Roseana não chamou o Meirelles

A campanha eleitoral está chegando ao fim, e a candidata do MDB ao governo do Maranhão, Roseana, filha de José Sarney, um dos políticos mais poderosos do Brasil desde a ditadura militar, solenemente, ignorou o presidenciável de seu partido, ex-ministro da Fazenda e milionário, Henrique Meirelles. Pelo que consta, nenhum candidato do MDB ao governo […]

A campanha eleitoral está chegando ao fim, e a candidata do MDB ao governo do Maranhão, Roseana, filha de José Sarney, um dos políticos mais poderosos do Brasil desde a ditadura militar, solenemente, ignorou o presidenciável de seu partido, ex-ministro da Fazenda e milionário, Henrique Meirelles. Pelo que consta, nenhum candidato do MDB ao governo estadual ou a qualquer outro mandato ouviu o chamamento “Chame o Meirelles!”, como ele tanto se oferece.

A candidatura de Meirelles, alias, é uma bordoada na lógica política. Para quem tanto se gaba no horário eleitoral de ser o homem-solução para todas as crises em todos os governos, nem o MDB entendeu o seu empenho em disputar a Presidência da República na eleição mais complicada desde a redemocratização do Brasil. Pior ainda, a razão de Meirelles torrar, do próprio bolso, R$ 45 milhões e não passar dos 2% nas pesquisas. Ele gasta tanto dinheiro, com cara de contentamento, como se estivesse pronto para disputar o segundo turno.

Enquanto Roseana nem pensa em chamar Meirelles, na contramão da lógica, se abraça com fervor à imagem de arquivo do ex-presidente Lula, preso em Curitiba, exibida em seu programa eleitoral, como se fosse manifestação recente. O irmão dela, deputado Sarney Filho, que foi ministro do Meio Ambiente de Michel Temer, também o ignora em sua propaganda, a exemplo do outro emedebista de peso, Edison Lobão, que está no fim do quarto mandato de senador e lutando pelo quinto. Caso seja eleito, tira o aliado José Sarney da histórica primazia de único político a passar 40 anos no Senado, em toda a história da República.

O grupo Sarney-Lobão está vivendo em 2018 a campanha mais aperreada de sua longa dominação política no Maranhão. Lobão se agarra ao programa Luz para Todos como sendo obra sua, e não dos governos Lula e Dilma, de quem foi ministro de Minas e Energia. Também explora imagens de arquivo com o ex-presidente preso. Todos são do MDB de Henrique Meirelles, mas nenhuma palavra de agrado ao ex-ministro. Já o chefe da oligarquia, José Sarney, permanece nos bastidores, dando as coordenadas e detonando Flávio Dino, nos artigos que escreve dominicalmente em seu jornal – a quem comparou a Josef Stalin, o facínora e tirano que exterminou entre 20 e 30 milhões de pessoas em campos de extermínio na 2ª Guerra.

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