EDUCAÇÃO

Enem 2021: fazer um bom texto é essencial

A redação é a nota decisiva para muitos candidatos, por isso o cuidado e atenção devem ser redobrados.

O enem inicia neste domingo (5). (Foto: Divulgação/ Reprodução)

Ontem (21), foi primeira etapa do ENEM. Foram aplicadas provas presencias e online em 1,7 mil municípios, para mais de 3 milhões de candidatos, e um total de 26% de desistências, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Além de uma prova objetiva com questões de linguagens e ciências humanas, o exame conta ainda da produção textual, a redação, uma das etapas mais temidas pelos candidatos.

Para a produção do texto, o INEP divulga todo ano a Cartilha do Participante, um manual com dicas, exemplos de redação nota mil e o critério de avaliação baseado nas competências, como domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, compreensão da proposta de texto e do tema, elementos de coerência e coesão textual e uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitado os direitos humanos.

Na prova de ontem, os alunos deveriam escrever um texto dissertativo-argumentativo de no máximo 30 linhas, sobre o tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”, e, como sempre, trouxe o debate sobre a relevância na elaboração das propostas de texto.

“O Brasil tem uma desigualdade socioeconômica assombrosa, e uma das manifestações dela é, sem dúvida nenhuma, a invisibilidade social. No caso das pessoas sem documentos (certidão de nascimento ou CPF, por exemplo), a questão está além do descaso – é como se aquela pessoa não existisse para o Estado e para a sociedade e, portanto, está fora do alcance de políticas públicas e de ações sociais”, explica Matheus Andrade, professor de Redação e já duas vezes nota 1000.

É preciso saber que as propostas sempre estão relacionadas a um aspecto da realidade brasileira e o tema desse ano se destaca pela relevância social da discussão ao explorar aspectos da desigualdade social. O que acontece é que muitos candidatos não compreendem e questionam o real significado da escolha do tema, e saem do exame com aquela sensação de que poderiam ter feito uma boa prova.

Pensando nisso, O Imparcial pediu ao professor Matheus Andrade que explicasse alguns aspectos da proposta de texto e que desse algumas dicas de como os alunos devem proceder durante sua prova.

O Imparcial – Os alunos sempre se perguntam qual o motivo para escolha de um tema, então como eles podem avaliar sua importância?

Matheus: O aluno sem documentação não poderia sequer estar fazendo a prova, então a temática se posiciona necessariamente em um lugar de empatia de e respeito à alteridade. Esses são valores sociais que também devem estar presentes na avaliação e considerados pelo candidato.

O aluno pegou a prova. E agora? Não sabe como proceder nem por onde começar. O que você diria a ele?

Matheus: Respire fundo e interprete o tema com calma. O comando da proposta de redação dá ao aluno todos os elementos que devem ser desenvolvidos, assim como cada palavra apresenta um significado importante. “Invisibilidade e registro civil” são os assuntos a ser abordados, enquanto “garantia de acesso à cidadania no Brasil” é a base do recorte a ser adotado. O candidato poderia falar dos desafios dessa garantia, ou dos caminhos para alcançá-la, por exemplo.

Foto: Divulgação

O aluno sabe o que tem que fazer, mas não possui, por exemplo, um bom repertório, então quais caminhos você poderia apontar para que ele seguisse com um bom texto?

Matheus: O aluno sempre tem repertório, nem que seja um repertório muito pessoal – as séries a que ele assistiu, os livros que leu e, até mesmo, as matérias que estudou ao longo do ano. Os filósofos contratualistas se encaixam bem nessa temática, por falarem dos deveres do Estado. Na literatura, Carolina Maria de Jesus já nos contou como é viver na mais absoluta miséria, em “Quarto de Despejo”. Essas são referências mais ou menos comuns que muitos alunos já dominam e poderiam empregar na redação.

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