Candidatos de ouro

Mesmo sem serem conhecidos do grande público, os pretendentes ao Palácio do Planalto pelo também obscuro Partido Novo são políticos literalmente de ouro. Não pelo valor pessoal que possa ter como serem humanos, mas pela posse da babilônica montanha de dinheiro que declararam à Justiça Eleitoral. Embora o PN éapresentado como organização de “cidadãos comuns”, […]

Mesmo sem serem conhecidos do grande público, os pretendentes ao Palácio do Planalto pelo também obscuro Partido Novo são políticos literalmente de ouro. Não pelo valor pessoal que possa ter como serem humanos, mas pela posse da babilônica montanha de dinheiro que declararam à Justiça Eleitoral. Embora o PN éapresentado como organização de “cidadãos comuns”, mas seus líderes pertencem à casta do 1% da população – os milionários com ganhos às custas da dívida pública brasileira.

Tão direitista quanto o ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro, o lider /dono do PN, banqueiro João Amoêdo, declarou ao TSE uma fortuna de R$ 425 milhões. O candidato ao governo do Rio, do mesmo partido, tem patrimônio de R$ 82 milhões; o de MG, R$ 70 milhões; o do RS, R$ 26 milhões; o “pobretão” de SP, R$ 9 milhões. Rapidinho somou-se R$ 612 milhões só com os cinco do Partido Novo. Isso num país em que 21% da população sobrevivem do programa federal Bolsa Família, que concentra no Maranhão sua maior clientela: 48%, em 2018.

Imagina-se, na outra ponta, o confronto dessa riqueza opulenta, por exemplo, com a humildade da candidata presidencial do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Vera Lúcia, uma operária sapateira. O PSTU, aliás, já teve um slogan que casa com essa realidade. Conclamava o eleitor assim:“contra burguês, vote 16”. Por esses detalhes que passam à distância da compreensão da massa eleitoralque elege o presidente da República percebe-se o brutal fosso da desigualdade entre ricos e pobres.

Só mesmo a democracia permite a revelação de fatos tão perniciosos ao povo brasileiro, que dormem, secularmente, nas dobras da história, sempre contada pelos poderosos, da forma que lhes convém. E depois da campanha, infelizmente, tudo volta ao massacre arrastada pela normalidade social da 7ª economia do Planeta. No Maranhão, quando se fala, por exemplo, na declaração patrimonial do candidato a  vice-governador Carlos Brandão, de R$ 69.686,17, serve de galhofa nas redes sociais. Todos acreditam, com razão, que a política é a arte de enriquecer sem precisar suar a camisa.

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