"EDUCAÇÃO NÃO TEM ANEXO"

Vereadores se unem em campanha pela educação pública de São Luís

Parlamentares querem o fim dos espaços inadequados para o ensino de crianças e adolescentes na capital maranhense

Coletivo Nós aponta para sucateamento de prédios das escolas de São Luís (Foto: Jasf Andrade)

Almejando uma educação pública de qualidade, os co-vereadores do Coletivo Nós (PT) e os vereadores Andrey Monteiro (Republicanos) e Marquinhos (DEM), estão lançando a campanha “Educação não tem anexo”. O objetivo é propor melhorias para a educação em toda a cidade, em especial pela construção de novas escolas e o fim dos espaços inadequados para o ensino de crianças e adolescentes na capital maranhense.

Entre as propostas apontadas pela campanha estão:

  • A apresentação de Projeto de Lei à Câmara de Vereadores de São Luís, com definição de critérios para aluguel/cessão de espaços que permitam o funcionamento de escolas, conforme os padrões internacionais;
  • Cobrar o Executivo municipal para, prioritariamente, construir novas escolas e, à medida que forem sendo inauguradas, fechar os anexos com estrutura inadequada; acompanhar, fiscalizar, monitorar e pressionar a gestão municipal para executar com extrema prioridade o Plano Municipal de Educação de São Luís; e
  • Acompanhar o processo de municipalização do ensino fundamental entre o Executivo municipal e estadual, com vistas a garantir o fortalecimento da educação pública de qualidade em São Luís.

“A educação pública, gratuita e de qualidade não é uma utopia, queremos que deixe de ser sonho e se torne realidade. Em São Luís, a educação há muito tempo foi deixada de lado e colocada como se fosse um anexo. Há mais de 12 anos não se constrói uma escola de ensino fundamental na cidade. O que temos são escolas sucateadas, interditadas e muitos prédios anexos sem condição alguma de funcionar e que não são espaços adequados para que nossas crianças e adolescentes possam estudar”, enfatizou o covereador do Coletivo Nós, Jhonatan Soares.

Situação é precária em muitas unidades de ensino ludovicenses (Foto: Jasf Andrade)

Segundo o parlamentar, a pauta da educação é prioritária e não deve ser deixada em segundo plano. “Nesse sentido, nasce a campanha ‘Educação não tem anexo’, passando essa ideia de que a educação não é uma política de se deixar em segundo plano, e de que, também, anexo não é o espaço adequado para que crianças e adolescentes possam estudar. Visitamos a maioria dos anexos de São Luís e comprovamos que são insalubres e não possuem a menor condição de serem espaços de ensino”, completou o covereador.

Já o vereador Andrey Monteiro ressaltou a valorização dos profissionais da educação.

“O melhor desenvolvimento da nossa cidade está ligado diretamente à educação e, para melhorar a educação, precisamos garantir a valorização e melhores condições de trabalho para os nossos professores, que tanto se empenham em exercer essa atividade. A importância e complexidade do tema precisa ser debatida por todos, por esse motivo, é importante que o parlamento se una cada vez mais em prol da educação pública”, comentou.

Anexos

A campanha levanta a bandeira da construção de novas escolas na cidade, o que há mais de 12 anos não acontece. A ideia é que à medida que forem sendo inauguradas, sejam fechados os prédios anexos com estrutura inadequada. A iniciativa está sendo construída junto com o Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de São Luís (Sindeducação), que realiza blitz de fiscalização em todas as escolas da rede.

Escola da rede municipal de São Luís com fachada deteriorada. (Foto: Jasf Martins)

Segundo o levantamento, a situação de abandono e descaso constatada nos anexos, é ainda pior do que a de alguns prédios principais, que também precisam de reforma.

O Sindeducação relata que denuncia frequentemente os problemas encontrados na Semed, mas as gestões mudam e os problemas só aumentam. Segundo o sindicato, essa situação prejudica a educação das crianças e adolescentes e põe em risco toda a comunidade escolar.

Após visitas a prédios anexos administrados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), os vereadores avaliaram como impróprios para o aprendizado os espaços visitados. Entre os problemas, foram relatados defeitos na hidráulica, elétrica e esgoto dos espaços vistoriados, alagamento quando chove, falta de reforma, telhado com risco de desabamento, pouca ou falta de iluminação, banheiros sem descarga, sem porta e com esgoto entupido, falta de ventilação e cupim.

Casas alugadas sem acessibilidade são utilizadas para abrigar escolas do município. (Foto: Jasf Martins)

A vistoria apontou prédios em uma situação precária, deteriorados, salas de aula apertadas, falta de espaços de lazer, sem acessibilidade e alguns são casas alugadas e improvisadas como escola.

Os prédios não foram planejados para serem escolas de educação infantil e nenhum segue o padrão desejável e orientado pela Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, que é quem determina os padrões de infraestrutura para as instituições de educação.

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