Cozinheiras típicas do Maranhão fazem dos preparos fonte de renda

Quituteiras de mão cheia, mulheres aproveitam o período de festas juninas para lucrar com a venda de pratos tradicionais no estado

Reprodução

(Foto: Karlos Geromy/ O Imparcial)

O São João é uma temporada em que as boas energias fluem nos arraiais da cidade. Entre uma apresentação e outra de bumba meu boi, o público se delicia com os shows dos grupos e os pratos típicos. As receitas são preparadas por cozinheiras, que aproveitam o período para fazer da comida maranhense a principal fonte de renda.
Suely Almeida começou a preparar pratos para vender há 20 anos(Foto: Karlos Geromy/ O Imparcial)

Suely Almeida, de 50 anos, começou a preparar pratos para vender há 20 anos. O gosto pela cozinha é de família. Quando criança, observava a avó preparar banquetes para eventos, mas o despertar para o mercado veio quando ela morava no Rio de Janeiro. Desde então, os quitutes são sua principal fonte de renda. De volta ao Maranhão, o São João foi só uma das oportunidades que ela teve de expor e vender os pratos típicos, que faz questão de preparar sempre, em qualquer ocasião.
“A minha primeira oportunidade de montar barraca com o nome da minha cozinha Rio Conexão São Luís foi no São João de 2015 e foi um sucesso. A experiência foi maravilhosa, porque os pratos eram vendidos rapidamente, as pessoas gostaram da qualidade da comida. Eu ganhei até mais do que esperava”, acrescenta.
Na lista de delícias preparadas por Suely, está o vatapá maranhense de textura consistente e cremosa, as tortas de camarão, caranguejo e sururu. “Os turistas amam os pratos maranhenses. Quando chegam aqui, você vê que eles são apaixonados pela culinária do estado. Durante o tempo que morei no Rio, eu sempre trabalhei e prezei a minha culinária e sempre foi muito bem aceita, como o vatapá maranhense”.
Francisca Gomes, já lucrou muito no período de São João (Foto: Karlos Geromy/ O Imparcial)

Além dos cursos de bolos e salgados que ministra com frequência, Francisca Eliene Gomes, de 57 anos, conta que já lucrou muito no período de São João. Foram sete anos, montando barraca na Praça Maria Aragão, durante esse período de festa junina. Cozinheira há mais de 30 anos, ela garante que, apesar do trabalho que dá elaborar os pratos, passar as noites acordada trabalhando nos arraias, valia muito a pena pelo lucro e os elogios que recebia dos clientes.
“Eu passava a noite toda trabalhando, mas também passava a noite todinha ganhando dinheiro vendendo meus pratos. Na barraca, eu oferecia torta de camarão, sururu, caranguejo, arroz de cuxá, farofa, mingau de milho”.
A variedade de pratos é uma das apostas das cozinheiras, para que o negócio dê certo. O nordestino bode ao leite de coco e o baião de dois eram pratos que, em determinados dias de festa, sempre faziam a alegria de muitos clientes.
A maneira como a barraca é preparada para receber os clientes também se torna um atrativo. Francisca, por exemplo, sempre deixava a barraca São Domingos, ao longo dos dias de arraial, bem colorida, a caráter do período para atrair ainda mais a atenção dos clientes, a maioria de turistas.
“Todas as pessoas que trabalhavam comigo também iam vestidas a caráter do São João. A decoração chamava a atenção e os pratos mais ainda. Os turistas, principalmente os paulistas, gostavam muito das patinhas de caranguejo. Eu, geralmente, chegava cedo no arraial para poder vender mais. Para aguentar e cozinhar os pratos, é preciso ter muito amor, não adianta você fazer uma coisa se não tem amor. É isso que deixa tudo gostoso”, pontua Francisca.

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