VIOLÊNCIA

9 Relatos traumatizantes de abusos sofridos por mulheres em São Luís

Neste março, Mês da Mulher, mulheres ludovicenses resolveram compartilhar histórias de violências que carregam consigo até hoje

O passageiro do ônibus

L. J., 21 anos na época

“Eu já fui vítima do crime de importunação sexual antes mesmo de ser um crime. Apesar de não ter havido contato físico foi de uma violação enorme. Eu estava voltando pra casa da faculdade num sábado e ônibus estava vazio, me sentei no fundo. Nunca tinha problematizado lugares do ônibus até o momento. Eu estava ali tranquila, voltando pra casa, tinha só mais uma pessoa no ônibus alem de mim, que estava na frente. De repente, entrou um cara, e de todos os lugares disponíveis ele sentou exatamente do meu lado e ali ele se masturbou, sem cerimônia e nada. Eu demorei alguns minutos pra saber que era aquilo. E eu, feminista que vivia berrando aos cantos que se isso acontecesse comigo eu sairia na porrada com o macho, não tive nenhuma reação. O terror me dominou e eu não pude fazer nada. Fiquei nisso até quando ele desceu, num momento extremamente agoniante. Depois disso eu só pude me sentir suja, extremamente suja. Eu passei um dia tomando banhos e mais banhos e trancada no meu quarto assimilando. Por muito tempo, não conseguia falar sobre isso e nunca consegui falar dentro da minha casa. Eu, como tantas outras mulheres, me senti vítima. Não houve contato com meu corpo, mas me senti violada.”

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