SAÚDE

Dezembro vermelho: Mortes por Aids caem 38% no Maranhão

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) registram ainda que neste ano 263 pessoas morreram em decorrência da doença

(Foto: Reprodução)

Até o momento, a Secretaria de Estado da Saúde registrou 263 mortes em decorrência de HIV/Aids no Maranhão e registrou 1.474 casos. No ano de 2019 foram 430 óbitos e 2.448 casos, o que representa positivamente, uma redução de 38,8% nos óbitos e 39,7% no número de casos. No Maranhão, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES/MA), desde 1985 até outubro de 2018, mais de 19 mil pessoas foram detectadas com o vírus HIV no estado do Maranhão com 62% dos casos sendo homens e 38% são mulheres.

De acordo com Paulo Ribeiro, presidente da Casa de Apoio Acolher (que faz acolhimento de pessoas que vivem e convivem com HIV e AIDS no estado do Maranhão), mais de 21 mil pessoas convivem com HIV/AIDS, e em São Luís são mais de 7 mil. Muitos ainda nem sabem que estão com a doença. É preciso conscientizar. “A população precisa saber da importância de conversar sobre o assunto. A doença é provocada pelo vírus HIV que ataca o sistema imunológico. A prevenção ainda é a melhor maneira de lutar contra a a AIDS. O preconceito contra pessoas que vivem com HIV é tanto que a discriminação foi definida como crime através da Lei n° 12.984, de 2014, e pode levar à prisão por 1 a 4 anos e multa. Aqui no Maranhão tem Amor e Acolhimento para pessoas com HIV/AIDS”, disse.

Nesta semana de luta contra a Aids, importante ressaltar as políticas públicas e de iniciativa privada de combate à doença. Neste ano as campanhas incentivam temas como solidariedade e responsabilidade compartilhada. Com a atenção mundial voltada para a crise da COVID-19, o Dia Mundial contra a AIDS é um lembrete da necessidade de manter o foco em outra pandemia global que ainda entre nós quase 40 anos após seu início.

A prevenção ainda é a melhor maneira de lutar contra a a AIDS

Para Paulo Ribeiro, é importante que haja um direcionamento de políticas públicas para um tratamento adequado e eficaz para as pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids no Maranhão. “O quanto é grandioso que os nossos representantes possam aplicar políticas que sejam cabíveis para as pessoas que vivem com esse tormento. Sabemos da importância que tem a gente trabalhar a questão dos estigmas, dos preconceitos e é tudo isso que fazemos enquanto instituição para que a cada dia a pessoa se sinta mais valorizada, acolhida, se ame mais, que busque seus sonhos para que dias melhores venham, de acordo com seu tratamento. Nós temos o melhor tratamento do mundo na questão dos retrovirais, mas percebo que ainda falta muito o que fazer para que haja melhoria da qualidade de vida para as pessoas que vivem e convivem com HIV/Aids”, argumentou Paulo.

De acordo com a SES, o estado avança no combate às ISTs/Aids. “Destaca-se a descentralização dos testes rápido para 19 regiões de saúde em consonância para os 217 municípios, sendo ofertado pelo Governo do Estado, bem como oferta do tratamento com antirretrovirais nos serviços de referência – foram distribuídos quase 7 milhões em 2019 e pouco mais de 3 milhões neste ano.  Além disso, a Secretaria realiza campanhas educativas e distribuição de preservativos, bem como a reestruturação da rede de Atenção à Saúde das Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV) ou pessoas com susceptibilidade de infecção ao HIV e outras ISTs”.

Apesar das conquistas importantes, a emergência da AIDS não terminou. O HIV continua a infectar 1,7 milhão de pessoas a cada ano e mata cerca de 690.000 no mundo. A Aids é uma doença que ainda não possui cura. O paciente que for identificado com a doença inicia seu tratamento com os medicamentos antirretrovirais, que ajudam inibir a multiplicação do vírus HIV e evitam o enfraquecimento do sistema imunológico.

No Maranhão, a doença pode ser rapidamente identificada após a realização de um teste de sangue, que pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). O exame também verifica se a pessoa também é portadora de sífilis ou das hepatites B ou C.

Diagnóstico precoce, apoio psicológico e social

Com 2 anos de funcionamento, a Casa, que recebe e acolhe pacientes e seus acompanhantes que vivem e convivem com HIV/Aids no Maranhão, já atendeu cerca de 4.500 pessoas e funciona com apoio psicológico, jurídico, social, nutricional, além de fornecer refeições. Para continuar funcionando e atendendo a esse público, conta com doações e a renda obtida na venda da boneca Acolher, que é produzida pela própria Casa. “Hoje temos uma campanha chamada Pontos Solidários, onde sensibilizamos nosso empresariado local a vender as bonecas e fazer essa parceria do bem, ajudando a manter as portas da Casa Acolher abertas”, disse Paulo Ribeiro. A campanha criada propõe que a cada boneco vendido, a renda seja doada para o trabalho de acolhimento para portadores de HIV/AIDS, e para ajudar nos gastos com alimentação.

Aplicativo

A Casa também criou o aplicativo Xovê para contribuir para a diminuição do crescimento desordenado de Infecções Sexualmente Transmissíveis/HIV no estado, com dicas de prevenções, dentre outros serviços.

O aplicativo, disponível na plataforma Android, agrupa informações sobre o tema e informa locais de exames e tratamentos no município de São Luís. Por meio do GPS, por exemplo, o App mostra os endereços mais próximos onde a pessoa pode buscar esse tratamento e ainda a relação das unidades municipais e estaduais que oferecem testes rápidos, distribuição de preservativos, locais de tratamentos para ISTs/HIV/AIDS.

Segundo Paulo Ribeiro, quando os esforços são destinados a tudo que se faz, incluindo o zelo para com outras pessoas, tudo se torna mais próspero. “Idealizar o aplicativo Xovê faz parte disso, que é tanto para informar como unir forças para reduzir índices de pessoas com HIV/Aids, levando conscientização sobre a prevenção”.

Causadas por vírus, bactérias e outros microrganismos, as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são um grave problema de saúde pública. Hoje em dia, os tratamentos já permitem curar ou controlar muitos desses males, porém, a principal maneira de combatê-los segue sendo a prevenção. Quanto mais precocemente a pessoa se descobrir soropositiva e iniciar o tratamento adequado, menor o dano causado pelo HIV ao sistema imunológico. Além disso, o tratamento apropriado leva a uma queda de 96% na possibilidade da transmissão do vírus.

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