TECNOLOGIA

Software contra ataques de tubarão nas praias da Região Metropolitana do Recife

Protótipo que será financiado pela Facepe vai utilizar imagens de câmeras para monitorar banhistas e emitir alerta aos bombeiros

 Foto: Cecilia de Sa Pereira/DP/D.A Press

Um sistema de monitoramento que vai emitir alertas quando o banhista estiver numa área de risco foi o projeto escolhido entre seis apresentados na concorrência do edital de estudos e pesquisas para reduzir ataques de tubarões em Pernambuco. A proposta, divulgada ontem pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado (Facepe), foi escolhida pelos representantes do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).

A iniciativa selecionada – Monitoramento automático de banhistas na faixa segura da praia – tem valor estimado em R$ 32 mil. O autor do trabalho é o professor da UFRPE Valmir Macário Filho.
Segundo o presidente do Cemit, Clóvis Ramalho, os autores dos outros projetos ainda têm cinco dias para entrarem com recursos e tentar nova classificação. “O Cemit entendeu que esse projeto pode ajudar na complementação do trabalho que já vem sendo realizado para evitar os incidentes com tubarões. Trata-se de um software que vai monitorar as áreas da praia onde não existam guarda-vidas e emitir alertas para os postos de salvamento mais próximos quando algum banhista estiver numa área considerada de risco”, afirmou.
O projeto, que será implementado na Região Metropolitana do Recife, será desenvolvido em 18 meses e terá execução acompanhada por relatórios técnicos, com visitas de técnicos ou consultores do comitê gestor do programa nos laboratórios do Departamento de Estatística e Informática (DeInfo) da UFRPE, além da participação do coordenador em seminários de acompanhamento e avaliação, organizados pela Facepe e Secretaria de Defesa Social (SDS).
Ataques
Desde 1992, 60 pessoas foram atacadas por tubarões nas praias da RMR. Ao todo, 24 pessoas morreram. A vítima mais recente foi o surfista Diego Gomes Mota, 22, atacado na Praia de Del Chifre, em Olinda, em 31 de março, que sobreviveu.
Em 1995, os esportes náuticos foram proibidos na orla pernambucana num trecho de 32 quilômetros do Cabo de Santo Agostinho até Olinda. Placas de advertência informando sobre o risco estão instaladas no perímetro, mas muitas pessoas ainda ignoram os riscos. No mundo, segundo estatísticas do Registro Internacional de Ataques de Tubarão, mantido pela Universidade da Flórida, ocorreram 2.665 ataques em 2013, sendo 492 deles resultantes em mortes.
Novos projetos serão analisados
Um novo edital será lançado para a escolha de novos projetos que auxiliem na pesquisa e prevenção de incidentes com tubarões. Segundo o presidente do Cemit, Clóvis Ramalho, novas propostas podem ser escolhidas para ajudar no trabalho do comitê. “Apenas um projeto é muito pouco. Na próxima semana, vamos nos reunir com o pessoal da Facepe para tratar da abertura desse novo edital o mais rápido possível. No entanto, ainda não temos uma data definida”, adiantou Ramalho.
O convênio firmado entre a Facepe e a Secretaria de Defesa Social prevê investimentos na ordem de R$ 1,246 milhão para a realização da pesquisa de captura, marcação e soltura dos animais marinhos. Do total destinado ao convênio, R$ 400 mil são provenientes do Programa de Apoio Gerencial e Tecnológico às ações da Secretaria de Defesa Social para este ano. Os recursos serão desembolsados de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira da Facepe. Para 2016, já estão previstos R$ 846 mil, oriundos da SDS.
A previsão da contratação das propostas aprovadas era o dia 1º deste mês, no entanto, somente ontem a vencedora foi anunciada. O Diario tentou contato com o pesquisador Valmir Macário Filho, mas ele não atendeu ao telefone celular. Ainda segundo Clóvis Ramalho, desde o início deste ano, os dois barcos que trabalham na captura para pesquisa de tubarões nas praias pernambucanas (Sinuelo e Pedrinho) não estão em operação. “Este ano eles não foram para o mar, pois não foi possível fechar um contrato com a UFRPE para eles voltarem a operar, mas estamos tentando outras formas de mandá-los para o mar”, ressaltou Ramalho.
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