ELEIÇÕES UFMA

Eleição para a escolha do novo reitor da UFMA acontece hoje

Hoje, a comunidade acadêmica da UFMA irá às urnas para escolher o próximo reitor. O Imparcial conversou com os candidatos

As eleições para a escolha do reitor e vice-reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) ocorrem hoje, das 8h às 21h30, no campus, Bacanga. A expectativa para a próxima gestão está na conquista de mais melhorias na estrutura, nas residências estudantis e maior proximidade da administração com acadêmicos e comunidade. Podem votar professores, inclusive substitutos, visitantes, afastados e do Colégio Universitário; alunos da graduação, das pós e do Colun; servidores técnico-administrativos na ativa em qualquer dos campi da instituição e afastados. São candidatos a reitor Nair Portela Silva Coutinho, do departamento de Enfermagem; Antonio José Silva Oliveira, departamento de Física; Antônio Gonçalves Filho, professor adjunto da área de Medicina; e Sofiane Labidi, coordenador do Laboratório de Sistemas Inteligentes (LSI). Os candidatos a vice-reitor são Fernando Carvalho Silva, do Departamento de Química; e Marise Marçalina Rosa, coordenadora do projeto de extensão Escola-Laboratório e do programa Inovação Pedagógica. O reitor e vice escolhidos comandarão a instituição no quadriênio 2015-2019. A reportagem de O IMPARCIAL entrevistou os candidatos a reitor para saber sobre suas plataformas de gestão.
O IMPARCIALO que considera o maior desafio da universidade nesse momento e o que fazer para resolvê-lo?

candidatos reitor UFMA

Antônio Gonçalves – Considero que o maior deles se encontra na estrutura, que se encontra fragilizada pelo desrespeito aos colegiados institucionais, fazendo com que a verticalização e a generalização das decisões causassem violação do estatuto e do regimento institucionais, promovendo dubiedade, privilégios e compadrio nas decisões, o que enfraquece qualquer estrutura institucional. Um segundo problema é a expansão sem planejamento, hoje temos na UFMA cursos que não apresentam um corpo docente em número adequado para o desenvolvimento do currículo, não apresentam também infraestrutura com laboratórios e equipamentos necessários para um aprendizado de qualidade, isso tanto na sede, quanto no interior, ou seja, foram criados novos cursos sem que se planejasse orçamentariamente e pedagogicamente sua sustentação.

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Antônio Oliveira – Seria inserir a universidade na sociedade. Queremos fazer uma UFMA mais participativa em decisões da sociedade, torná-la um bem popular. Para isso, vamos abrir cursos com objetivos de resolver problemas da nossa sociedade. Por exemplo, projetos que venham a qualificar nossa produção agrícola, levando tecnologia para uma produção mais eficaz. Perdemos para estados como o Para, onde nossa juçara perde para o açaí, pois eles embutiram ciência em suas plantações. Temos que pensar a universidade para o bem social e isso passa também pela formação de professores. Temos o estado mais carente em cursos de formação. Vamos fazer um Colégio Universitário em Bacabal. Estas são algumas das nossas metas.

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Nair Portela – O nosso grande desafio como reitora será manter o ciclo dinâmico e contínuo de desenvolvimento da UFMA e avançar ainda mais nos próximos quatro anos. Será alicerçar todas as conquistas em uma base sólida, com projetos bem articulados de desenvolvimento. Seja na formação, qualificação, pesquisa, inovação tecnológica, extensão e de gestão acadêmica e administrativa. Para isso, é necessário buscar nas diversas instâncias federativas o apoio aos programas e projetos a serem desenvolvidos. Vamos propor um grande pacto com a sociedade em prol da UFMA.

candidatos reitor UFMA

Sofiane Labidi – Nossa missão é resgatar o prestígio das UFMA que ela perdeu nos últimos anos, apesar de um investimento maciço por parte do governo federal. Além disso, a UFMA sofre hoje com a falta de diálogo, de planejamento, de transparência, e de democracia. Vamos trabalhar para reestabelecer o diálogo com os alunos, professores, técnicos-administrativos, com a Apruma, com o Colun, enfim, com todos aqueles fazem a UFMA. Vamos abrir a UFMA para a sociedade, contribuir de fato com o desenvolvimento de nosso Estado. Vamos dar autonomia administrativa e financeira aos campi e aos centros acadêmicos. Mas, de imediato, vamos atacar quatro problemas que afetam nossa universidade que são: o restaurante universitário (acabando com as filas), o transporte (inclusive dentro do campus), a segurança, e as residências universitárias.

