IMUNIZAÇÃO

Entenda a importância da vacinação contra a Febre Aftosa no Maranhão

Em entrevista a O Imparcial, o médico veterinário e pecuarista, Samir Saldanha Nicolau, explica que a doença causa enormes prejuízos econômicos e afeta gravemente o bem-estar dos animais.

Ao todo, cerca de 161 milhões de animais devem ser imunizados. (Foto: Reprodução/Samir Nicolau)

A Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa encerrará no próximo dia 30 de junho. Desde o dia 1º de maio as vacinas passaram a ser aplicadas no Maranhão. Os produtores rurais tiveram 60 dias para imunizarem o rebanho da propriedade, independente da idade.

Samir Nicolau é médico veterinário e pecuarista do Maranhão. (Foto: Divulgação)

Segundo o médico veterinário e pecuarista, Samir Saldanha Nicolau, a Febre Aftosa causa enormes prejuízos econômicos e afeta gravemente o bem-estar dos animais. A doença é causada pelo vírus da família Picornaviridae, ou virus pequenos, gênero dos Aphthovírus, que acomete os animais de casco “partido” que tem duas unhas nos pés, como os bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, suínos e outros animais silvestres, chamados biungulados.

“O animal acometido apresentará, na mucosa da boca, língua, nariz, tetos e coroa dos cascos, vesículas e ulceras, conhecias vulgarmente como Aftas, daí o nome Febre Aftosa. Essas aftas impedem o animal de se alimentar e até beber água, causando enorme prejuízo para a saúde dos animais”, explica o médico veterinário.

Ainda de acordo com Samir Nicolau, o vírus da Febre Aftosa é transmitido por gotículas de saliva e aerossol da respiração dos animais, podendo se espalhar pelo ar e pela água ou até por objetos contaminados e produtos de origem animal.

“Podem ser acometidos todos os biungulados, ou os animais de casco “partido” que tem duas unhas nos pés, como os bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, suínos e outros animais silvestres. Especialmente os suínos, que são muito suscetíveis”, esclarece o pecuarista.

Samir Nicolau explica, ainda, que quando um animal suspeito é encontrado os órgãos de defesa sanitária, como a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED-MA), devem ser notificados imediatamente.

“Em hipótese alguma esses animais devem ser transportados. A equipe do órgão notificado irá providenciar as medidas de contenção e realização dos testes confirmatórios”, adverte o médico veterinário.

Médico veterinário e pecuarista alerta sobre a importância da vacina contra a Febre Aftosa. (Foto: Samir Nicolau)

Sobre os prejuízos econômicos causados pela proliferação da Febre Aftosa entre os rebanhos, Samir Nicolau conta que existem programas de erradicação da doença e a presença ou possibilidade de existência dela na região pode ser usada para impedir a exportação de diversos produtos.

“Não só de carne e leite, pois outros produtos poderiam ser contaminados, levando a doença. As vacinas contra a Febre Aftosa são altamente seguras e manter o status de livre de Febre Aftosa com vacinação é o primeiro passo no caminho da total erradicação e eventualmente a alcançar o status de livre de Febre Aftosa sem vacinação”, garante o pecuarista.

Samir Nicolou explica que por se tratar de uma doença altamente contagiosa o mais importante é tentar conter o avanço da doença.

“Não existe tratamento, e para proteger o bem-estar do rebanho nacional, em caso de foco da doença os animais da região e de uma zona de segurança ao redor, serão sacrificados”, esclarece o médico veterinário.

Já sobre o contágio entre seres humanos, Samir Nicolau afirma que existem casos raros e sem gravidade, de contaminação de pessoas. O médico veterinário relata que essas ocorrência acontecem “sempre em situações de alta exposição ao vírus, como profissionais lidando com animais em surto da doença”.

Destaque na vacinação contra a Febre Aftosa

Maranhão é destaque na vacinação contra a Febre Aftosa. (Foto: Samir Nicolau)

Em 2020, no Maranhão, na I Etapa da Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa, o Maranhão obteve 96% de índice de cobertura vacinal do rebanho, ultrapassando a meta estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que é de 90% do rebanho imunizado.

Já os dados consolidados da II Etapa da Campanha de Vacinação contra Febre Aftosa apontaram que em todo o Estado, considerando em que foram vacinados apenas os animais na faixa etária de 0 a 2 anos, o Maranhão atingiu o índice de cobertura vacinal do rebanho de bovinos e bubalinos de 96,65%, bem acima do estipulado pelo Mapa.

Um outro destaque nessa etapa é o índice que o Estado atingiu com a cobertura de propriedades rurais que imunizaram seus animais, chegando ao patamar de 90,73%.

Mesmo com os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 ao longo de 2020, os produtores e criadores mais uma vez compreenderam a importância da vacinação para que o Maranhão continue avançando no status sanitário de zona livre de aftosa, até que se possa fazer a retirada da vacina, prevista para 2022, conforme apontamento dado pelo Ministério da Agricultura.

Para a I Etapa da Campanha de Vacinação contra Aftosa de 2021, mesmo com a pandemia, a expectativa é vacinar mais de 9 milhões de cabeças de gado em todo o Estado e obter índice de cobertura vacinal superior a 95%.

As vacinas devem ser adquiridas nas revendas autorizadas e mantidas entre 2°C e 8°C, desde a aquisição até o momento da utilização – incluindo o transporte e a aplicação, já na fazenda. Devem ser usadas agulhas novas para aplicação da dose de 2 ml na tábua do pescoço de cada animal, preferindo as horas mais frescas do dia, para fazer a contenção adequada dos animais e a aplicação da vacina”, destacou o Mapa, em nota.

Assim que concluir a vacinação do seu rebanho, o produtor deve comprovar no escritório da Agência de Defesa Agropecuária (AGED), em que sua propriedade é cadastrada, podendo ser de forma agendada ou virtual (no site: www.aged.ma.gov.br/atendimento/), até o dia 31 de julho.

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