EMPREENDEDORISMO DIGITAL

Internet impulsona pequenos negócios em São Luís

Os inúmeros microempreendedores existentes na capital utilizam a internet para alavancar seus negócios

No ranking mundial dos usuários que passam mais tempo nas redes sociais, atualmente, o Brasil é o segundo colocado. Mundialmente, o tempo médio que as pessoas passam na internet aumentou 60% nos últimos 7 anos. O brasileiro fica pelo menos 4 horas por dia conectado. A pesquisa foi feita pela Global Web Index.

A Internet está se consolidando como o ambiente ideal para pesquisas por produtos e preços. Por isso, cada vez mais se torna crucial, para qualquer marca, estar presente nos meios digitais, principalmente nas rede sociais.

O relatório Global Digital Statshot 2019, realizado pelas empresas americanas Hootsuite e We Are Social, mostra que 3,5 bilhões de pessoas possuem cadastro em alguma rede social, quase metade da população mundial.

Em São Luís, o cenário se equipara aos números nacionais. Com o crescimento do desemprego, o número de autônomos na cidade aumentou. Já que um empreendedor deve estar onde seu público está, os inúmeros microempreendedores existentes na capital utilizam a internet para alavancar seus negócios.

Há quem se surpreenda com o quanto a internet pode alavancar as vendas. É o caso de Eli Silva. Ela tem um brechó online desde abril de 2019. “De cara, tomei um susto quando vi uma grande quantidade de pessoas no direct [do Instagram] querendo uma determinada peça, ai eu vi que daria muito certo. A procura não só pela peça que estava disponível no feed, como perguntando se eu tinha um tipo específico de roupas. Seria impossível trabalhar e conseguir uma clientela diversificada sem a internet”, revelou Eli.

Eli, dona do brechó Pequena Flor, considera o alcance nas redes sociais maior do que outros meios de vendas. Foto: Reprodução/Instagram

Quem também percebeu o impacto das divulgação online do seu negócio foi a Ana Letícia Lima, que fabrica doces. “O meio digital possibilita um alcance maior de pessoas. Alcance o qual não conseguiríamos se fosse apenas no ‘boca a boca’.” A microempreendedora diz, ainda, que sem a internet, cerca de 60% de suas vendas seriam afetadas “pois o alcance por pessoas nas redes sociais é maior do que em outros meios de vendas”, estima ela.

Para Letícia, sem internet 60% de suas vendas seriam afetadas. Foto: Reprodução/Instagram

Já Tárcila Duarte, uma das donas da “Loja Trekos”, que vende artigos de papelaria, utiliza as redes sociais para divulgar seus produtos há 3 anos, procurou aliar as vantagens da divulgação online às particularidades do seu negócio. “As redes sociais funcionam como uma vitrine, um portfólio. Elas ajudam o cliente a ter uma ideia melhor do que é produzido e, como trabalhamos com itens personalizados, a ter referências de como encomendar seu próprio produto”, explica ela.

Foto: Reprodução/Instagram

Outra vantagem da internet nas vendas é o alcance. A única barreira – e nem sempre tão problemática – é a linguagem. Portanto, milhões de usuários que falam português, por exemplo, têm acesso às publicações de uma pequena loja online localizada em uma cidade como São Luís. As ferramentas disponíveis nas redes, como as tags, auxiliam na ampliação das divulgações.

Tárcila já percebeu a possibilidade de crescimento regional da sua clientela. “O alcance das redes sociais é sempre surpreendente, e, apesar de, por enquanto, optarmos por comercializar somente em São Luís, as redes nos permitiram perceber que existe demanda em outros estados e a alcançar cada vez mais clientes”, afirma.

Aposte em diferenciais

Apesar de ser fácil introduzir sua empresa nas redes, para garantir bons resultados na divulgação de vendas é necessário ter consciência da concorrência. O segredo é apostar sempre em diferenciais e personalizar seu conteúdo de acordo com nas métricas, que são dados que ajudam a entender o comportamento e o perfil do usuário, as tendências do mercado e outras variáveis, e ajuda a perceber se o planejamento de ações nas redes sociais está funcionando.

Foto: Reprodução/Instagram

Conhecendo o público e as estratégias necessárias, diversas técnicas podem ser utilizadas para dar destaque ao seu negócio. “Eu, primeiro, dei uma identidade visual que combinasse com o nome do meu brechó. Gosto de fazer fotos em lugares diferentes e procuro fazer uma edição, um design legal nas fotos. Também costumo fazer posts com dicas de customização ou looks apenas com roupas de brechós”, revela Eli Silva.


Outro truque, é manter a harmonia da sua vitrine online. “Tentamos manter um feed organizado, com uma paleta de cores que seja de acordo com a identidade da loja, mantemos tudo atualizado diariamente, e postamos todos os detalhes na legenda”, explica Tárcila, da Loja Trekos.

Tárcila passa entre 5 e 20 minutos administrando o Instagram da Loja Trekos. Foto: Reprodução/Instagram

Já no que diz respeito ao aumento do público, além de técnicas básicas, como compartilhamento, quem administra as redes sociais das lojinhas afirma que promoções e sorteios virtuais são essenciais. 

Ana Letícia, por exemplo, afirma que busca fazer promoções pelo menos “2 vezes ao mês e sorteios de 2 em 2 meses”. Além de atrair novos clientes, essas ações dão uma boa movimentada nas redes.

Foto: Reprodução/Instagram

Online 24 horas por dia

Se os brasileiros gastam pelo menos 4 horas por dia navegando pela internet, os vendedores virtuais também precisam passar muito tempo online para atender seus clientes super conectados.

Eli diz que fica o dia inteiro de olho nas notificações do seu brechó. “Eu considero que dedico 100% do meu tempo à administração online do brechó, tirando a hora em que estou almoçando, jantando ou dormindo, eu costumo responder [os clientes] de imediato”, conta ela.

Foto: Reprodução

Outra que cuida das redes sociais da sua loja em tempo integral, é Tárcila. “É complicado calcular porque como o celular está sempre comigo, acabamos ficando o tempo todo online. Oficialmente levo cerca de 5 a 20 minutos diários fazendo o post do dia (quantos mais precisar) e respondendo às DM’s“, explica ela. Quanto às mensagens de clientes no WhatsApp, ela estabeleceu um período para o trabalho: só responde durante o horário comercial.

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