Food Truck é tendência do mercado da alimentação em São Luís

No Movimento Ilha Food Truck organizado pelo Sebrae em parceria com o Shopping da Ilha, os lucros chegaram a 95 mil reais, com mais de 2 mil pessoas passando pelo local nos quatro dias do evento.

Reprodução

Dona Salma é proprietária do food truck Churrasco do Chef

O mercado do Food Truck tem crescido bastante em São Luís e já virou tendência de mercado na capital. Com pratos diferenciados, os food trucks começam a ganhar o público que procura refeições rápidas com qualidade elevada. Esse crescimento pode ser percebido no Movimento Ilha Food Truck, realizado através de uma parceria entre Sebrae e Shopping da Ilha, que ocorreu de 27 a 30 de julho, no estacionamento do shopping.
A empresária Salma Batalha é proprietária do Churrasco do Chef, uma iniciativa que surgiu há três anos e que funcionava apenas na frente de uma universidade, da capital. “Primeiro a gente começou na frente de uma universidade, oferecendo churrasco de qualidade para os estudantes e funcionários do local, logo surgiu a oportunidade de investirmos em um negócio que pudesse atender outro locais”, disse Salma.
O Churrasco do Chef é atendido desde o começo do ano pelo Sebrae, por meio do Projeto Atendimento Territorial, com foco no Comércio Sobre Rodas. “Estamos integrados no grupo, esse já é o 3º evento que participamos com a organização do Sebrae e temos obtido ótimos resultados. Tem sido muito bom poder agregar a esse trabalho, a credibilidade e a seriedade da marca Sebrae”, destacou Salma.
A gestora de atendimento da unidade regional do Sebrae em São Luís, Hildenê Maia, destacou que os eventos que envolvem os foods trucks são uma forma de divulgar o trabalho e os produtos que eles oferecem à sociedade. “O consumidor passa por uma experiência realmente ampla neste sentido, podendo comparar os negócios em diversos aspectos como qualidade, atendimento, equipamento, higiene, dentre outros. O evento abre a cabeça do consumidor para esta nova experiência, como também colabora com as entidades envolvidas, abrindo espaço para diálogos e ajudando na formação da regulamentação”, ressalta Hildenê.
Este foi o terceiro evento organizado pelo Sebrae, que tem atuado com um grupo de 30 empresários de trucks em São Luís. Ainda de acordo com a gestora, durante os quatro dias do evento foram gerados 95 mil reais em vendas e 2.500 pessoas passaram pelo local. “Importante que o food truck se adapte ao formato e saiba como oferecer seus produtos. O público não vai querer ir até o seu truck para comer o que ele pode comprar na esquina de casa”, enfatiza.
Como parte das ações junto a esses empresários, o Sebrae construiu um plano de ação, a partir das demandas sugeridas pelos empreendedores. Entre as ações contempladas estão, capacitações na área de boas práticas de manipulação de alimentos, atendimento ao cliente, legislação para negócios sobre rodas e gestão deste modelo de negócio, que devem acontecer a partir de agosto, além disso, serão realizadas consultorias para orientá-los quanto à formalização.
De acordo com o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, o principal objetivo é ajudar estes empresários a se desenvolverem com excelência e potencializar os diferenciais competitivos individuais. “O sucesso do negócio está relacionado a observar como o consumidor se comporta e trabalha para atendê-lo em seus momentos de compra. Dessa forma, é necessário estar atento às tendências de consumo, oferecer produtos que aliem qualidade a preço acessível, pois cada vez mais o consumidor tornar-se mais exigente e tem muito mais opções que o atendem”, ressaltou.
Tendência
O Kamitaf é o primeiro food truck de comida japonesa do Maranhão.

Incentivado pela praticidade e pelos novos hábitos de consumo, a população busca cada vez mais a alimentação fora de casa, o que justifica o forte crescimento dos food trucks. Em 2014, eles movimentaram R$140 bilhões no país – um crescimento de cerca de 20% em relação a 2013, quando faturaram R$ 116,55 bilhões.
“Nos últimos anos, o faturamento nacional do setor de alimentos e bebidas dobrou, cresceu o consumo fora do lar e surgiu um novo tipo de consumidor, que visa a rapidez e praticidade nas refeições. Isso impulsionou o setor e criou diversas possibilidades de empreender. Novidades como o food truck, a gourmetização, alimentos integrais ou sem glúten e sucos detox são alguns exemplos de inovações do setor”, esclareceu Hildenê Maia.
Segundo a Abrasel, o setor de alimentação fora do lar fechou 2016 com faturamento de R$154 bilhões. Uma pesquisa realizada pela associação aponta que no ano passado, bares e restaurantes tiveram crescimento nominal de 3,47% contra perdas reais da ordem de 3,75% (6,29% de inflação), em comparação com 2015 (R$149 bilhões – 7% de crescimento nominal e 3% de queda real devido a inflação de 10%).
Nesse contexto, os food trucks tem adquirido cada vez mais adeptos e conquistado espaço nas ruas, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos. Eles oferecem opções saborosas e rápidas para as pessoas que necessitam se alimentar fora de casa. Espera-se que esse mercado atinja o patamar de U$ 2,7 bilhões em 2017.
Boa parte dos empreendedores deste mercado é de empresários que já atuavam na área, uns já trabalhavam como empregados em restaurantes e decidiram empreender e viram nos trucks uma alternativa viável. Uma parcela também é de novatos, que encontraram nesse ramo a oportunidade de não investir tão alto quanto em um restaurante em local fixo.
Filipe de Castro é proprietário do Kamitaf Sushi, o primeiro truck de comida japonesa do Maranhão. No começo do ano, o empresário que era sushiman desde 2010, resolveu que era hora de abrir seu próprio negócio. Sempre muito curioso, acompanhava as tendências dos food trucks pelo mundo e decidiu que essa seria sua porta de entrada para ter seu negócio.
“São várias vantagens, mas no primeiro momento eu me ative ao investimento inicial para abrir a empresa. Uma loja fixa necessitaria de um investimento muito maior, então estudei todas as possibilidades e comecei do princípio mesmo, busquei as licenças necessárias para trabalhar e há dois meses estou com meu truck em funcionamento na Litorânea e temos tido um ótimo retorno. Essa é a primeira vez que participamos de um evento próprio para os trucks e o resultado foi bem animador”, disse Filipe.
Contudo, Filipe também sabe dos desafios que é vender comida em uma unidade móvel. “Precisa ter tudo dentro do truck, estar tudo em ordem, utensílios, troco, colheres, os cuidados com o manuseio e conservação devem ser ainda maiores”, observa.
 

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