TRANSTORNO PSIQUIÁTRICO

Nomofobia: medo de ficar sem celular

Nomofobia é o nome dado a esse medo de ficar sem o aparelho de telefone celular, seja por qualquer motivo, que pode se tornar um problema de saúde mental.

Foto: reprodução

A primeira ligação por telefone celular no mundo ocorreu em abril de 1973, ou seja, há 48 anos. No Brasil, os primeiros aparelhos só começaram a ser usados em 1990, sendo uma tecnologia que estava ao alcance de poucas pessoas.

De lá para cá, as inovações tecnológicas foram dando ao celular diversas funcionalidades que vão muito além de permitir a conversa entre duas pessoas. Atualmente, são 234 milhões de aparelhos celulares no país – número que supera o da população que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 212.835.826 habitantes.

O estudante de Agronomia, Denilson Barreto, 24, praticamente não consegue viver sem o smartphone. É por meio do aparelho que ele assiste às aulas remotas, faz os trabalhos do estágio e da universidade, faz transações bancárias, paga as contas e boletos, assiste filmes e conversa com a mãe – que mora em outra cidade – por vídeo chamadas. Utiliza o celular até para fazer teleconsultas médicas. “Sou totalmente digital”, define.

O jovem é o exemplo que se enquadra perfeitamente no que também estuda o pesquisador Paulo Pellegrini a respeito das novas ferramentas de Comunicação e a essencialidade do celular.

“É praticamente impossível que as pessoas consigam realizar suas atividades cotidianas sem um aparelho de celular, embora até haja pessoas que não tenham um aparelho ou que resistam a esta tecnologia”, comenta. “Mas a dificuldade é muito maior. As linhas de telefone fixo ou outros tipos de comunicação estão ficando escassas. A indústria acabou criando uma espécie de obrigatoriedade do celular”, acrescenta.

Pellegrini é professor do curso de Comunicação Social do Centro Universitário Estácio São Luís e observa que, quando não existiam os smartphones, as pessoas não se perguntavam sobre como seria viver sem tal tecnologia.

“Não era uma preocupação, mas a indústria criou o aparelho e, a partir do momento em que ele passou a existir, as pessoas perceberam a sua funcionalidade – e com a evolução tecnológica que fez com que diversas ferramentas convergissem para dentro do aparelho – passou a ficar impossível a não o ter”, analisa.

É certo que a maioria da população, hoje, teme ficar sem o aparelho de telefone celular. Os smartphones e Iphones se tornaram itens obrigatórios, seja por facilitarem a comunicação entre as pessoas ou por concentrarem as ferramentas que são utilizadas para o trabalho, principalmente neste cenário de pandemia de covid-19, onde as atividades remotas passaram a fazer parte da vida de todo mundo.

Quando um destes aparelhos é perdido, furtado ou tem a bateria descarregada, é difícil encontrar quem não se sinta desestruturado ou com a sensação de estar incomunicável. O problema é que, dependendo de como a pessoa reage a esta falta do celular, pode indicar algum quadro de transtorno psiquiátrico e precisa de ajuda especializada.

Especialistas da área têm observado um aumento de atendimentos causados por nomofobia – nome dado ao medo de ficar sem o dispositivo móvel, seja por algumas horas ou por alguns dias. O receio é tamanho que a pessoa chega a manifestar transtornos de ansiedade e até depressão por estar sem celular.

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