ALTERAÇÕES

Entenda as polêmicas da nova placa Mercosul para veículos

Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar em live nas redes sociais na quinta-feira (23) que “não foi bem bolado” a ANFAPV emitiu uma nota sobre as declarações do chefe do Executivo

Rodrigo Nunes/MinCidades - 2014

Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar em live no Facebook na quinta-feira (23) que “não foi bem bolado” o sistema de trocas de placas veiculares para as placas do Mercosul e defender algumas posições pelas redes sociais, a Associação Nacional dos Fabricantes de Placas de Identificação Veicular (ANFAPV) emitiu uma nota sobre as declarações do chefe do Executivo.

Veja abaixo algumas das controvérsias em torno da placa:

Criação da placa  

 Por meio das redes sociais, Bolsonaro disse que as primeiras tratativas para unificar os modelos de placas dos países se iniciaram em 2010, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A placa MERCOSUL foi efetivamente criada em 2014, no governo Dilma [Rousseff], já com a participação da Venezuela”, disse o presidente.   Mas, segundo a ANFAPV, a placa foi criada por meio de resolução durante o governo de Itamar Franco. A efetivação do modelo, no entanto, foi realizado em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff. “Mas, foi a Argentina e o Paraguai que solicitaram a implantação devido ao término das combinações alfanuméricas dos sistemas então vigentes nestes países”, informou a nota. 

Dispositivos reflexivos 

 O Planalto também informou que retirou a exigência de chips e dispositivos reflexivos para não “trazer prejuízo para os proprietários”.   A ANFAPV rebateu o argumento, informando que esses dispositivos são itens de segurança, “cuja exclusão desconfigurou a padronização da placa de identificação veicular do bloco, que, além de confundir as polícias dos países membros, agora oferecem risco de apreensão dos veículos brasileiros nos territórios vizinhos, incentivando o aumento das fraudes e clonagem de placas, crime em que o Brasil possui dados alarmantes”, escreveu em nota.  

Troca de placas

Segundo Bolsonaro, da maneira como estava previsto na resolução anterior ao atual governo, as placas “custariam o dobro das atuais e todos seriam obrigados a trocá-las. Seria um negócio bilionário para os fabricantes de placas evitado por nós”.  A Associação, no entanto, argumenta que as especificações previstas não alteravam em nada o custo das placas. “De fato, o que se observou foi um aumento no custo final para os consumidores brasileiros pela admissão de diversos intermediários (atravessadores) na cadeia produtiva e de comercialização das placas, com acréscimos de até 350% do valor que a placa sai da fábrica. Por esta razão a placa ora implementada tornou-se muito mais cara que a placa padrão Mercosul inicialmente prevista”, disse.  

No município

A Associação disse que o governo manteve a obrigatoriedade de troca de placas na mudança de município, extinguindo a possibilidade do dono do veículo substituir apenas as tarjetas com o nome do lugar. “Portanto, o veículo que estiver com a placa cinza (antiga) deverá migrar para a nova placa padrão Mercosul na primeira troca de município, ou seja, a troca é obrigatória, o que gera custo para o cidadão”.  Já Bolsonaro rebate: “Não será mais necessário trocar de placas sempre que trocar de município. As medidas adotadas significam R$ 2 bilhões/ano de economia para sociedade”.

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