OI Sua proposta para ampliar a pesquisa e extensão na universidade
AG – Assegurar, no mínimo, vinte por cento do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de pesquisa e extensão universitária integrados ao ensino, configurando um perfil investigador para a formação desenvolvida na UFMA; propor a inclusão de ações de pesquisa e extensão nos programas especiais de formação de professores; Dar autonomia dos programas de pós-graduação no gerenciamento dos recursos financeiros, assegurando transparência nos critérios para sua alocação.
AO – Nossa pós ainda não está consolidada, temos poucos programas e concentrados em algumas áreas. Precisamos investir em pesquisa e desenvolvimento e angariar recursos junto às empresas para embutir na universidade. Na graduação vamos criar o Instituto Politécnico e voltar mais para as áreas técnicas e engenharias. Estamos muito focados nas áreas de ciências sociais e médicas.
NP – Oferecer pós-graduação de excelência em nível nacional e internacional, em todas as grandes áreas do conhecimento. Implantar o Núcleo de Apoio ao Pesquisador para apoiá-lo na elaboração e tramitação de projetos científicos e tecnológicos. Vamos implantar e consolidar um sistema que identifique os pesquisadores e suas especialidades, facilitando a interação da Universidade com instituições públicas e privadas. Na extensão, implantaremos o Projeto Rede Extensionista, visando o fortalecimento do processo de interiorização da extensão. Também vamos expandir ações de extensão para outras comunidades do entorno da UFMA.
SL – Vamos ampliar e fortalecer os programas de Pós-Graduação na UFMA, pois queremos dobrar o número de mestres e doutores no Maranhão nos próximos quatro anos. Vamos resgatar o Fórum de Pós-Graduação que foi esvaziado na última gestão, e acabar com a ingerência da Pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação nos programas de Pós-graduação da UFMA respeitando assim seus colegiados. Criaremos também a Agência UFMA como uma agência de desenvolvimento, que servirá de elo com a sociedade.
OIA segurança pública é uma preocupação constante da comunidade universitária. Sua proposta para a segurança dos diversos campi da UFMA?
AG – O combate à violência no interior do Campus não pode ser tratada e nem reduzida a uma questão de policiamento, precisamos criar uma guarda treinada para compreender as relações desenvolvidas nas IFES, que não guarde só o patrimônio material, mas o maior patrimônio que temos que é a vida humana, isso aliado a projetos sociais que fortaleçam as relações da UFMA com as comunidades de seu entorno, que irão contribuir para que a segurança melhore de forma considerável.
AO – Não vamos armar o campus, mas investir em tecnologia: câmeras, sensores de movimento, infravermelhos, iluminar melhor o campus. A guarita ser deslocada para dentro do campus para evitar engarrafamentos. Não proibiremos o fluxo de pessoas, pois elas também têm necessidades e o campus é mais acessível e seguro, mas faremos um cadastramento deste público. Em lugar de segurança ostensiva, vamos implantar uma segurança humanizada e que nos dê proximidade com o entorno.
NP – A segurança é um tema que exige atenção de toda gestão, já que se trata de uma questão nacional. Temos hoje um bom sistema de segurança na Cidade Universitária, mas é preciso manter um sistema articulado com os órgãos de segurança e as empresas privadas. Estamos desenvolvendo algumas ações integradas em parceria com a Secretaria de Segurança Pública que serão intensificadas e estendidas aos outros campi da UFMA no continente.
SL – Não sou a favor do porte de armas dentro do campus. Precisamos implantar uma verdadeira política de segurança que hoje só é patrimonial. Instalar apenas as câmeras não resolve o problema, precisamos investir na tecnologia e na inteligência e controlar a entrada do campus. Mas, sobretudo, precisamos olhar com mais carinho às comunidades carentes do entorno da UFMA. Com bons programas de extensão, vamos diminuir os índices da violência no Campus e no entorno.
OIComo pretende conduzir a relação com o Governo Federal para que a universidade tenha as demandas orçamentárias atendidas?
AG – A relação com o Governo Federal será republicana, resguardando a autonomia da Universidade. Buscaremos ampliar o montante de recursos públicos para assegurar o plano orçamentário da UFMA, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Plano Diretor (PD), por meio de gestões junto ao MEC, MCT, MinC, Ministério da Saúde, Ministério das cidades, poderes legislativos, estado e prefeituras.
