DIPLOMACIA

Flávio Dino critica “política externa subalterna a delírios ideológicos”

Declaração acontece no momento em que o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro de Israel anunciam que não estarão presentes na posse do futuro presidente Jair Bolsonaro

O governador Flávio Dino (PCdoB) usou as redes sociais para criticar a política externa proposta por Jair Bolsonaro (PSL), que assume o posto mais importante do Brasil no dia 1º de janeiro de 2019. Segundo o comunista, erros diplomáticos do futuro presidente podem levar o país ao isolamento no cenário internacional.

A declaração acontece no momento em que políticos dos quais Bolsonaro tem se aproximado, como Donald Trump (Presidente dos Estados Unidos) e Binyamin Netanyahu (Primeiro-Ministro de Israel), anunciaram antecipadamente ausência na posse do futuro presidente brasileiro. O jornal paulista Folha de S.Paulo, por exemplo, tinha classificado o primeiro ministro como principal estrela do evento de posse.

“Sucessivos erros diplomáticos poderão jogar o Brasil em um terrível e inédito isolamento, com grave risco de danos ao nosso comércio exterior. Nem os aliados desta “nova” diplomacia alinhada ideologicamente parecem levar o assunto a sério”, tuitou Dino.

Dentre as diversas polêmicas, Bolsonaro anunciou que pretende seguir os Estados Unidos e transferir a Embaixada do Brasil em Israel de TelAviv para Jerusalém, o que gerou revolta em diversos países muçulmanos, e insinuações de boicote à compra de carne brasileira.

Como responsta, a Liga Árabe, bloco econômico de países dessa região, fez uma reclamação pública sobre a intenção de Bolsonaro contrariar a política neutra brasileira naquela parte do globo. O Brasil, aliás, advoga pela solução do conflito entre Palestina e Israel desde 1948. “O Itamaraty é uma instituição nacional séria e preparada. Seu corpo profissional deve ser ouvido. O Brasil é muito grande para ter uma política externa subalterna a delírios ideológicos que nos colocam como meros caudatários dos Estados Unidos”, completou o Governador do Maranhão.

Mesmo ausente da posse, Netanyahu deve estar no Brasil na sexta-feira (28), para se reunir com Bolsonaro, em um almoço no Forte de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. No domingo (30), ele concederá entrevista coletiva no Rio de Janeiro.

CRISE POLÍTICA EM ISRAEL

O Primeiro-Ministro de Israel enfrenta pressão dos judeus ultraortodoxos por ter apresentado um plano para que jovens dessa ala religiosa sejam obrigados a servir as Forças Armadas de seu país, além de enfrentar diversas denúncias de corrupção. Netanyahu adiantou as eleições israelenses em 2019 de novembro para abril. Analistas internacionais afirmam que o primeiro ministro ainda é o favorito para a vitória, mas precisa começar a articulação política imediatamente.

Esse problema pode colocar em cheque sua viagem ao Brasil nos próximos dias. De qualquer forma, sua ausência na posse é um revés considerável para o futuro presidente, que buscar colar sua imagem a líderes internacionais da nova extrema-direita, que tem Trump e Netanyahu como maiores expoentes.

PRESENÇA DOS ESTADOS UNIDOS

Apesar de normalmente ser esvaziada por causa da data, 1º de janeiro, a posse de Bolsonaro sofreu outro baque diplomático, já que de acordo com a embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o representante deste país será o secretário de Estado Mike Pompeo, diminuindo ainda mais a importância do evento, uma vez que nem o vice-presidente americano Mike Pence estará presente.

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