundo as investigações, os blogueiros recebiam informações privilegiadas de um policial federal, identificado como Danilo dos Santos Silva, que também foi preso. De posse das informações, os blogueiros entravam em contato com os políticos e empresários investigados pela PF exigindo dinheiro em troca de silêncio.

Além dos três blogueiros presos, que são todos integrantes da mesma família, outros cinco foram conduzidos coercitivamente à sede da Polícia Federal, na Cohama, por suspeita de envolvimento no esquema criminoso. O titular de um desses blogs, identificado como Yuri dos Santos Almeida, foi indiciado por corrupção ativa, organização criminosa e extorsão.

Como funcionava o esquema criminoso

Segundo a PF, o grupo agia cobrando uma quantia das vítimas pelo silêncio ou retirada dos nomes das matérias dos blogs, e o valor variava entre R$ 1.500 e R$ 10.000, de acordo com o poder econômico ou gravidade das informações. Além disso, há um caso específico cujo valor ultrapassou este limite e chegou próximo ao preço de um veículo 0km.

Interceptações telefônicas apontam a intenção do grupo em adulterar, especular, e perseguir figuras através dos blogs para induzi-los a pagar por “tranquilidade” e, em alguns casos, mudança editorial para enaltecimento positivo dos alvos da extorsão.

Os blogueiros atuavam em conjunto havendo um rateio de atividades entre os membros do grupo. Um ou dois começavam postagens negativas e outros contrabalançavam, abrindo a “possibilidade de aproximação” junto ao dono das postagens. Após a extorsão, os valores eram rateados entre os participantes.

Segundo o delegado federal Max Eduardo Ribeiro, os indícios apontam Luís Cardoso como líder do grupo, a quem cabia a operacionalização e, nos casos de empresários mais poderosos ou políticos de grande vulto, as postagens e extorsão.

Somente um empresário registrou BO contra a prática, no ano de 2013, mas a perseguição não apenas não sessou, quanto foi ainda mais ferrenha.

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