AO – O orçamento é fixo, assim como para todas as instituições federais para pessoal, manutenção etc. Como houve corte, precisamos buscar recursos para complementar essa demanda. Isso recorrendo à parcerias com empresas privadas, por meio do Finep, CNPq, Ministério de Tecnologia, Banco Mundial e outros meios apresentando bons projetos. Usando emendas parlamentares. Se tivermos bons projetos e voltados ao bem da sociedade, com certeza conseguiremos amenizar essa atual situação que o governo vive, de corte de orçamento.
NP – A Universidade Federal do Maranhão é o maior centro de produção do conhecimento científico e tecnológico do estado e, para exercer este papel em condições ideais, precisamos da união de todas as forças que acreditam no potencial da academia. Temos que buscar recursos em outras fontes relativas a financiamento de projetos, em outros ministérios e em órgãos de fomento à pesquisa, a extensão, a inovação e ao empreendedorismo. Vamos manter um diálogo permanente com a classe política e organizações sociais para canalizar recursos de modo a reforçar o nosso orçamento e não ficar na dependência apenas da própria verba.
SL – Procuramos manter relações institucionais e de cordialidade com respeito mútuo. O Brasil escolheu sua prioridade, ser pátria educadora. Isto se traduz em investimentos na área. Vamos defender o direito da nossa universidade e deste estado em receber a verba necessária para garantir um bom funcionamento da nossa instituição.
OIComo ira nortear a relação UFMA e classe estudantil; UFMA e comunidade?
AG – Os estudantes devem ter total liberdade para organização e a reitoria estará aberta para dialogar com todos os segmentos da comunidade acadêmica, assim como planejamos diversas ações de extensão para estreitar nossas relações com a comunidade, multiplicando experiências como o NEVE (núcleo de Extensão da Vila Embratel).
AO – Queremos aproximar a sociedade do campus dando acesso para transitar, fazer ginástica, utilizar para lazer. Temos quadra de educação física, duas lagoas parque botânico, campo de futebol, queremos disponibilizar para a comunidade. Com o estudante praticaremos a sustentabilidade acadêmica fazendo com que este fique no campus por meio das residências universitárias, cursos de permanência etc. Descentralizar a fila do Restaurante Universitário para espaços como o centro Paulo Freire, por exemplo. não precisaremos construir novo restaurante, mas utilizar espaços que possuímos.
NP – A classe estudantil é o nosso maior público e, como tal, merece atenção especial. Vamos ampliar as ações de atendimento à saúde, à moradia estudantil, à alimentação e a permanência dos discentes brasileiros e estrangeiros. Estaremos sempre dispostos ao diálogo para ouvir as demandas dos estudantes. O foco é investir no fortalecimento da pró-reitoria de assistência estudantil.
SL – Como disse antes, a essência de nosso projeto é abrir UFMA para a sociedade. A Agência UFMA e os programas de extensão terão um grande papel de aproximação e de abertura à sociedade. A universidade tem que ser vista como uma entidade transformadora da sociedade. Procuramos ter um diálogo direto com os estudantes com respeito e transferência. Não vamos intervir nas eleições do DCE e vamos dar todo o apoio a esta importante entidade.
OI – Que projetos em curso pretende dar continuidade?
AG – Daremos continuidade ao programa de Bolsas Permanência, porém pretendemos aprimorá-lo reajustando o valor, a quantidade de bolsas e o tempo de recebimento das mesmas.
AO – Todas as obras iniciadas iremos construir como a Biblioteca Central, a TV Universitária com a compra do transmissor e prédios onde funcionarão cursos técnicos e servirão para estágio. Outras demandas vamos fazer amplas discussões com a comunidade acadêmica. A universidade não é só prédios e asfalto, mas também construir conhecimento. Esta é a principal função da academia. E que esse conhecimento seja transferido para o bem da nossa sociedade. Por isso o nosso tema: Vote Com Ciência, ou seja, aludindo ao voto pelo conhecimento e de forma consciente.
NP – Faremos, de início, um diagnóstico para identificar tudo aquilo que produziu bons resultados. A partir daí, vamos priorizar os de maior alcance e de relevância para à comunidade. O Brasil passa por um período é de contingenciamento em todos os níveis. Mas não pode haver cortes nos setores essenciais.
SL – Hoje, a UFMA está focada na construção de prédios. Isto irá continuar, mas com ênfase no que há de mais prioritário: investir no ensino-aprendizagem, na melhoria das condições de estuda e de permanência das pessoas dentro do campus. Vamos também resgatar o departamento de assuntos culturais (DAC) com a implantação do Programa Mais Cultura, onde investiremos em atividades permanentes de teatro, dança, música, pintura, etc.
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