INVESTIMENTO

Guedes diz que governo vai injetar R$ 700 bilhões na economia na crise

Guedes argumentou que a pandemia do coronavírus pode provocar duas grandes crises no Brasil

(Foto: SERGIO LIMA/AFP)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que as medidas econômicas de enfrentamento ao coronavírus que vêm sendo anunciadas pelo governo federal vão injetar R$ 700 bilhões na economia brasileira nos próximos três ou quatro meses. É um montante que, segundo ele, vai proteger o povo brasileiro de “uma crise econômica como nunca sofremos antes”.

“Nos próximos três ou quatro meses, esses R$ 700 bilhões vão entrar na economia brasileira para nos proteger desse choque da saúde que está se abatendo sobre o povo brasileiro”, afirma Paulo Guedes em vídeo publicado nas redes sociais do Ministério da Economia nesta sexta-feira (27), quase uma semana depois do último pronunciamento público do ministro.

Segundo Guedes, esse valor engloba as medidas que já foram anunciadas pelo governo e também as que ainda serão publicadas dentro do pacote econômico de enfrentamento ao coronavírus.

Entre essas medidas estão a liberação do auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais, que foi aprovado nessa quinta-feira (26/03) pela Câmara, depois que os deputados triplicaram a proposta inicial do governo, que era de um voucher de R$ 200. E que, segundo informou Guedes nesta sexta, vai custar R$ 45 bilhões ao governo. 

Além de medidas como a antecipação de benefícios sociais, que somam R$ 100 bilhões; medidas de estímulo ao crédito, como a liberação de R$ 200 bilhões em compulsórios e a liberação de R$ 100 bilhões em crédito através da Caixa Econômica Federal; e as medidas de auxílio aos estados e municípios, que prometem destinar R$ 88 bilhões aos entes federativos.

Guedes disse que esse cálculo ainda leva em conta as propostas de flexibilização dos contratos de trabalho, que o governo promete lançar nos próximos dias. Segundo o ministro, na nova MP, o governo vai se comprometer a pagar 25% do seguro-desemprego dos trabalhadores que tiverem o salário reduzido pela metade durante a pandemia e até 1/3 desse benefício quando “o setor é mais atingido ainda e a receita caiu a zero”. Ele não deu mais detalhes da medida, que chegou a ser anunciada na MP 927, mas depois foi revogada pelo governo e agora será recuperada em uma nova medida provisória.

É importante lembrar, contudo, que, como vêm ressaltando alguns analistas, parte significativa desse dinheiro não se refere a um dinheiro novo, que vai impactar o resultado fiscal do governo. A antecipação de R$ 100 bilhões de benefícios, por exemplo, não tem impacto fiscal. Afinal, se refere a benefícios que já seriam pagos pelo governo, mas que, ao invés de serem pagos no final do ano, serão pagos agora durante a pandemia. Além disso, parte dessas medidas ainda depende da aprovação do Congresso Nacional, como a nova MP trabalhista e parte do crédito que foi oferecido aos estados.

Crise

Ao apresentar esses números, Paulo Guedes argumentou que a pandemia do coronavírus pode provocar duas grandes crises no Brasil: uma na saúde e outra na economia. Mas garantiu que o Brasil está se preparando para conter essa segunda onda.

“A primeira já nos atingiu. É uma calamidade de saúde pública que ameaça nossas vidas e nossa saúde. E a segunde vem na esteira na primeira. Pode ser uma enorme onda, dependendo da nossa reação. Ameaça nossos empregos. Uma crise econômica como nunca sofremos antes”, disse, ressaltando que, diante disso, “a determinação do presidente Bolsonaro é que não vão faltar recursos para defender as vidas, a saúde e os empregos dos brasileiros”.

“O alerta do presidente é que sim vamos cuidar da saúde, mas não podemos esquecer que ali na frente nós temos o desafio de continuar produzindo. Temos que alimentar nossos doentes, a população, as crianças, os jovens. Então, estamos seguros que vamos atravessar as duas ondas, a primeira, que é o choque de saúde, e a segunda onda que é o desafio econômico”, afirmou Guedes. 

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